ZAPATERO DEIXA O PALCO DA POLÍTICA ESPANHOLA

visivelmente derrotado, José Luis deixa o socialismo espanhol no chão

O descontentamento popular com os socialistas fez com que o partido de Zapatero perdesse todos os governos locais. Um desastre sem paralelo para o Partido Socialista espanhol (PSOE) e uma grande vitória para os conservadores do Partido Popular (PP) foi o saldo das maiores eleições regionais e autárquicas jamais realizadas em Espanha. Um dia em que cerca de 35 milhões de eleitores foram chamados às urnas para escolher os governos de 13 regiões autónomas e mais de 70 mil cargos públicos em 8.116 cidades, vilas e aldeias, o PSOE foi fortemente castigado, perdendo todas as corridas eleitorais regionais, bem como o poder em muitas autarquias. A grande derrota do partido governamental é atribuída pelos analistas à crise financeira, que obrigou o governo a implementar programas de austeridade bastante impopulares, ao mesmo tempo que o desemprego disparou para os 21,3%, um valor que aumenta para os 42% entre os mais jovens. Actualmente, cerca de 4,9 milhões de pessoas não têm emprego no país, o valor mais elevado desde 1997, estando em curso manifestações de protesto por parte dos "indignados contra o regime" em dezenas de cidades do país, em particular na capital, Madrid onde dezenas de milhares de pessoas estão a protestar há qase uma semana na praça da Porta do Sol. O fim das eleições regionais marca também o início das eleições internas no PSOE para determinar o sucessor do primeiro-ministro, que é visto pela população como o principal culpado pela má situação económica do país. A má imagem do chefe do executivo contou tanto contra os socialistas que as secções regionais do PSOE, como a de Castilla-La Mancha ou a Catalunha, chegaram a proibir a sua participação nos comícios locais.