o Facebook continuará a ser a invenção mais polémica do séc. XXI
Nos EUA, existem empresas e organizações que, durante as entrevistas de emprego, pedem a password do Facebook aos candidatos. O fenómeno começa a ser mais comum e está a preocupar políticos e o próprio Facebook. Que certas empresas pesquisam a presença nas redes sociais dos seus potenciais empregados já não é novidade. Mas algumas organizações norte-americanas estão a levar a "investigação" para outro nível e obrigam os candidatos a fornecerem a password da sua conta no Facebook durante a entrevista de emprego. A nova tendência foi denunciada pela Associated Press recentemente, com o depoimento de um estudante de enfermagem de Maryland, EUA, que trabalha numa empresa de segurança. Depois de um período de ausência, a entidade empregadora pediu a Robert Collins para voltar a passar pelo processo de recrutamento e foi aí que, depois de se assegurarem de que não tinha antecedentes criminais e examinarem o seu percurso académico, lhe pediram acesso à conta do Facebook para inspeccionar mensagens e fotografias publicadas. O caso foi parar à União Americana de Direitos Civis, que começou a pressionar o estado de Maryland e conseguiu fazer com que os empregadores mudassem de "tática": agora, em vez de pedirem os dados de acesso, pedem para que o candidato aceda à sua conta durante a entrevista e mostre o seu conteúdo.
Tanto a AP, como o El Mundo e o site Mashable denunciaram, nos últimos dias, casos similares. O Illinois já quem exija ver os perfis de Twitter e Facebook dos potenciais novos empregados. Só depois de feita a "inspecção" da conduta online é que é assinado qualquer contrato de trabalho com o "sheriff" de McLean, naquele estado. Procedimento semelhante tem o "sheriff" de Spotsylvania, na Virgínia, que pede aos candidatos para se tornarem "amigos" do entrevistador no Facebook. Também uma ex-educadora do Michigan foi despedida depois de se recusar a dar acesso à sua password de login no Facebook aos seus supervisores. Do Maryland para Washington seguiu um projeto de lei para proibir as empresas de pedir dados de acesso às redes sociais utilizadas pelos candidatos a emprego. No entanto, a emenda acabaria por ser rejeitada por alguns membros do partido republicano que, apesar de considerarem o projeto de lei pouco necessário, não rejeitaram a possibilidade de apoiarem alguma proposta semelhante no futuro. A emenda dizia que "não é permitido obrigar, como condição de emprego, alguém a revelar a sua password confidencial de acesso ao Facebook, Flickr, Twitter ou outra conta qualquer". Já o Facebook reagiu às notícias recentes, dizendo que vai iniciar ações legais contra as empresas que violem a intimidade das contas individuais dos seus empregados.