CRIMINALIDADE GLOBAL CRESCE EXPONENCIALMENTE

pela inoperância e incompetência dos políticos de todo o mundo as máfias proliferam rapidamente

Na criminalidade global as vítimas são difusas e são atingidos bens de milhares de pessoas. O computador e o telemóvel são os símbolos dessa “nova ordem mundial” que, infelizmente servem como instrumentos eficazes nessas práticas delituosas. A não condenação desses ilícitos penais e a morosidade nos julgamentos constituem factores que reforçam essa criminalidade coadjuvada pela corrupção política e económica à escala planetária. Crimes como o narcotráfico, a “lavagem de dinheiro”, a pirataria, o tráfico de pessoas, a pedofilia, os crimes digitais e outros constituem o actual desafio desta sociedade unificada, sem fronteiras. A humanidade enfrenta agora um problema real: a insegurança a todos os níveis. Cada vez menos se encontram responsáveis e os criminosos crescem exponencialmente numa escalada ao crime sem precedentes na história.

No entanto, a globalização não é um evento inédito. Trata-se de um processo antigo que ocorre em ondas, com avanços e retrocessos. Na visão de Roberto Campos, estamos a viver a quarta onda de globalização. A primeira globalização foi a do Império Romano, que construiu infindáveis estradas e aquedutos, impuseram o seu sistema legal, difundiam o uso da moeda e protegiam o comércio contra os piratas. Com a queda do Império Romano, houve uma feudalização política e comercial. A segunda globalização teve origem das grandes descobertas dos séculos XIV e XV. Desvendaram-se grandes continentes com a abertura do caminho da Índia e da China. Contudo, as guerras religiosas e as lutas das dinastias europeias interromperam muitas vezes este comércio. A terceira globalização concretiza-se a partir do século XIX, após as guerras napoleónicas. Foi o século em que o liberalismo se sobrepôs ao mercantilismo e começou a prosperar a democracia política. Durante esta fase, ocorrida no século XIX, deve-se ressaltar: a liberalização do comércio; a colonização europeia da África e da Ásia, gerando novas correntes de comércio; uma enorme transferência de capitais, sobretudo ingleses; as grandes migrações humanas para a colonização dos novos continentes.

A terceira globalização sofre abrupta interrupção com a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918). A quarta globalização surge após a Segunda Guerra Mundial, mas só atinge seu apogeu com a queda do mundo de Berlim em 1989/1991. A globalização como formação de um sistema económico mundial “é um processo antigo, anterior à Revolução Industrial de fins do século XVIII e começo do século XIX. Mas o processo sofreu importantes mutações na segunda metade do século XX com a emergência das empresas transnacionais como principais agentes organizadores das actividades produtivas.” Hoje a principal criminalidade dá-se nos grandes centros urbanos que se tornam palco de novos tipos de crimes, os quais desafiam as instituições de vigilância e controle: Polícia, Ministério Público e Ministério da Justiça. Os Estados desorganizados não conseguem enfrentar essa nova criminalidade complexa e sofisticada e tornam-se mesmo reféns dela. Também o desemprego, enquanto factor colateral, apresenta inúmeras consequências: suicídios, delinquência, consumo e tráfico intensivo de drogas, alcoolismo, e pequenas ou grandes violências domésticas...