NO NAME BOYS ACUSADOS DE PLANEAREM CRIMES VIOLENTOS

38 acusados enfrentam-se a múltiplas acusações incluindo associação criminosa

Os elementos do núcleo duro da claque não legalizada do Benfica "No Name Boys" começam hoje a ser julgados por associação criminosa, tráfico de droga, posse de armas e ofensa à integridade física, entre outros crimes. O julgamento na 5.ª Vara Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, reúne um total de 38 arguidos, dos quais três se encontram em prisão preventiva e outros quatro em prisão domiciliária. De acordo com o despacho de acusação a que a agência Lusa teve acesso, de 18 de Maio de 2009, os acusados practicaram crimes "minuciosamente planeados e executados com superioridade numérica e mediante a utilização de meios especialmente perigosos", em nome dos No Name Boys, que se autodenominavam "Braço Armado do Benfica".

O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa considerou que os No Name Boys agiam "motivados por ódio e intuitos de destruição, sem motivação relevante, contra elementos das claques" do Sporting e do FC Porto. Alguns dos arguidos são acusados de acções violentas contra elementos afetos à claque do Sporting Juve Leo, tendo um sofrido "socos, pontapés e facadas" e ainda sido queimado "com uma tocha". A violência era exercida igualmente contra "agentes da polícia que sabiam em serviço" e "terceiros que circulavam na via pública e que eram abordados, agredidos e roubados de forma indiscriminada". Os actos de violência do núcleo duro dos No Name Boys foram investigados pela 3.ª Esquadra de Investigação Criminal da PSP a partir de 2008 e o julgamento que hoje se inicia tem 16 processos conexos. No final desse ano, mais de 30 pessoas foram detidas no âmbito da "Operação Fair Play", que permitiu a apreensão de armas brancas e de guerra, material pirotécnico e droga. O relatório da polícia foi concluído a 14 de Abril de 2009, com um total de 53 indiciados, número que foi reduzido para 38 no despacho de acusação do DIAP.