«A máquina do Governo dispõe de uma redacção que ataca os artigos e os colunistas considerados hostis. Muitas vezes fala-se da ‘máquina de propaganda’ do Governo socialista. Mas nunca houve uma tentativa séria de investigar como funciona, que métodos utiliza, quantas pessoas envolve, quem a dirige, etc. Vou dizer o que sei. Essa máquina desdobra-se por várias frentes. Tem uma espécie de redacção central, que funciona como a redacção de um jornal, cuja missão é fazer constantemente contra-propaganda. Dispõe de um blogue chamado Câmara Corporativa (http://corporacoes.blogspot.com) e está permanentemente atenta a tudo o que se publica, desmentindo as notícias consideradas negativas para o Governo. Além disso, critica artigos de opinião publicados nos jornais, rebatendo os argumentos e, por vezes, ridicularizando ou desacreditando os seus autores. Mobiliza pessoas para intervir nos fóruns tipo TSF que hoje existem em todas as estações de rádio e TV. Selecciona na imprensa internacional notícias, artigos ou entrevistas favoráveis ao Governo português e põe-nos a circular entre jornalistas e colunistas ‘amigos’. É por esta última razão que vemos às vezes opiniões publicadas em obscuros órgãos de comunicação estrangeiros citadas em Portugal por diversas pessoas como importantes argumentos.»«Outra vertente são as relações com jornalistas. Há uma rede de jornalistas ‘amigos’ e a coisa funciona assim: um assessor fala com um jornalista amigo e dá-lhe determinada informação. Chama-se a isto ‘plantar uma notícia’ – e todos os Governos o fazem. Só que, uma vez a notícia publicada, às vezes com pouco destaque, os assessores telefonam a outros jornalistas e sopram-lhes: «Viste aquela notícia no sítio tal? Olha que é verdade! E é importante!». E assim a notícia é amplificada, conseguindo-se um efeito de confirmação. Umas vezes as notícias plantadas são verdadeiras, outras vezes são falsas. O Expresso, por exemplo, chegou a publicar em semanas consecutivas uma coisa e o seu contrário. Significativamente, o que estava em causa era Teixeira dos Santos, que o PS queria queimar. E constata-se que as notícias desagradáveis para a oposição têm mais eco do que outras. Veja-se a repercussão que teve uma carta de António Capucho publicada no SOL, que era um documento interessante mas não tinha a relevância que acabou por ter. A máquina de propaganda amplifica as notícias que interessam ao Governo. Em seguida, os comentadores colocados pelo PS nos vários programas de debate que hoje enxameiam as televisões repetem os argumentos convenientes. José Lello, Sérgio Sousa Pinto, Emídio Rangel, Francisco Assis, etc., repetem à saciedade, às vezes como papagaios, as mesmas ideias. E mesmo António Costa, na Quadratura do Círculo, um programa de características diferentes, não foge à regra: nunca o vi fazer uma crítica directa a Sócrates. Mas vi-o fazer uma crítica brutal a Teixeira dos Santos, na tal altura em que começou a cair em desgraça.»«As únicas situações em que as coisas fugiram do controlo da máquina socrática foram os casos Freeport e Face Oculta. Só que aí era impossível abafá-los. E para os combater foram lançadas contra-campanhas, como expliquei noutros artigos. E houve pessoas que pagaram por isso. A par das relações com os jornalistas, que se processam diariamente, há outro aspecto decisivo que passa pelo controlo dos principais meios. A tentativa de comprar a TVI falhou, mas José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes foram afastados e a orientação editorial da estação mudou. José Manuel Fernandes foi afastado do Público, e a orientação do jornal também mudou. Medina Carreira foi afastado da SIC. O SOL foi alvo de uma tentativa de asfixia. E estes são apenas os casos mais conhecidos. Por outro lado, o Governo soube cultivar boas relações com os patrões dos grandes grupos de media – a Controlinvest, a Cofina e a Impresa –, também como consequência das crises financeiras em que estes se viram mergulhados. Podemos assim constatar que, das três estações de TV generalistas, nenhuma hoje é hostil ao Governo. A RTP é do Estado, a TVI – que era muito crítica – foi apaziguada, a SIC tem--se vindo a aproximar do Executivo. Ora isto é anormal na Europa. Em quase todos os países há estações próximas da esquerda, há estações próximas da direita, há estações próximas do Governo, há estações próximas da oposição. Em Portugal é diferente.»«Ainda no plano da contra-propaganda, já falei noutras alturas da técnica do boomerang. Como funciona? Quando alguém da oposição (regra geral, o líder do PSD) diz qualquer coisa passível de exploração negativa, toda a máquina se põe a mexer para usar essa ideia como arma de arremesso contra quem a proferiu. Passos Coelho diz que quer mudar certas regras na Saúde – e logo Francisco Assis, Silva Pereira, Vieira da Silva, Jorge Lacão ou Santos Silva, os gendarmes de serviço, vêm gritar: «O PSD quer acabar com o Serviço Nacional de Saúde!». Passos Coelho diz qualquer coisa sobre as escolas públicas e as privadas – e lá vêm os mesmos dizer: «O PSD quer acabar com o ensino público gratuito!». Passos Coelho diz que quer certificar as ‘Novas Oportunidades’ – e os mesmos repetem: «O PSD ofendeu 500 mil portugueses!». E, no final, todos dizem em coro: «O PSD quer acabar com o Estado Social!». Passos Coelho não soube lidar com isto de início. E, perante estes ataques, acabou muitas vezes por bater em retirada. Propôs uma revisão constitucional e recuou. Outras vezes explicou-se em demasia. E com isso deu uma ideia de impreparação e falta de convicção, que só recentemente conseguiu corrigir. Mas a máquina não fica por aqui. Tem muitas outras frentes de combate. Os assessores do primeiro-ministro organizam dossiês para cada ministro, dizendo-lhes como devem reagir perante o que diariamente é publicado na imprensa. Assim, bem cedo pela manhã, um assessor telefona a um ministro, faz-lhe uma resenha da imprensa e diz-lhe o que ele deve responder a esta e àquela pergunta.»«Claro que há ministros que não aceitam este paternalismo. Que querem ter liberdade para responder pela sua cabeça. Mas esses ficam logo marcados. Admito que Luís Amado não aceite recados, estou certo de que Campos e Cunha não os aceitou, Freitas do Amaral também não. Mas a maioria dos outros aceitou-os ou aceita-os, até para tranquilidade própria: assim têm a certeza de não cometer gaffes e não desagradar ao primeiro-ministro. E já não falo nos boys colocados em todos os Ministérios e em todas as administrações das empresas públicas e que funcionam como correias de transmissão da opinião do Governo. Rui Pedro Soares é o caso mais conhecido. Mas obviamente não é o único. Eles estão por toda a parte. Muitas vezes nem têm posições de grande relevo. Mas o facto de se saber que são os porta-vozes do poder confere-lhes importância acrescida, porque as pessoas receiam-nos. Como resultado de tudo isto, muita gente, mesmo dentro do PS, tem medo. Evita falar. No congresso socialista, que mais parecia um encontro da IURD, vimos pessoas respeitáveis participar alegremente na farsa sem um gesto de distanciação. Chegou a meter dó ver António Costa, António Vitorino, o próprio Almeida Santos, envolvidos naquela encenação patética. Que foi produzida como uma super-produção, com sofisticados meios audiovisuais. Quando Sócrates começou a proferir a primeira das três últimas frases do seu último discurso, uma música ‘heróica’ começou a ouvir-se baixinho. E foi subindo, subindo de tom – e quando Sócrates acabou de falar a música estoirou, as luzes brilharam, não sei se houve fogo preso mas podia ter havido, choveram flores, foi a apoteose.»«Quem dirigirá esta poderosa e bem oleada máquina de propaganda e contra-propaganda? Haverá certamente um núcleo duro, ao qual não serão alheios aqueles que dão a cara nos momentos difíceis: Francisco Assis, Jorge Lacão e os três Silvas: Vieira da Silva, Augusto Santos Silva e Pedro Silva Pereira. Há quem fale numa personagem misteriosa, sibilina, que não gosta dos holofotes e que dá pelo nome de Luís Bernardo. Actualmente é assessor de Sócrates, antes foi assessor de Carrilho na Cultura. Pedro Norton, actual número 2 da Impresa e seu amigo, diz que ele é «o homem mais inteligente que conhece». Acontece que uma máquina política pode ser muito boa, pode estar muito bem oleada, pode funcionar na perfeição, mas tem sempre um ponto fraco: depende em última análise da performance de um homem. Durante anos essa performance foi quase perfeita – por isso chamei a Sócrates um ‘robô político’. Ora esse robô, agora, começou a falhar. E a derrota televisiva perante Passos Coelho pode ter posto em causa toda a engrenagem. O robô engasgou-se, exaltou-se, esteve à beira de colapsar. E quando isso acontece não há máquina de propaganda que valha.» (in, Jornal Sol, "O robô e a máquina de propaganda", 30 de Maio de 2011, por José António Saraiva, http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interior.aspx?content_id=20467).
NATO VISTA PELOS AFEGÃOS COMO FORÇA DE OCUPAÇÃO
A NATO arrisca-se a ser vista como uma “força de ocupação” se continuar a bombardear as casas dos afegãos. O aviso foi feito, esta manhã, pelo presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, apenas dois dias depois de ter lançado um “último aviso” à força internacional, apelando para que cesse as “operações unilaterais”. Uma reação ao raide aéreo que, no sábado, que matou 14 civis, incluindo 10 crianças, segundo as autoridades locais. A NATO pediu ontem desculpas pelo sucedido, justificando que os helicópteros visaram um local onde se escondiam cinco insurgentes, mas acabaram por atingir duas casas. Na mensagem desta terça-feira, Hamid Karzai relembrou que os ataques contra as habitações não são permitidos e que o povo afegão já perdeu a paciência. A reportagem em: http://pt.euronews.net/2011/05/31/karzai-alerta-a-nato-para-que-nao-seja-forca-de-ocupacao/.
STRAUSS KAHN UM ELO INCONVENIENTE AO FMI E À NWO, AGORA AFASTADO
Dominique Strauss Kahn foi vítima de uma conspiração construída ao mais alto nível por se ter tornado uma ameaça crescente aos grandes grupos financeiros mundiais. As suas recentes declarações como a necessidade de regular os mercados e as taxas de transacções financeiras, assim como uma distribuição mais equitativa da riqueza, assustaram os que manipulam, especulam e mandam na economia mundial. Não vale a pena pronunciar-nos sobre a culpa ou inocência pelo crime sexual de que Dominique Strauss Kahn é acusado, os media já o lincharam. De qualquer maneira este caso criminal parece demasiado bem orquestrado para ser verdadeiro, as incongruências são muitas e é difícil acreditar nesta história. O que interessa aqui salientar é: quem beneficia com a saída de cena de Strauss Kahn? Convém lembrar que quando em 2007 ele foi designado para ser o chefe do FMI, foi eleito pelo grupo Bilderberg, do qual faz parte. Na altura, ele não representava qualquer "perigo" para as elites económicas e financeiras mundiais com as quais partilhava as mesmas ideias. Em 2008, surge a crise financeira mundial e com ela, passados alguns meses, as vozes criticas quanto à culpa da banca mundial e à ao papel permissivo e até colaborante do governo norte-americano. Pouco a pouco, o director do FMI começou a demarcar-se da política seguida pelos seus antecessores e do domínio que os Estados Unidos sempre tiveram no seio da organização. Ainda no início deste mês, passou despercebido nos media o discurso de Dominique Strauss Kahn. Ele estava agora bem longe do que sempre foi a orientação do FMI. Progressivamente o FMI estava a abandonar parte das suas grandes linhas de orientação: o controlo dos capitais e a flexibilização do emprego. A liberalização das finanças, dos capitais e dos mercados era cada vez mais, aos olhos de Strauss Kahn, a responsável pela proliferação da crise "made in America".
O chefe do FMI mostrava agora nos seus discursos uma via mais "suave" de "ajuda" financeira aos países que dela necessitavam, permitia um desemprego menor e um consumo sustentado, e que portanto não seria necessário recorrer às privatizações desenfreadas que só atrasavam a retoma económica. Claro que os banqueiros mundiais não viam com bons olhos esta mudança, achavam que esta tudo bem como sempre tinha estado, a saber: que a política seguida até então pelo FMI tinha tido os resultados esperados, isto é os lucros dos grandes grupos financeiros estavam garantidos. Esta reviravolta era bem-vinda para economistas progressistas como Joseph Stiglitz que num recente discurso no Brooklings Institution, poderá ter dado a sentença de morte ao elogiar o trabalho do seu amigo Dominique Strauss Kahn. Nessa reunião Strauss Kahn concluiu dizendo: "Afinal, o emprego e a justiça são as bases da estabilidade e da prosperidade económica, de uma política de estabilidade e da paz. Isto são as bases do mandato do FMI. Esta é a base do nosso programa". Era impensável o poder financeiro mundial aceitarum tal discurso, o FMI não podia transformar-se numa organização distribuidora de riqueza. Dominique Strauss Kahn tinha-se tornado num problema. Recentemente tinha até declarado: "Ainda só fizemos metade do caminho. temos que reforçar o controlo dos mercados pelos Estados, as políticas globais devem produzir uma melhor distribuição dos rendimentos, os bancos centrais devem limitar a expansão demasiado rápida dos créditos e dos preços imobiliários Progressivamente deve existir um regresso dos mercados ao estado". A semana passada, Dominique Strauss Kahn, na George Washington University, foi mais longe nas suas declarações: "A mundialização conseguiu muitos resultados... mas ela tem também um lado sombrio: o fosso cavado entre os ricos e os pobres. Parece evidente que temos que criar uma nova forma de mundialização para impedir que a "mão invisível" dos mercados se torne num "punho invisível"". Dominique Strauss Kahn assinou aqui a sua sentença de morte, pisou a linha vermelha dos perigosos Bilderberg, por isso foi simplesmente "afastado".
PARQUE ESCOLAR VAI COBRAR RENDAS ÀS ESCOLAS
A Parque Escolar EPE (http://www.parque-escolar.pt), criada pelo Decreto-Lei nº41/2007, de 21-2 (http://dre.pt/pdf1sdip/2007/02/03700/12871294.pdf), é a empresa pública que veio assumir as competências dos serviços de obras das Direcções Regionais de Educação, que sucederam à extinta Direcção Geral das Construções Escolares. Os resultados líquidos dos exercícios têm sido negativos, como já se imaginava (2009 - 1.716.536,43 euros de prejuízo) e a maior parte dos finaciamentos provêm de bancos estrangeiros (só o Banco Europeu de Investimentos financia 50%) e são mais uma dívida a acrescentar ao défice público (Vide Relatórios de Gestão de 2007, 2008 e 2009). Para cobrir os resultados negativos de exploração e o serviço da dívida a bancos de investimento estrangeiros, a Parque Escolar vai cobrar rendas às escolas de 1,65 €/m2. (in, http://ex-dgemn.blogspot.com).
ITÁLIA LIBERTA-SE DOS ANOS DE OPRESSÃO DA EXTREMA-DIREITA DE BERLUSCONI
Caiu o bastião da direita italiana de Silvio Berlusconi. Milão passou para as mãos da esquerda na segunda volta das eleições municipais. A festa não se fez esperar. Giuliano Pisapia é o rosto da vitória. Obrigou a direita a discutir a segunda volta, o que já não acontecia há 15 anos, e acabou com um reinado com cerca de duas décadas. O candidato de centro-esquerda recolheu 55% dos votos, mais 10 pontos percentuais que a autarca cessante do partido no poder. O seu discurso de vitória parecia referir-se a um período de opressão e ditadura: "Libertámos Milão!!!". A conquista de Nápoles, feudo eleitoral da esquerda era outro dos objetivos do partido de Berlusconi. O candidato de direita ficou à frente na primeira volta, mas não resistiu ao tira-teimas. Luigi de Magistris apoiado pela esquerda recolheu 65% dos votos. O candidato do partido Povo da Liberdade não foi além dos 35%. O centro-esquerda já tinha conquistado Turim e Bolonha. Face aos resultados, muitos analistas admitem que partido aliado de Silvio Berlusconi, possa abandonar o governo. 81 Municípios passaram para a esquerda e juntos, derrotaram de vez a imagem de Sílvio Berlusconi. Em Itália o poder mudou de mãos, depois de vários anos das políticas muito pouco ortodoxas e escândalos sexuais de Berlusconi. O primeiro-ministro, a braços com a mais baixa taxa de popularidade de sempre, já reconheceu a derrota nas eleições, mas garante que continua a contar com o apoio da Liga do Norte. (in, Euronews).
TROIKA PREOCUPADA COM A HIPÓTESE DE PORTUGAL NÃO CUMPRIR ACORDO
A “troika” internacional manifesta preocupação com o risco de Portugal não cumprir as condições do acordo negociado com o FMI, BCE e Comissão Europeia. Em causa estão os reduzidos prazos para a introdução das medidas previstas no memorando. Os prazos para a execução das reformas foram encurtados após uma reunião dos ministros das Finanças em Bruxelas. Na base desta redução esteve a pressão de vários Governos do Norte da Europa. O líder do PSD voltou a prometer que se for eleito primeiro-ministro fará tudo para cumprir os prazos ditados pela “troika”. Pedro Passos Coelho escusou-se, no entanto, a comprometer-se com antecipação relativamente às medidas em si e voltou a criticar o Governo por não ter informado os partidos da oposição da alteração de calendários.
"THE GUARDIAN" ARRASA PORTUGAL RELATIVAMENTE À SEGURANÇA PARA TURISTAS
Um turista britânico, de 50 anos, morreu no Hospital de Faro, vítima de agressões no concelho de Albufeira. "O homem deu entrada dia 15 de maio no hospital por suspeita de agressão. Apresentava vários hematomas e traumatismos, nomeadamente um traumatismo na zona craniana, e ficou internado na Unidade de Cuidados Intensivos, porque o seu estado era muito greve". A vítima, de nacionalidade inglesa, agredida numa rua do concelho de Albufeira, veio a falecer dia 25, na quarta-feira passada, tendo sido pedida uma autópsia. No sítio da Internet "The Guardian" pode ler-se hoje que a vítima se chamava Ian Haggath, e era de Dunston, perto de Gateshead. A investigação deste caso esteve a cargo da GNR, mas poderá ter que passar para a alçada da Polícia Judiciária com a morte da vítima. A causa das agressões ainda não está totalmente apurada, até porque a vítima não foi roubada, adiantou a mesma fonte policial. Recentemente também um militar britânico foi atacado violentamente tendo falecido devido a um severo golpe no crâneo. Um outro jovem irlandês terá estado também em coma depois de agredido mas conseguiu recuperar. Os ataques, apesar de não provados, são atribuídos ao conhecido gang de Albufeira - o KDP (siglas de Quinta da Palmeira). Há cerca de um mês, um GNR do Posto de Albufeira foi agredido com um taco de basebol por dois elementos do KDP. Estava à civil e em tempo livre, caminhando na zona da Piscina Municipal, mas foi reconhecido. Fugiu e foi perseguido até ao estacionamento do Posto, onde os dois elementos foram detidos. Saíram em liberdade. Há um ano, outro militar do posto foi também agredido por elementos do gang. As agressões sugerem actos de vingança, a militares isolados, pelo forte empenho que a GNR local tem tido no combate ao gang. Este gang é constituído por delinquentes muito jovens, quase todos adolescentes, que lideram a pequena criminalidade em Albufeira. Actuam sobretudo na cidade onde, este fim-de-semana, na zona de Montechoro, terão ‘feito’ cerca de uma dezena de residências, de onde furtaram plasmas (o seu alvo principal), telemóveis e algum ouro. Mas são também suspeitos de roubos por esticão a turistas, sobretudo no Verão, e também não desdenham o furto de viaturas. Há cerca de um mês, terão agredido, com um bastão, um militar da GNR e, há um ano, outro, à cabeçada. Referenciado por dezenas de crimes em Albufeira o gang mantém a sua actividade criminosa também em Armação de Pêra e Carvoeiro. A GNR reconhece-lhe "identidade própria e alguma organização", tendo fonte do Comando admitido estarem a decorrer "mais de uma dezena de inquéritos" com ele relacionados. Desde o seu aparecimento, há cerca de ano e meio, a actuação do KDP tem constituído uma dor de cabeça para as autoridades, moradores e empresários locais. Já comparados aos jovens delinquentes do Bairro da Bela Vista de Setúbal, o gang já é temido em Albufeira sobretudo pelos comerciantes e ingleses residentes. No bairro da Quinta da Palmeira, o silêncio é a palavra de ordem. Os próprios moradores têm receio do grupo, sobretudo no horário nocturno, altura em que as cerca de duas dezenas e meia de elementos do KDP (sobretudo rapazes mas também raparigas), "enchem o largo do Centro de Emprego e outras zonas do bairro, bem como as imediações das Piscinas Municipais, a fumar charros e a fazer barulho". Grafittis com tags nas paredes e no pavimento confirmam, aliás, ser aquele o seu território. Com idades entre os 13 e os 20 anos (os mais velhos são os líderes naturais), os KDP revelam organização. Furtam em grupo e fazem contravigilância, com recurso a auto-rádios, para detectar a GNR. Bonés na cabeça, meias sobre as calças: a imagem de marca dos KDP, alguns dos quais se identificam, na internet, como ligados ao grupo da Quinta da Palmeira. O sentido de identidade é claro e já uma imagem de marca de terror. No entanto são já inúmeras cidades ou localidades onde se estão a formar aos poucos gangs de jovens com os mesmos códigos de actuação.
PORTUGAL O PAÍS EUROPEU COM MAIS CRIANÇAS POBRES
2010 foi um ano em que Portugal também deu a cara pelo Ano Europeu Contra a Pobreza. Só o site oficial desta campanha contou com 135 mil visitas e a página do Facebook tem 18 mil fãs. Mas este foi também um ano em que a situação de muitas famílias se agravou. Portugal lidera mesmo a tabela dos países europeus com mais crianças pobres. E 2011 não deverá ser melhor. Quando foi idealizado, o Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social seria uma forma de marcar na agenda a questão da pobreza. Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, diz: «Vemos a pobreza a aumentar de forma desmesurada, causada pelas falências, desemprego e falta de apoio a muita gente que não recebe subsídios porque não descontava. Temos um mundo de gente em maus lençóis». Jardim Moreira aponta as crianças como o grupo mais frágil e lembra os últimos dados do Eurostat que colocam «Portugal à frente na Europa com a maior percentagem de crianças pobres»: um em cada quatro meninos que vivem no país passa dificuldades.
«É a falta de habitação, de higiene, de saúde, de acompanhamento familiar... São um conjunto de situações que levam a que a criança não tenha as condições necessárias para um crescimento integral e equilibrado». Pobreza não implica só ter falta de dinheiro. Estas crianças são «filhas de mães adolescentes, solteiras, divorciadas, que ficam muito debilitadas no seu apoio». Depois, «abandonam a escola» ou «têm insucessos escolares». No futuro «terão necessariamente dificuldades de reinserção». É ainda cedo para perceber se foi o agravamento da crise que fez com que a problemática ganhasse destaque ou se foi o Ano Europeu que fez com que o tema passasse a ser mais falado. Certo é que em 2010 a palavra «pobreza» passou a estar diariamente nos meios de comunicação social. De acordo com números do gabinete responsável pelo ano europeu do Instituto da Segurança Social, na imprensa escrita e online, as notícias sobre o tema ultrapassaram as 3.300. Na televisão, 220 notícias falaram no Ano Europeu. E na rádio mereceu 139 notícias. Estes números só dizem respeito a peças em que tenha sido referido expressamente o Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza. Existem muitas outras sobre pobreza que não estão aqui contabilizadas, alertam os responsáveis pelo ano europeu em Portugal. Houve também uma «mobilização muito elevada» das associações e da sociedade civil. Mas o cenário não deverá melhorar no ano que vem.
FRANCISCO LOUÇÃ: "PORTUGAL NÃO PODE SER UMA PROVÍNCIA DA BANCA MUNDIAL"
"Portugal não pode ser uma província dos bancos nacionais e estrangeiros", frisou Francisco Louçã num almoço-comício - na Alfândega do Porto. O líder do BE contou com mais de cinco centenas de apoiantes nesta iniciativa e recordou "o caso do BPN e os milhões que este já custou ao país e aos contribuintes". Disse ser necessário que o país com o seu voto "defenda os seus. Nesta campanha vamos virar o resultados das eleições para que o seu voto decida para responder pelo país" acrescentou. Francisco Louçã denunciou que foi "com votos falseados que se chegou a esta crise" e que " é necessário castigar os que pedem o voto para voltar a diminuir a escola pública e o Estado Social". O líder dos bloquistas assegurou que há um voto "que diz que não desistimos do rigor das contas, e que este voto é no do Bloco". Pelo contrário contestou os que pedem o voto para privatizar os CTT. Todos os que pedem o voto para as privatizações. Mas nós votamos por todos contra a privatização pois a chave do voto é a defesa da economia e das pessoas " exclamou . Louçã frisou ainda que "o país inteiro já sabe que a Grécia segue de há um ano o caminho de Portugal e está na bancarrota". Assegurou ser necessário que se aprenda com o caso grego. Com emoção lembrou ainda o poema de Natália Correia "Queixa das jovens Almas Censuradas", um hino dos anos setenta.
ESTADO EMITIU MAIS DE 3.700 CARTAS DE CONDUÇÃO FALSAS
Pelo menos 3.700 formulários foram produzidos com irregularidades em delegações regionais do Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT), permitindo a emissão de cartas de condução falsas. Os casos foram denunciados há três anos ao IMTT - entidade que herdou a competência de emitir cartas de condução da extinta Direcção-Geral de Viação (DGV). Ao que o DN apurou, a única medida tomada pelo IMTT na sequência das denúncias foi rescindir litigiosamente o contrato que tinha com a empresa responsável pelo processamento das cartas, pela sua digitalização e pela segurança. O processo está em tribunal. As recentes detenções pela Polícia Judiciária (PJ) de quatro funcionários da delegação regional de Lisboa do IMTT são apenas a ponta do icebergue. O DN teve acesso a uma extensa e exaustiva documentação que mostra que todas as delegações regionais aprovaram formulários com irregularidades para produzir cartas falsificadas. (in, Diário de Notícias).
MAIS UMA DERROTA DE MERKEL: ALEMANHA ABANDONA ENERGIA NUCLEAR
A Alemanha diz “não” à energia nuclear. Depois de muitas manifestações e da catástrofe japonesa de Fukushima, o governo germânico decidiu que o país vai ser a primeira potência industrial a desistir deste tipo de energia. O “apagão nuclear” está marcado para 2022, quando serão encerrados os últimos três dos 17 reatores do país. A decisão foi tomada ontem à noite e será formalizada em conselho de ministros a seis de junho. O ministro alemão do Ambiente disse que é algo “irreversível”. Norbert Röttgen detalhou que os sete reatores mais antigos – que já estavam afetados por uma moratória após o acidente nuclear de Fukushima – e o reator de Kruemmel vão ser desativados. “Um segundo grupo de seis reatores vai sair da rede até 2021 e os mais modernos vão ser encerrados em 2022”, concluiu. Até lá, a Alemanha tem de encontrar formas alternativas para produzir os 22 por cento de eletricidade até agora assegurada pelas centrais nucleares. Uma marcha atrás do governo de Angela Merkel que, no final do ano passado, tinha votado o prolongamento de doze anos da exploração dos reatores do país. A reportagem em: http://pt.euronews.net/2011/05/30/alemanha-anuncia-abandono-do-nuclear-em-2022/.
JERÓNIMO DE SOUSA: É PRECISO COMEÇAR A DEBATER A NOSSA SAÍDA DA ZONA EURO
Com a adesão à moeda única, Portugal perdeu "mecanismos de flexibilidade monetária e de adaptação" que seriam importantes numa crise, diz o líder do PCP. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu a saída de Portugal da zona euro de uma forma que "salvaguarde o interesse nacional", afirmando que é preciso começar a debater essa saída. "É um grande debate nacional que é preciso travar na sociedade portuguesa", disse Jerónimo de Sousa em entrevista à Agência Lusa, frisando que o PCP faz essa defesa "com grande sentido de responsabilidade". Jerónimo de Sousa afirmou que os comunistas alertaram, desde a adesão à União Europeia - à altura Comunidade Económica Europeia - para os riscos de pertencer à Zona Euro. O secretário-geral comunista afirma que se baseia numa "avaliação objectiva, sem carga ideológica", para concluir que "a História" acabou por dar razão ao PCP. Com a adesão à moeda única, Portugal perdeu "mecanismos de flexibilidade monetária e de adaptação" que seriam importantes numa crise. Outros alertas foram dados: "perda de competitividade, desmontar do aparelho produtivo, daquilo que sabíamos fazer bem". E avisou: "não venham agora aqueles que se valeram do euro", referindo-se nomeadamente à Alemanha, querer "expulsar sem condições" países como Portugal, "com todas as consequências que isso teria". (in, Jornal de Negócios).
ECONOMIA IRLANDESA EM COLAPSO PRECISA DE NOVO EMPRÉSTIMO DO FMI
A Irlanda pode precisar de um empréstimo adicional da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), admitiu este domingo o ministro dos Transportes irlandês, Leo Varadkar, em declarações ao Sunday Times. Segundo o governante, é improvável que a Irlanda consiga financiar-se no mercados de dívida pública no próximo ano, tal como planeado no programa da 'troika', afirmou o responsável, citado pela agência de informação financeira Bloomberg. Mesmo em 2013, a Irlanda pode ainda ter dificuldades em ir aos mercados, acrescentou Leo Varadkar, acrescentando que, se tal acontecer, pode ser necessário "um segundo programa" ou "uma extensão do programa já existente". Este é o primeiro governante irlandês a admitir a possibilidade de ser necessário um novo empréstimo a somar aos 85 mil milhões de euros concedidos pela Europa e pelo FMI em Novembro de 2010. Até agora, os políticos irlandeses ficavam-se por um pedido de redução da taxa de juro e um aumento da duração do programa de ajustamento, tal como fez recentemente a ministra irlandesa para a Acção Social, Joan Burton. Em entrevista ao Libération, a responsável argumentou que a Irlanda tem de pagar uma taxa de juro média de 5,8% à UE, enquanto a da Grécia é de 4,25%.
COMBOIO NO ROSSIO SOFRE TERROR DE MINUTOS
Trinta jovens, de bairros problemáticos da Linha de Sintra, invadiram de repente o comboio no Rossio, Lisboa, em direcção a Sintra, pelas 23h00 de sábado. Sem bilhete e a maior parte de capuz na cabeça, espalharam o terror entre dezenas de pessoas, que foram obrigadas a correr nas carruagens. O comboio acabou por parar em Benfica – e, na estação, à espera do gang, já estavam vários agentes da PSP, que conseguiram capturar catorze elementos. Foram levados para a esquadra e acabaram colocados em liberdade. Foram apenas identificados. Alguns passageiros foram ameaçados de morte e outros de que iriam ser roubados. O pânico foi geral e obrigou os revisores a alertar a PSP sobre a situação. Na estação de Benfica estava já montada uma operação policial para abordar o grupo de jovens. "A comunicação que a PSP recebeu foi de que havia distúrbios no interior do comboio e que os passageiros estavam desesperados e a querer abandonar as carruagens. A par dos passageiros do comboio também os revisores das carruagens se tornaram alvo das ameaças do gang. Luís Bravo, presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), teme que este ano se repita a violência de 2010 no que toca a roubos e agressões a passageiros e revisores.
CRIANÇAS USADAS POR REDE SÉRVIA QUE ASSALTA CASAS
Menores sérvios assaltaram casas em Portugal sob as ordens de uma rede internacional agora desmantelada em Espanha. O método era idêntico ao de um grupo que foi detido, há dois anos, no nosso país. A PSP está a cooperar com as autoridades espanholas. À organização criminosa visada nas últimas semanas pela Polícia espanhola - num total de 29 detenções - é atribuída a autoria de mais de uma centena de assaltos a residências, contabilizando os que foram cometidos também em Portugal, Itália e França.
GREVES IRRESPONSÁVEIS DA CP ENTRAM NOS BOLSOS DAS CLASSES DESFAVORECIDAS
A CP espera que esta segunda-feira não haja comboios a circular na maior parte do país, devido à greve de 24 horas dos revisores e operadores de bilheteira declarou a porta-voz da CP-Comboios de Portugal, Ana Portela, que espera que a supressão das circulações possa atingir "a ordem dos 100%". Os serviços Intercidades, Regionais e Urbanos deverão sofrer elevadas perturbações, enquanto os comboios Alfa Pendular vão ficar totalmente paralisados por opção da empresa. A greve de 24 horas desta segunda-feira dos revisores e operadores de bilheteira da CP é convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI). O presidente do sindicato, Luís Bravo, afirmou esperar que um taxa de adesão "enorme" uma vez que os trabalhadores "não entendem" que ainda não tenha sido posto em prática o acordo assinado, a 21 de Abril, entre a Comissão Executiva da CP e os sindicatos que representam os trabalhadores da empresa. Além disso, os grevistas discordam da redução, a partir de 1 de Junho, da oferta de comboios das áreas urbanas, com especial incidência nas linhas urbanas de Cascais e de Sintra.
ACAMPAMENTO DO ROSSIO CENSURADO NAS TELEVISÕES E IMPRENSA
Estão acampados no Rossio há mais de uma semana, mas têm passado ao lado das televisões e imprensa. Novos e velhos estão juntos e debatem o futuro do País. Indignados, descontentes e inspirados pelo que aconteceu na Porta do Sol em Madrid, vários portugueses juntaram-se, primeiro, na embaixada de Espanha, e depois no Rossio, onde estão concentrados há oito dias seguidos. Há música, ioga, debates... É a busca pela "Democracia Verdadeira", que nem a chuva demove, nem a ausência de mediatismo. São os jovens, principalmente, que lá estão. São eles quem assegura que a praça do Rossio tem sempre actividade. Mas não são só eles. Todos os dias há uma assembleia às 19h00 - para tirar partido das pessoas que saem do trabalho. Cada pessoa pode falar ao microfone e dar sugestões ou fazer propostas, que depois serão votadas. Foi assim que surgiu o manifesto. O objectivo é ficar no mínimo até às eleições de 5 de Junho. O manifesto explica o porquê da vigília. «Unidos pela indignação perante a situação política e social sufocante que nos recusamos a aceitar como inevitável, ocupámos as nossas ruas. [...] O resgate assinado nas nossas costas com o FMI e a UE sequestrou a democracia e as nossas vidas. O apelo é para que todas as pessoas se unam para que se possa "mudar de vez as regras deste jogo viciado"».
O movimento não tem apoio institucional de ninguém, nem mesmo da Câmara de Lisboa. Mas conta com apoios pontuais de restaurantes da zona, que dão comida, e até de tipografias que se oferecem para imprimir os panfletos, prossegue a estudante. Várias lonas ocupam o espaço entre a estátua de D. Pedro IV e alguns dos postes e árvores envolventes. O movimento 12 de Março também tem marcado presença. João Labrincha, um dos organizadores da manifestação da geração à rasca, diz que tem estado presente nas assembleias, onde já ouviu "coisas muito interessantes". Helena Roseta, vereadora da Câmara de Lisboa, também tem aproveitado para participar nas assembleias. Não como vereadora, mas como cidadã. "Estou preocupada com a situação do País e quero tentar perceber o que lá se passa. O que é um facto é que a democracia não tem respondido às necessidades da população", destaca. A vereadora critica o facto de o movimento não estar a merecer a devida atenção dos média. O "El País" ilustra a página seis da sua edição de ontem com a assembleia popular do Rossio.
DURÃO BARROSO EXIGE APOIO MAIORITÁRIO AO PLANO DA TROIKA APÓS ELEIÇÕES
Presidente da Comissão Europeia exige que os partidos que assinaram o acordo com a troika mantenham o seu apoio ao programa depois das eleições, mesmo que não ascendam ao Governo. Em entrevista ao “Diário Económico”, Durão Barroso demonstra algum receio de que o partido que perca as eleições e não faça parte do Executivo, após as eleições de 5 de Junho comece a fazer oposição ao programa e alerta para possíveis consequências negativas deste cenário. “No Governo ou fora do Governo, tem de haver um apoio maioritário [à execução do Programa da ‘troika'] se Portugal quiser continuar a receber o apoio dos outros países da Zona Euro”, afirmou o responsável. Durão Barroso recusou “dizer qual deve ser o Governo” por considerar que não lhe “compete entrar na política interna portuguesa”, mas “seja qual for o resultado das eleições, há uma coisa essencial: é que haja um apoio pelo menos dos três principais partidos [PS, PSD e PP], aqueles que apoiaram o programa [da ‘troika'], agora na sua execução”, acrescenta. (in, Jornal de Negócios).
MARCELO: PRESIDENTE DA REPÚBLICA PODERÁ TER DE DESEMPATAR ELEIÇÕES
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que há apenas “10%” de probabilidades de o PS ganhar as eleições legislativas e que é “muito difícil” algum partido conseguir maioria absoluta. Para o comentador político, o cenário “claramente mais provável” que sairá das eleições de 5 de Junho é um Governo formado pelo PSD e pelo CDS-PP. “Neste momento, o cenário de o PS ganhar as eleições é um cenário que tem uma probabilidade, a meu ver, de 10%”, disse. "Com os dados disponíveis, é muito difícil que um partido chegue à maioria absoluta". Sublinhou que para um partido ter maioria absoluta teria de superar os 44% de votos, e o PSD, conseguirá no máximo 39%. “O salto de 39 para 44 ou 45 não é fácil, parece não ser fácil, neste momento, qualquer partido ter maioria absoluta”, reiterou. No caso de o PS vencer as eleições mas o PSD e o CDS juntos terem maioria, Marcelo considerou que o Presidente da República teria “um papel a desempenhar e encontraria certamente uma solução maioritária para o país”.
CP NÃO PAGA DÍVIDAS CASO PORTUGAL ENTRE EM SÉRIA RECESSÃO
José Benoliel afirma que a transportadora (CP) gera receitas para cobrir os custos, mas que a dívida histórica continua a empurrar a empresa para baixo. Adianta que os problemas de financiamento da empresa são com a banca nacional e que é preciso aproveitar esta janela de oportunidade para resolver os problemas do sector. Caso o Estado não financie a dívida a empresa poderá entrar em colapso quase imediato, levando o caos a muitos sectores da vida portuguesa e dos utentes.
2.º DIA DE PROTESTOS NA GRÉCIA
Pelo segundo dia consecutivo, os gregos voltaram a manifestar-se em frente ao Parlamento, em Atenas. Cerca de três mil pessoas responderam ao apelo lançado no Facebook e concentraram-se para protestar contra as medidas de austeridade. À semelhança da “geração à rasca” em Portugal e do “M15” em Espanha, um coletivo autointitulado “os indignados” lançou a ideia pela internet. “As medidas que estão a ser tomadas são contra os trabalhadores e contra os cidadãos. Por que é que os cidadãos devem pagar aos ladrões que nos roubaram o dinheiro. Eles devem pagar, acabar atrás das grades e ser substituídos por pessoas dignas”, diz uma manifestante. O movimento nasceu após o anúncio, na segunda-feira, de novas medidas de austeridade. Face à crise financeira e social, esta sexta-feira os líderes de todos os partidos têm encontro marcado com o presidente grego.
PORTUGAL ÚNICO PAÍS EM RECESSÃO EM 2012
Portugal vai ser o único dos 34 países da OCDE em recessão em 2012. Já recentemente tinha ‘ganho’ esse título na União Europeia. Segundo as previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, para além da contracção da economia nos próximos dois anos, o desemprego vai voltar a bater recordes e as famílias vão pôr um travão a fundo nos gastos. As previsões apontam para um recuo de 2,1% este ano e de 1,5% em 2012. Nesse ano, a segunda pior evolução das economias da OCDE é a de Espanha, que crescerá 1,6%. A explicar a contracção da economia portuguesa nos próximos anos está o travão no consumo das famílias. Confrontadas com aumento de impostos, cortes nos salários e subida dos juros, a OCDE antecipa um recuo de 4,1% neste ano e de 3,7% no próximo. O Banco de Portugal já tinha alertado para um recuo "sem precedentes" do rendimento disponível das famílias portuguesas. Em recessão, o desemprego dispara, e deve atingir os 12,7% em 2012. O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, voltou ontem a apontar para a "insuficiência crónica da poupança" das famílias, empresas ou do Estado português, que têm agora uma oportunidade de inverter essa realidade. O responsável, que falava numa conferência em Lisboa, alertou ainda para a "catarse" que serão os próximos anos, considerando que o pedido de ajuda era "inevitável e inadiável". Carlos Costa diz que há falta de "líderes clarividentes" e defende ainda a necessidade de se avaliar a idoneidade dos accionistas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já entregou na terça-feira a primeira tranche de ajuda financeira a Portugal, no valor de 6,1 mil milhões de euros, segundo fonte da instituição em Washington.
AGENTES DA PSP LEVAM PAPEL HIGIÉNICO DE CASA PARA O SERVIÇO
A PSP está a viver com uma lógica de "desenrascanço" que já começou a afectar o trabalho da Polícia. A denúncia é da principal associação sindical, que diz haver falta de viaturas e também de papel higiénico e tinteiros nas fotocopiadoras das esquadras. Por todo o país, estão largas dezenas de viaturas das diversas unidades da Polícia imobilizadas por não haver verbas para reparações ou substituições de pneus. Mas a falta de dinheiro já chegou a coisas mais básicas, como o papel higiénico, e os agentes já são obrigados a levá-lo de casa. A falta de tinteiros que estará a atrasar o andamento dos processos também faz parte das queixas da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), que garante que a falta de verbas já começou a afectar o bom funcionamento do policiamento.
RESISTIRÁ OBAMA AO INCUMPRIMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA DOS EUA?
O governo americano ultrapassou o limite legal da dívida, fixado em 14,3 biliões de dólares (10,1 biliões de euros), há precisamente nove dias. Como os gastos superam largamente a receita, a administração decidiu adoptar "medidas extraordinárias" para não comprometer o limite autorizado pelo Congresso, nomeadamente a suspensão de pagamentos aos fundos federais de pensões de reforma e invalidez, para travar o aumento das suas dívidas a terceiros. No entanto, refere o Tesouro, ficará sem alternativas a 2 de Agosto. Mas não só. Na ausência de um "Plano B" é inevitável que o governo americano entre em incumprimento. Política à parte, a solução é óbvia: aumentar a receita sem subir impostos. Um sistema fiscal mais simples com uma base tributária mais alargada pode estimular a receita e baixar os juros. Eis o elemento chave do plano Bowles-Simpson, subscrito pelo senador Republicano Tom Coburn, figura de proa na defesa de um acordo orçamental bipartidário, mau grado o desacordo do seu partido. Em Agosto a solução poderá passar por uma estratégia de "metas e mecanismos desencadeadores". Ou seja, por combinar, numa fase inicial, cortes na despesa e metas para os défices futuros com medidas automáticas para reduzir a despesa ou aumentar impostos no caso de as metas serem ultrapassadas. Os Republicanos querem mecanismos desencadeadores para reduzir automaticamente a despesa, mas opõem-se à subida automática de impostos. (in, Clive Crook, Colaborador do "Financial Times", tradução de Ana Pina).
MINISTRO ALEMÃO CONTRA REESTRUTURAÇÃO DA DÍVIDA GREGA
O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble pediu mais paciência e criatividade para se fazer face à crise de dívida. "Um cenário de reestruturação é considerado arriscado por muitos que percebem da matéria", disse Schäuble em declarações publicadas hoje no jornal económico alemão ‘Handelsblatt'. O responsável do Tesouro alemão considera que essa situação "poderia fazer com que vençam imediatamente todos os créditos concedidos com as consequências derivadas para a capacidade de pagamento da Grécia". As consequências seriam então mais catastróficas do que as originadas pela falência da Lehman Brothers, alertou o ministro alemão, que pediu mais paciência para se fazer face à crise. "Para já, parece que os gregos precisam de mais tempo", disse Schäuble, que pondera defender na União Europeia o desenvolvimento de uma iniciativa para incrementar os investimentos na Grécia, como uma aposta nas energias renováveis. "Devemos ser mais criativos na União Europeia", considerou o ministro, que rejeita também o envolvimento da banca privada na solução do problema grego. Schäuble sustentou que "não se trata de fazer um favor aos bancos" ao salientar que "todos temos interesse num sistema financeiro que funcione na perfeição". "Uma economia que não funcione na hora de conseguir dinheiro é semelhante a uma sociedade que fique sem água ou electricidade", concluiu. (in, Económico).
TRIBUNAL ARRASA ARGUMENTOS DE QUEIXA-CRIME FEITA POR JOSÉ SÓCRATES
A notícia caiu como uma bomba em Fevereiro de 2006. O jornalista Rui Costa Pinto escrevia, na "Visão", que "o primeiro-ministro estava a criar um novo núcleo de serviços de informação, não previsto na lei e sem controlo do parlamento", que estaria sob a sua dependência directa. O texto viria a merecer uma queixa por difamação de José Sócrates e do então secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, contra o jornalista e o director da revista "Visão", Pedro Camacho. A decisão da juíza Graça Pissarra, dos juízos criminais de Lisboa, dá como provados, entre outros pontos, que "os despachos de nomeação dos membros do gabinete do secretário-geral do SIRP não foram publicados no Diário da República", que "à data da reportagem, já havia decorrido mais de um ano desde a publicação da lei orgânica n.o 4/2004, sem que, no entanto, tivesse sido elaborada e publicada a respectiva regulamentação", que "nos cinco meses anteriores à publicação, num processo de renovação dos serviços de informações, os directores do SIS e do SIED, bem como o director da DIMIL, foram substituídos", que a experiência dos directores escolhidos na área dos serviços secretos, "nomeadamente no que diz respeito a questões operacionais, não era relevante" e ainda que, quando o artigo saiu, o chefe de gabinete do secretário-geral do SIRP e principal assessor político do primeiro-ministro eram quadros provenientes do SIS".
Além do primeiro-ministro e de Júlio Pereira, os directores do SIS e do SIED, Antero Luís e Silva Carvalho, disseram ao tribunal, respectivamente, que a notícia era "pura invenção" e que o texto era "mau, infame e completamente falso". Jorge Bacelar Gouveia, que fazia parte do conselho de fiscalização das secretas, classificou a prosa como "falsa", o chefe de gabinete de Sócrates nessa altura, Luís Patrão, disse que "a capa da revista dava a ideia de que se iria criar uma polícia política que fazia lembrar a antiga PIDE", classificando a notícia como "falsa". Apesar dos testemunhos de "peso", a juíza considerou que não se afiguravam expressões do texto que atingissem a honra e consideração dos assistentes" (Sócrates e Júlio Pereira). O advogado de defesa, Rui Natrício, disse que a sentença é importante para a liberdade de imprensa e conclui que "num Estado de direito, todas as matérias, mesmo as secretas, são escrutináveis".
ACAMPAMENTO NO ROSSIO FAZ MANIFESTAÇÃO: "DEMOCRACIA VERDADEIRA JÁ"
A Acampada Lisboa promove no sábado uma manifestação entre a Avenida da Liberdade e o Rossio, sob o lema 'Democracia Verdadeira, Já', anunciou o movimento, cujos membros têm pernoitado diariamente, qual campistas, junto à estátua D. Pedro IV. A 'acampada', que contesta o actual sistema político, começou na sexta-feira, no Rossio, em solidariedade com os contestatários que ocupam a Puerta del Sol, em Madrid, Espanha. Diariamente, a Acampada Lisboa promove assembleias populares na praça lisboeta. A manifestação de sábado inicia-se às 15h, segundo um comunicado.
PS PREPARA SUCESSÃO DE JOSÉ SÓCRATES
Almeida Santos abriu a porta à sucessão de Sócrates. Politólogos dizem que “plano B” já está a ser ensaiado. A ordem no núcleo duro de José Sócrates é para que não sejam assumidos cenários de derrota e soluções de liderança para o ‘day after' às eleições. O secretário-geral do PS tem recusado falar da sua disponibilidade para abandonar a liderança do partido caso perca as eleições, mas os socialistas começam a dar sinais de que nos bastidores da campanha o cenário pós-Sócrates está em cima da mesa e a ser ensaiado. Depois de António Costa ter admitido no programa "Quadratura do Círculo" que há mais PS para lá de Sócrates, segunda-feira foi a vez de Almeida Santos, presidente do partido, romper o ‘tabu' e assumir não só o cenário de derrota do PS, como também aquilo que ainda ninguém tinha afirmado abertamente: que Sócrates não impedirá uma nova liderança se perder as eleições. Logo depois, era a vez de Francisco Assis, próximo de Sócrates, mas apontado como o seu possível sucessor, numa entrevista à TSF, elogiar Passos Coelho, caracterizando-o como "um homem com qualidade e capacidades". Estava lançada a ponte e Passos agarrou-a. Em campanha em Vila Real, o líder do PSD, disse, reagindo a Assis, que "não confunde" os socialistas com "alguns dirigentes" e avisou que o PS deve "preparar-se para ser alternativa de futuro". (in, Económico).
BAGÃO FÉLIX: "AS REFORMAS ANTECIPADAS DEVEM SER PROIBIDAS"
A medida é defendida por Bagão Félix mas, mesmo assim, não acredita que chegue para compensar os futuros encargos sociais do País. António Bagão Félix critica José Sócrates por ter um "problema patológico" de negação da realidade, fala sobre o "inefável Constâncio" que validou um défice de 6,8%, em 2004, e elogia Paulo Portas e Passos Coelho: "Uma excelente dupla". Com o PS no Governo? "Sem Sócrates", responde o conselheiro de Estado. "A sustentabilidade do sistema de pensões tem de ver com uma equação muito simples: não há distribuição de riqueza se não houver produção de riqueza. A grande reforma da sustentabilidade do Estado Social tem que ver com a necessidade de se produzir mais e melhor. É preciso aumentar a competitividade, tudo o resto são reformas paramétricas. Mexer na idade das reformas ou na indexação das pensões pode diferir a questão mas não a resolve. Há ainda um outro factor... A questão demográfica por uma boa razão (as pessoas vivem mais tempo e, um pensionista aos 65 anos, vive em média mais 18 anos) e uma má razão (nascem cada vez menos crianças e, a prazo, vamos ter uma população activa insuficiente para financiar os reformados e pensionistas). Só mexendo na produtividade, isto é, tendo os mesmos que actualmente descontam a produzir mais é que se resolve este problema".
REDE DO INSTITUTO DE MOBILIDADE VENDIA CARTAS DE CONDUÇÃO POR 800€
Quatro funcionários do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres e outros dois indivíduos foram detidos no âmbito de um inquérito sobre a emissão de cartas de condução falsas. Os compradores conseguiam as cartas entregando àqueles intermediários subornos com um valor médio de cerca de 800 euros e sem frequentar aulas de código ou de condução. A investigação averigua a prática de crimes de corrupção activa e passiva e de falsificação de documento. O grupo de indivíduos sob investigação permitiu que largas dezenas de condutores andassem na estrada com cartas de condução falsas. Mas a dimensão do problema não está ainda apurada.
EMPRESAS DE TRABALHO TEMPORÁRIO LESAM ESTADO EM 15 MILHÕES
O Ministério das Finanças revelou que foram efectuadas buscas em diversas empresas de trabalho temporário, no âmbito da operação "ET- Evasão Temporária", por suspeita de fraude fiscal no valor de 15 milhões euros. No âmbito de um inquérito a correr no Ministério Público de Cascais, foram cumpridos 25 mandatos de busca, esta terça-feira, sendo oito domiciliários e 17 a empresas, revelou o ministério tutelado por Teixeira dos Santos. A operação foi desencadeada na sequência de uma investigação efectuada pela Direcção de Serviços de Investigação da Fraude e Acções Especiais (DSIFAE) a empresas de trabalho temporário "que, através da falsificação das declarações periódicas de IVA, lesaram o Estado em cerca de 15 milhões de euros", refere o comunicado. No decurso da operação, na qual estiveram envolvidos 28 inspectores tributários da DSIFAE, 33 militares da Unidade de Acção Fiscal (UAF) e quatro técnicos da Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA), que decorreu na região de Lisboa, foram constituídos três arguidos, tendo sido apreendida uma grande quantidade de documentação, computadores e cerca de 10 mil euros em dinheiro. "Em causa estão crimes de fraude fiscal, de frustração de créditos e de branqueamento de capitais, envolvendo várias empresas, havendo indícios de que este esquema tenha sido concebido pelo administrador de uma das maiores empresas de trabalho temporário do país", revela o documento.
MÁRIO SOARES CONTRA A GERMANIZAÇÃO EUROPEIA
Marcelo Rebelo de Sousa e Mário Soares inauguraram a III Edição da Feira do Livro e das Profissões em Celorico de Basto nesta terça-feira. Na Biblioteca Municipal deram início à cerimónia de abertura oficial do certame que estará aberto ao público, na Biblioteca Municipal e no Pavilhão Gimnodesportivo até ao próximo dia 28. Durante a sua intervenção falou do seu recente livro "No Centro do Furacão - Reflexões Sobre a Europa e Portugal em Tempo de Mudança" onde critica a germanização europeia e a falta de regulação adequada a países da dimensão de Portugal. A Alemanha não pode exigir apenas um modelo económico para países com problemas tão distintos, pois se esta política continuar chegaremos a um extremo de onde não sairemos tão cedo.
95% DOS FILMES QUE ESTREIAM NA EUROPA SÃO PRODUZIDOS NOS EUA
É preocupante quando pensamos que a quase totalidade dos filmes que passam nas salas de cinema na Europa sejam oriundos de Hollywood. Até já o Festival de Cannes é inundado com uma enorme quantidade de filmes, muitos deles até já "imitam" um certo estilo "série B" ganhando a maioria dos prémios nos festivais. O cinema alternativo e os pequenos realizadores estão a desaparecer. Hollywood, mais uma ferramenta da NWO para fazer crescer à força a economia norte-americana está a trocidar esta arte por todo o mundo, graças à sua gigantesca máquina tecnológica produtiva e de efeitos especiais suportada por magnatas e muitas máfias à mistura, incluindo uma certa facção da CIA que utiliza esta indústria para atingir muitos públicos alvos com mensagens sociais bem determinadas. Para além de tudo isso, Hollywood preocupa-se em difundir uma falsa imagem social do mundo de que "tudo está bem" quando na realidade, o mundo está a desmoronar-se, a classe média a desaparecer e uma nova elite a florescer e a progredir selvaticamente pisando os mais pequenos e esmagando todas as culturas conotadas com a esquerda, para que prevaleça a extrema-direita defendida pela maioria das sociedades secretas e bem instrumentalizada pela máquina produtiva dos EUA.
BACTÉRIA PERIGOSA ALASTRA NA ALEMANHA
As autoridades sanitárias alemãs estão a braços com a propagação de um surto de coli bacilo extremamente perigoso. A bactéria já atingiu mais de 300 pessoas; 80 das quais estão hospitalizadas. Os sintomas são cólicas e diarreia aguda, com perdas de sangue que pode levar a anemia e insuficiência renal. Reinhard Burger, do Instituto Robert Kokch, explica que “não se trata de um novo germe intestinal, mas ele é excepcional porque, em muitos casos, desencadeia doenças graves”. Sem conhecerem ainda a origem do surto, os médicos recomendam cuidados de higiene redobrados nomeadamente no consumo de alimentos crús, como frutas e vegetais. A bactéria normalmente transmite-se através de alimentos crús, leite ou carne, infectados com excrementos humanos ou animais.
BANCARROTA DA GRÉCIA JÁ EM JUNHO, "UM FILME DE TERROR" EUROPEU
O membro BCE, Christian Noyer, descartou hoje uma reestruturação da dívida grega. "Não há outra solução possível" para a Grécia que não seja seguir o programa de austeridade, disse Noyer aos jornalistas hoje em Paris, citado pela agência de informação financeira Bloomberg. "A reestruturação não é uma solução, é um filme de terror", acrescentou o também Governador do Banco de França. Christian Noyer considerou ainda que, caso a Grécia entre em bancarrota, a dívida soberana do país passa a ser "inelegível como colateral" para o BCE conceder financiamento aos bancos do país. Estas declarações de Christian Noyer estão em linha com as dos membros do conselho executivo do BCE Juergen Stark e Lorenzo Bini Smaghi, assim como com o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, que afirmaram a semana passada que o BCE pode vir a deixar de aceitar dívida soberana grega como colateral. Hoje, o ministro das Finanças grego, George Papaconstantinou, reafirmou que o país declarará a bancarrota se não receber uma quinta tranche de ajuda externa no valor de 12 mil milhões de euros até 26 de Junho.
PORTUGAL DEIXOU DE COMBATER A CORRUPÇÃO
A organização internacional de combate à corrupção (Transparency International), num relatório hoje publicado, revela que dos 37 países analisados apenas sete fizeram uma implementação activa da Convenção Anti-Suborno da OCDE e nove uma implementação moderada. Portugal integra o grupo de 21 países com pouca ou nenhuma implementação. "Nos últimos anos, Portugal tem sido palco de investigações sobre alegadas práticas de corrupção e fraude por empresas estrangeiras. A par da perda de competitividade durante a última década, o crescendo deste tipo de práticas é também ilustrativo de uma perda de qualidade no funcionamento da nossa economia e da afirmação de uma classe dirigente que entende a política como uma oportunidade de negócio e enriquecimento pessoal e/ou partidário", diz Luís de Sousa, presidente da Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), ponto de contacto nacional da Transparency International.O relatório revela que, em 2010, em Portugal, houve apenas quatro casos de implementação da Convenção Anti-Suborno, o que compara com 135 casos na Alemanha ou 227 nos Estados Unidos. Portugal é apontado por falta de coordenação entre a investigação e a acusação; falta de coordenação na implementação da lei, falta de especialização e de treino por parte das autoridades nacionais, falta consciencialização para o problema e ainda os peritos da TI revelaram que a informação sobre a fase em que os casos se encontram e outros detalhes não está acessível. Segundo a Transparency International, o suborno pode significar um acréscimo de até 25% aos custos totais em aquisições governamentais. O Banco Mundial afirma que o custo da corrupção é de um bilião de dólares por ano. E que o dinheiro corrupto associado a subornos recebidos por funcionários públicos nos países em desenvolvimento ou em transição está entre os 20 e os 40 mil milhões de dólares por ano. A enorme escala de suborno torna clara a necessidade de acção por parte dos governos para reforçar a implementação.
ZAPATERO DEIXA O PALCO DA POLÍTICA ESPANHOLA
O descontentamento popular com os socialistas fez com que o partido de Zapatero perdesse todos os governos locais. Um desastre sem paralelo para o Partido Socialista espanhol (PSOE) e uma grande vitória para os conservadores do Partido Popular (PP) foi o saldo das maiores eleições regionais e autárquicas jamais realizadas em Espanha. Um dia em que cerca de 35 milhões de eleitores foram chamados às urnas para escolher os governos de 13 regiões autónomas e mais de 70 mil cargos públicos em 8.116 cidades, vilas e aldeias, o PSOE foi fortemente castigado, perdendo todas as corridas eleitorais regionais, bem como o poder em muitas autarquias. A grande derrota do partido governamental é atribuída pelos analistas à crise financeira, que obrigou o governo a implementar programas de austeridade bastante impopulares, ao mesmo tempo que o desemprego disparou para os 21,3%, um valor que aumenta para os 42% entre os mais jovens. Actualmente, cerca de 4,9 milhões de pessoas não têm emprego no país, o valor mais elevado desde 1997, estando em curso manifestações de protesto por parte dos "indignados contra o regime" em dezenas de cidades do país, em particular na capital, Madrid onde dezenas de milhares de pessoas estão a protestar há qase uma semana na praça da Porta do Sol. O fim das eleições regionais marca também o início das eleições internas no PSOE para determinar o sucessor do primeiro-ministro, que é visto pela população como o principal culpado pela má situação económica do país. A má imagem do chefe do executivo contou tanto contra os socialistas que as secções regionais do PSOE, como a de Castilla-La Mancha ou a Catalunha, chegaram a proibir a sua participação nos comícios locais.
MERKEL DERROTADA OUTRA VEZ NAS ELEIÇÕES REGIONAIS
Depois de ter já somado quatro derrotas em eleições regionais este ano, a chanceler alemã Angela Merkel sofreu ontem uma forte humilhação nas eleições realizadas na cidade-estado de Bremen, onde o seu partido democrata-cristão (CDU), acabou por conseguir apenas 20,2% dos votos, um resultado eleitoral inferior ao conseguido pelo partido dos Verdes, o que aconteceu pela primeira vez em eleições regionais. As eleições no mais pequeno estado alemão, com apenas 500 mil eleitores, foram ganhas pelos sociais-democratas do SPD com 38,3% dos votos, o que não constituiu surpresa porque este partido governa a cidade sem interrupção desde o final da Segunda Guerra Mundial. A grande surpresa veio do partido ecológico, que atingiu a fasquia dos 22,8%, beneficiando da insatisfação dos eleitores com a crise e com a situação nuclear. "Pela primeira vez na História da República Federal da Alemanha, estamos à frente da CDU", disse Claudia Roth, uma das líderes dos Verdes. Já o líder parlamentar da CDU, Peter Altmeier, admitiu que "o resultado é difícil para nós", embora sublinhe que "tradicionalmente, Bremen sempre foi difícil para a CDU". Este responsável nota que uma conjugação de factores contribuiu para a derrota do seu partido. "Basta pensar em Fukushima, a crise bancária e a crise que atingiu vários países, como a Grécia. Tudo isto tem um forte impacto negativo num partido que está no governo", explicou. Outro resultado de nota é o facto dos liberais do FDP, parceiros de coligação da chanceler, terem só obtido 2,7%, desaparecendo por isso do parlamento local.
SERVIÇOS DO ESTADO EM RUPTURA FINANCEIRA PEDEM AJUDA AO GOVERNO
Serviços em dificuldades pediram para usar cerca de dois mil milhões de euros que sobraram do Orçamento do ano passado. As dificuldades financeiras obrigaram vários serviços do Estado a pedir ao Ministério das Finanças cerca de dois mil milhões de euros das verbas que sobraram do Orçamento do ano passado. Esta possibilidade está muito limitada pela lei, mas o Governo pondera criar uma excepção para atender aos casos mais graves. De acordo com o decreto-lei que estabelece as regras de execução do Orçamento do Estado deste ano, só em casos muito específicos é que as verbas que sobraram de 2010 podem ser mobilizadas. É preciso que Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, dê aval ao pedido e este deve estar enquadrado num conjunto restrito de casos, definidos no artigo 9º. Por exemplo, o pedido é considerado quando se destina ao pagamento de dívidas de anos anteriores. Contudo, nas últimas semanas chegaram diversas solicitações, num total de dois mil milhões de euros, que ultrapassam estas situações pontuais. Até ao final da semana passada a palavra de ordem era taxativa: ‘Não'. Os funcionário das Finanças tinham ordens para recusar qualquer transferência de saldos que não fosse contemplada no decreto-lei. (in, Económico).
CERTIFICADOS DE AFORRO COMEÇAM A SER NEGÓCIO ARRISCADO
A crise da dívida pública veio quebrar o elo de confiança que os portugueses tinham no Estado para guardar as suas poupanças. Conheça as respostas às suas dúvidas sobre a segurança destes investimentos e saiba os passos que pode dar para se proteger hoje na edição em papel do Jornal de Negócios. Até há poucos meses os portugueses depositavam total confiança no Estado para guardar e aumentar as suas poupanças. Um elo que a crise da dívida pública veio quebrar, suscitando dúvidas sobre a segurança destes investimentos. Saiba o que deve ter em conta e que passos pode dar para se proteger. Leia também a reportagem do cliente mistério nos CTT. (in, Jornal de Negócios).
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