MANIFESTAÇÃO EM MARROCOS FEZ PELO MENOS 5 MORTOS E 128 FERIDOS

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Cinco pessoas foram encontradas mortas e calcinadas nos escombros de um edifício bancário em al-Hoceima, uma das cidades marroquinas onde ontem decorreram manifestações maciças apelando a reformas e limites ao poder do rei Mohammed VI. Estas são as únicas mortes reconhecidas pelo ministro do Interior, Taieb Cherkaoui, um dia depois dos protestos do “dia da dignidade”, precisando que aquelas vítimas se deveram ao edifício, na cidade de Alhucemas, no Norte de Marrocos, ter sido lançado fogo durante os motins e pilhagens que ocorreram após as manifestações. Mas o grupo “20 de Fevereiro”, criado no Facebook à semelhança dos movimentos de contestação na Tunísia e Egipto, sustenta que o número de mortos é bem mais elevado, tendo havido vítimas em várias das cidades onde houve protestos, desde a capital, Rabat, a Casablanca e Marraquexe e à cidade portuária de Tânger.

Ainda segundo o Ministério do Interior, as manifestações saldaram-se com 128 feridos em todo o país, 115 deles pertencendo às forças de segurança. O mesmo balanço – divulgado no âmbito da “liberdade de expressão e sentido democrático”, frisou o ministro – dá conta que 120 manifestantes foram detidos. Os números oficiais registam ainda que 37 mil pessoas participaram nas várias manifestações no país. Na generalidade os protestos foram pacíficos, avaliou ainda aquele responsável governamental, sublinhando, porém, que “em alguns locais houve desvios, actos de barbárie perpetrados por criminosos”. Depois das marchas terminarem, ontem, houve pilhagens de lojas, incêndios e ataques a edifícios privados e públicos.