a tragédia social portuguesa está bastante mais perto da tragédia grega do que julgam muitos
Taxa do desemprego em Fevereiro atingiu 15%. Desde que a ‘troika’ foi chamada, o ritmo de subida aproxima-se mais da Grécia do que da Irlanda.
Portugal está a copiar o caminho grego em matéria de desemprego. Em Fevereiro, dez meses volvidos desde o pedido de ajuda internacional, a taxa de desemprego atingiu os 15% da população activa - um resultado bem mais próximo do panorama grego, do que do irlandês. Os números foram revelados ontem pelo Eurostat.
Em menos de um ano, desde que as medidas de austeridade da ‘troika' começaram a chegar ao terreno, a taxa de desemprego em Portugal saltou dos 12,6% para 15%. Um valor que, em números redondos, aponta para mais de 800 mil desempregados no País, assumindo o valor da população activa apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no final do ano passado.
O ritmo de degradação do mercado de trabalho aproxima mais a economia nacional do trajecto dos gregos, do que dos irlandeses, olhando para os outros dois países da zona euro que estão sob um programa de ajustamento assinado pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu.
Desde o pedido de ajuda português, a taxa agravou-se 2,4 pontos percentuais (cerca de 130 mil desempregados a mais). No caso grego, dez meses de programa da ‘troika' resultaram numa subida de 3,2 pontos, de 11,7% para 14,9%. Já na Irlanda, a subida foi mais ligeira, tendo aumentado 0,8 pontos desde Novembro de 2010 (quando o resgate foi oficializado) em Setembro de 2011 (dez meses depois).