Segundo um relatório europeu sobre a calamidade dos incêndios na Europa, Portugal aparece em 1.º lugar da lista com 70% da área já ardida este ano em toda a Europa. Parece impossível mas não é. Um país tão pequeno vê as reservas e parques naturais da Peneda-Gerês, Serra da Estrela e Madeira arderem sem qualquer capacidade de resposta, quer do pessoal com pouca formação e com pouca coordenação, quer dos meios e técnicas utilizados. Este ano já ardeu o equivalente aos três últimos anos. Na Madeira ardeu 95% da reserva ecológica do Funchal, ou seja, a quase totalidade desta área protegida. É triste, ver assim perdido para sempre um património natural único em todo o planeta, sem sequer ter sido proferida nenhuma declaração de calamidade pública da parte do presidente do Governo regional da Madeira. Num país pobre como Portugal, garantir o pão a milhares de bombeiros através dos subsídios de milhões recebidos por estes das câmaras municipais ou do governo, pode ser uma das causas de tantos incêndios provocados. Outras das mais antigas são a da destruição de mata para construção ou para venda de madeira queimada a mais baixo preço em zonas tradicionalmente proibidas, como reservas naturais.