REI DOS GNOMOS, MAIS DO QUE UM SERIAL KILLER

o Rei dos Gnomos tem tido entradas pouco triunfais no reino do Tribunal de Torres Vedras

Francisco Leitão é um ser mentalmente perturbado. Tendo vivido inicialmente com uma jovem que fugiu para França depois de quase ter morrido num estranho e súbito incêndio em sua casa, o "Rei dos Gnomos", como também era conhecido, tornou-se preponderantemente homossexual. Conheceu Ivo, enquanto ainda rapaz e aliciou-o com dinheiro para ir viver com ele. Muitos jovens entram no mundo da homossexualidade ou da prostituição desta forma. E assim foi com Ivo. Francisco Leitão tornou-se obcecado por este seu relacionamento, eliminando tudo e todos os que se opunham a esta sua "felicidade". Também conhecido por Rei Ghob, filmava jovens que drogava, para obter filmes pornográficos com menores. Com cadastro de furto e viciação de viaturas, Francisco Leitão dedicava-se à magia amadora, esoterismo e ciências do oculto. A sua casa era estranha, tão estranha como todas as casas de estranhos alquimistas que têm vivido em Portugal ao longo de várias épocas. A cozinha, de múltiplas portas, como um castelo medieval, tinha várias câmaras de filmar e era a divisão preferida de Francisco. A casa em forma de castelo (tal como a Quinta da Regaleira) integrava no exterior 19 esculturas de anjos e gnomos, decoração que lhe valeu a sua alcunha. Joana Correia (16 anos) saiu de casa a 3 de Março e não voltou a aparecer. A investigação do seu desaparecimento levou à descoberta da verdade: Ivo tinha sido morto e Tânia também. Mas quantos mais jovens terá morto este assassino que se aproveitava da inocência dos jovens para explorar os seus familiares e no final matá-los? Homossexualidade, prostituição, drogas, esoterismos, relações entre homens mais velhos e jovens pelo sexo, costumam acabar mal...

Joana, de acordo com os inspectores que investigaram o caso, cometeu sem saber uma "imprudência" que lhe custou a vida. Manteve uma relação sentimental com um jovem de quem Francisco Leitão gostava. O primeiro crime que Francisco Leitão foi explicar na semana passada ao Tribunal de Torres Vedras foi cometido no início de Junho de 2008. Tânia, uma jovem de 27 anos, dada como desaparecida até há duas semanas terá sido também assassinada devido aos alegados ciúmes doentios de Francisco Leitão por Ivo, de 22 anos, o namorado de Tânia. Como no desaparecimento de Joana havia a suspeita de sequestro, o caso envolveu a UNCT da PJ e foi a partir desta investigação que os inspectores chegaram aos outros dois jovens. Joana, Tânia e Ivo faziam parte de dois grupos, os quais "não se tocavam entre si mas gravitavam em torno do 'rei dos gnomos'". "Ele tratava os miúdos como os gnomos, a sua corte, e ele era o 'rei dos gnomos'. Levava-os para discotecas e a jantares", adiantou fonte policial. Ivo, segundo os investigadores, morreu 20 dias depois da namorada, em meados de Junho de 2008. Apesar de ter mantido contactos sexuais com Francisco Leitão, o jovem saberia que ele tinha assassinado a sua namorada. Um conhecimento letal. Francisco, segundo os inspectores sustentam, não queria provas que o incriminassem. Se as raparigas eram vistas como "concorrência", Ivo seria uma prova que o comprometia...