CORRUPÇÃO CEGA

num país miserável como Portugal até as etiquetas para cegos, nos produtos, são alvo da "máfia"

Quando a corrupção chega a uma nobre instituição como a ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) por “abuso de posição dominante” denunciado à Autoridade para a Concorrência, parece já não haver escrúpulos para fazer dinheiro neste miserável país. Esta Instituição envolveu-se, segundo notícia publicada no Jornal Sol, numa corrupção de cerca de dois milhões de euros, graças à nova lei de promoção de acesso dos cegos às informações dos produtos, que entrou em vigor no final de Janeiro e que obriga as grandes superfícies a comprarem equipamentos próprios (impressoras) para etiquetar em Braille os produtos adquiridos por pessoas com deficiências visuais. Tendo a ACAPO participado activamente na elaboração desta legislação, enquanto parte interessada, participa agora de forma lucrativa também na materialização da lei, “utilizando uma empresa fantasma, que está dada como falida há mais de quatro anos, para comprar esse equipamento” a uma fábrica sueca, único fornecedor deste equipamento no mundo, e posteriormente comercializá-lo lucrando directamente com a sua venda, tal como esclareceu o queixoso João Beirante (uma das duas firmas concorrentes queixosas) à Autoridade para a Concorrência. A empresa fantasma – UET – da qual a ACAPO detém cerca de 95%, não tem trabalhadores, nem instalações ou comunicações próprias. A encomenda de 600 unidades àquela empresa sueca inviabilizou igualmente qualquer tipo de concorrência por ter, desta forma, esgotado os stocks de distribuição para os próximos três meses. Desta forma garantia a sua exclusividade e o sucesso da operação comercial…! Na perspectiva dos queixosos, a ACAPO – uma instituição sem fins lucrativos que recebe apoios do Estado – usou informação privilegiada durante a elaboração da lei, impondo-se igualmente como empresa fornecedora concorrente e ainda por cima, com uma empresa “virtual”. Em menos de quatro meses, esta empresa fantasma lucrou mais de um milhão de euros, “limpos de impostos” por se tratar de uma instituição de solidariedade social…

Estas instituições passam bastantes dificuldades de financiamento e se, as pessoas fecham os olhos às máfias da droga e da prostituição que lavam dinheiro às paletes em paraísos fiscais, já agora, porque não se calam e deixam os cegos e amblíopes ter as suas pequenas "mafiazitas" domésticas…? Vá lá, deixem lá este “pessoal” em paz…