Invertendo a tendência das duas últimas décadas, os tradicionais subsídios destinados à produção cinematográfica estão a preferir cada vez mais, as grandes produções em detrimento das produções de pequeno orçamento. Com Hollywood a invadir cada vez mais festivais de cinema por todo o mundo, em especial na Europa, tradicionalmente inundados de filmes de série B ou de produções menores, começa a transparecer uma estratégia mundial para as grandes produtoras tentarem “decapitar” os festivais que permitiram durante tantos anos o aparecimento de novos talentos (realizadores e actores). Tentar matar a arte de realizar um filme, de contar uma história, pela manipulação dos argumentos e das produções da parte das grandes empresas de Hollywood parece ser mais uma estratégia maquiavélica e friamente calculada para fazer prevalecer os mais fortes sobre os mais fracos, uma vez mais. Sendo o cinema de baixa produção ou de série B tradicionalmente crítico de uma certa “direita política”, defendendo quase sempre os fracos e oprimidos, e portanto uma certa “esquerda radical”, esta estratégia global revela também uma trama política encapotada. Novamente a extrema-direita mundial a tentar maniatar a “esquerda” inconveniente, do mundo da arte do cinema alternativo…