“No princípio do século XVI, um grupo de mestres alemães deslocou-se a Inglaterra para abrir as primeiras lojas de construtores do reino Unido. Os aprendizes ingleses redigiram a primeira lei maçónica de que temos notícia, a chamada Constituição de York, ao mesmo tempo que fundavam a Ordem da Fraternidade dos Maçons Livres. Tal como aconteceu no continente, a organização britânica entrou em declínio, pouco a pouco, até que se viu obrigada a aceitar profissionais liberais e inclusivamente membros da nobreza. Os novos iniciados eram qualificados de «maçons aceites». Em seguida surgiu a Fraternidade dos Maçons Livres e Aceites, os quais, definitivamente, tinham abandonado a construção e portanto passaram a denominar-se Maçonaria Especulativa em vez de Maçonaria Operativa, como até então. Este tipo de maçonaria tem a sua carta de fundação em 1717, quando quatro loggias londrinas de aceites, que utilizavam como nome o das tabernas em cujas salas sociais se reuniam (A Corôa, O Ganso, A Grelha, A Taça e as Uvas, e A Macieira), fundiram-se com uma auto-denominada sociedade de Alquimistas Rosacruzes e fundaram assim a Grande Loja Unida de Inglaterra. Seis anos mais tarde, um dos seus membros, James Anderson, recebeu a tarefa de reunir toda a documentação disponível sobre a sociedade discreta e redigir com ela o que desde então se conhece como as Constituições de Anderson. Neste manuscrito inclui-se uma história lendária da ordem, os deveres e obrigações, um regulamento para as lojas e os cânticos para os graus iniciais. Igualmente aparece a história de Hiram Abiff, assim como a obrigação de acreditar numa divindade suprema descrita como o GAU, ou Grande Arquitecto do Universo, uma vez que «um maçom está obrigado pelo seu carácter a obedecer à lei moral e se compreende correctamente o Ofício, jamais será um estúpido ateu ou um libertino religioso».”
“A nova Maçonaria Livre e Aceite substituiu desde logo o que restava da Maçonaria Construtora original, pelo que a Grande Loja Unida converteu-se na referência maçónica por excelência, tanto na Europa como nas colónias americanas. Desde Inglaterra passou para a Bélgica em 1721, a Irlanda em 1731, Itália e Norte da América em 1733. Depois à Suécia, Portugal, Suíça, França, Alemanha, Escócia, Áustria, Dinamarca e Noruega e, finalmente, em meados do século XVIII, ao resto dos países europeus e americanos. As suas duas variantes mais importantes foram o Rito Escocês Antigo e Aceite – concebido por Andrew Michael Ramsay, o preceptor do filho de Jacobo II Estuardo de Escócia, onde encontraram refúgio alguns dos cavaleiros templários que fugiam da perseguição de Filipe, o Belo e o Papa Clemente V – e o Grande Oriente de França, que se declarou “obediência ateia” e se vocacionou para os interesses sociais e políticos, mais que espirituais; desde então é conhecida como Maçonaria Irregular. Um dos membros do Rito Escocês acabaria por influenciar a criação da chamada Estrita Observância Templária, ramo que controlaria a maçonaria alemã, em torno da qual se constituiria a Ordem dos Iluminados da Baviera.”
“Em 1738, o Papa Clemente XII, condenou a maçonaria através de uma bula chamada In emminenti, que proibia expressamente aos católicos iniciarem-se como maçons sob pena de excomunhão, uma vez que «se não fizessem nada de mal não odiariam tanto a luz». O motivo oficial da condenação era o carácter protestante da grande Loja Unida de Inglaterra, mas o decreto terminava com uma frase enigmática: «[…] e (também os condenamos) por outros motivos que apenas nós conhecemos». Vários de seus sucessores, como Benedito XIV, Leão XIII e Pio XII entre outros, igualmente publicaram severas condenações contra uma sociedade que segundo as denúncias do Vaticano II «demonstrou ser anticatólica e antimonárquica de forma afirmada». Já no século XX, o Concílio Vaticano II foi mais tolerante, mas em 1983 o Papa João Paulo II, lembrava publicamente «a incompatibilidade de ser maçom e católico». O certo é que o chamado Século da Razão marcou um ponto de reflexão na maçonaria, que já não voltaria a ser a mesma sociedade hermética orientada exclusivamente para os seus membros. A partir de então, a maior parte dos seus interesses passaram a ser quase exclusivamente materiais. Especialmente, no que se refere à possibilidade de criar um império mundial ao qual se submeteriam todas as administrações nacionais. Um império dirigido por uma minoria “iluminada” que, baseando-se no progresso da ciência, na técnica e na produção, impulsionaria um mundo mais lógico, racional e de acordo com os desígnios divinos do GAU. Talvez isso explique a proliferação da Maçonaria nos clubes do poder profano de hoje.”
“Todos os reis ingleses desde o século XVIII, assim como a maioria dos seus ministros, a maior parte dos presidentes do Governo e da República francesa, inumeráveis políticos na Alemanha (excepto na época do nacional-socialismo), Itália (excepto durante o Fascismo) e em todos os restantes países europeus, assim como muitos dos membros das actuais instituições da União Europeia, a grande maioria dos presidentes dos Estados Unidos e muitos dos dirigentes de outros países da América do Sul foram ou são maçons. Nalguns casos, os símbolos maçónicos inclusivamente, figuraram em bandeiras oficiais como a da extinta República Democrática da Alemanha, que destacava sobre as faixas negra, vermelha e amarela, um martelo e um compasso orgulhosamente envoltos por uma coroa de louros, e não uma foice como seria de esperar, tratando-se de um regime comunista. Em Espanha, onde a maçonaria esteve proibida e perseguida pelo franquismo, quase todos os homens nomeáveis das duas repúblicas pisaram as lojas, desde Pi i Margall até Alcalá Zamora, passando por Castelar, Negrín, Lerroux ou Azaña. Em 1979 conseguiram legalizar-se novamente as duas obediências mais importantes da época, adversárias entre si: o Grande Oriente Espanhol e o Grande Oriente Espanhol Unido.” (in, Illuminati, Paul H. Koch, Editorial Planeta SA, 2006, Barcelona)
“A nova Maçonaria Livre e Aceite substituiu desde logo o que restava da Maçonaria Construtora original, pelo que a Grande Loja Unida converteu-se na referência maçónica por excelência, tanto na Europa como nas colónias americanas. Desde Inglaterra passou para a Bélgica em 1721, a Irlanda em 1731, Itália e Norte da América em 1733. Depois à Suécia, Portugal, Suíça, França, Alemanha, Escócia, Áustria, Dinamarca e Noruega e, finalmente, em meados do século XVIII, ao resto dos países europeus e americanos. As suas duas variantes mais importantes foram o Rito Escocês Antigo e Aceite – concebido por Andrew Michael Ramsay, o preceptor do filho de Jacobo II Estuardo de Escócia, onde encontraram refúgio alguns dos cavaleiros templários que fugiam da perseguição de Filipe, o Belo e o Papa Clemente V – e o Grande Oriente de França, que se declarou “obediência ateia” e se vocacionou para os interesses sociais e políticos, mais que espirituais; desde então é conhecida como Maçonaria Irregular. Um dos membros do Rito Escocês acabaria por influenciar a criação da chamada Estrita Observância Templária, ramo que controlaria a maçonaria alemã, em torno da qual se constituiria a Ordem dos Iluminados da Baviera.”
“Em 1738, o Papa Clemente XII, condenou a maçonaria através de uma bula chamada In emminenti, que proibia expressamente aos católicos iniciarem-se como maçons sob pena de excomunhão, uma vez que «se não fizessem nada de mal não odiariam tanto a luz». O motivo oficial da condenação era o carácter protestante da grande Loja Unida de Inglaterra, mas o decreto terminava com uma frase enigmática: «[…] e (também os condenamos) por outros motivos que apenas nós conhecemos». Vários de seus sucessores, como Benedito XIV, Leão XIII e Pio XII entre outros, igualmente publicaram severas condenações contra uma sociedade que segundo as denúncias do Vaticano II «demonstrou ser anticatólica e antimonárquica de forma afirmada». Já no século XX, o Concílio Vaticano II foi mais tolerante, mas em 1983 o Papa João Paulo II, lembrava publicamente «a incompatibilidade de ser maçom e católico». O certo é que o chamado Século da Razão marcou um ponto de reflexão na maçonaria, que já não voltaria a ser a mesma sociedade hermética orientada exclusivamente para os seus membros. A partir de então, a maior parte dos seus interesses passaram a ser quase exclusivamente materiais. Especialmente, no que se refere à possibilidade de criar um império mundial ao qual se submeteriam todas as administrações nacionais. Um império dirigido por uma minoria “iluminada” que, baseando-se no progresso da ciência, na técnica e na produção, impulsionaria um mundo mais lógico, racional e de acordo com os desígnios divinos do GAU. Talvez isso explique a proliferação da Maçonaria nos clubes do poder profano de hoje.”
“Todos os reis ingleses desde o século XVIII, assim como a maioria dos seus ministros, a maior parte dos presidentes do Governo e da República francesa, inumeráveis políticos na Alemanha (excepto na época do nacional-socialismo), Itália (excepto durante o Fascismo) e em todos os restantes países europeus, assim como muitos dos membros das actuais instituições da União Europeia, a grande maioria dos presidentes dos Estados Unidos e muitos dos dirigentes de outros países da América do Sul foram ou são maçons. Nalguns casos, os símbolos maçónicos inclusivamente, figuraram em bandeiras oficiais como a da extinta República Democrática da Alemanha, que destacava sobre as faixas negra, vermelha e amarela, um martelo e um compasso orgulhosamente envoltos por uma coroa de louros, e não uma foice como seria de esperar, tratando-se de um regime comunista. Em Espanha, onde a maçonaria esteve proibida e perseguida pelo franquismo, quase todos os homens nomeáveis das duas repúblicas pisaram as lojas, desde Pi i Margall até Alcalá Zamora, passando por Castelar, Negrín, Lerroux ou Azaña. Em 1979 conseguiram legalizar-se novamente as duas obediências mais importantes da época, adversárias entre si: o Grande Oriente Espanhol e o Grande Oriente Espanhol Unido.” (in, Illuminati, Paul H. Koch, Editorial Planeta SA, 2006, Barcelona)