“A ONDA”, O FILME

muitos professores são os responsáveis por certas hierarquias secretas que surgem entre os alunos

No recente filme de Dennis Gansel, um professor do ensino secundário, Rainer Wenger, propõe aos seus alunos uma experiência que tem como objectivo perceberem como funciona um regime totalitário. Os alunos iniciam então o projecto que terá consequências trágicas. Ao fim de alguns dias, noções inicialmente inofensivas tornam-se um verdadeiro movimento: a Onda. E ao terceiro dia, os alunos começam a excluir e perseguir aqueles que não se unem à causa. Quando o conflito explode e a violência vem ao de cima, o professor resolve terminar o projecto. Mas é demasiado tarde, a Onda já é incontrolável… No entanto, o professor conseguiu provar que partindo de uma ideia, um jogo, idealismo puro se consegue instalar facilmente um regime autocrático ou totalitário numa sociedade desacreditada na política, insatisfeita, com injustiças sociais, inflação, crise económica, desemprego… Criam-se então as condições para reforçar a consciência nacionalista, controle, poder através da disciplina e da vontade da comunidade, lideradas por um protagonista magnetizador de massas. Passa-se à fase seguinte, os códigos de cores e vestuário que levam à uniformização da sociedade e à ideia artificialmente criada de que quem não pertencer a esta nova sociedade estará excluída de todo o futuro desse grupo… Começa então a radicalização de posições: o poder pela acção…