25 DE ABRIL: A HISTÓRIA “REPETIDA”

3 homens unidos por objectivos comuns: contra o autoritarismo, liberdade e justiça para o povo

António Sousa Duarte, apaixonado pelo momento histórico do 25 de Abril apresenta agora uma tese interessante sobre o paralelismo da crise da independência de 1383 com a revolução dos cravos de 1974. Separados por 600 anos aproximadamente, Salgueiro Maia, o capitão de Abril, agiu com a mesma convicção de independência do Mestre de Aviz – D. João I. Ambas as revoluções constituíram-se como movimentos sociais, com líderes surgidos do meio da multidão ao longo do dia revolucionário, e ambas resultaram num golpe de estado e em revolução popular. Em 1383, os burgueses emergiam contra as classes opressoras – o clero, a aristocracia e a ameaça castelhana - e em 1974 os capitães de Abril pretendiam libertar o povo da opressão cega de uma política estéril económica e social. A morte do Conde de Andeiro por um lado e o afastamento de Marcello Caetano, por outro. Mas as diferenças são na pós-revolução: 30 anos depois de 1383 Ceuta é conquistada por portugueses mas 35 anos depois do 25 de Abril, Portugal encontra-se a navegar em águas turvas… Um filme a não perder: "Capitães de Abril", disponível (em partes) no youtube.

Da mesma forma se conseguem encontrar alguns pontos comuns com a Revolução Cubana: o avançar das tropas de Che sobre Havana, os objectivos de políticas para o povo e o enfrentar de uma elite política poderosa e opressora. Na excelente interpretação de Che, o actor Benicio del Toro apresenta-nos os dois recentes filmes (Parte I e II) que nos colocam a par dos pormenores desta saga revolucionária, apenas fracassada pelos tristes episódios pós-revolucionários que envolveram a Rússia e os EUA.