Num artigo da semana passada do Jornal Destak, falava-se da falta de Justiça no julgamento dos casos de corrupção em Portugal. Este tipo de crime que, nos últimos anos teve um agravamento exponencial, continua quase totalmente impune, mesmo quando chega às barras dos tribunais. De acordo com dados avançados pelo DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal) e pelo CIES (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE) num estudo sobre a corrupção participada entre 2004 e 2008, mais de metade dos casos apresentados a tribunal são arquivados por falta de provas, e que apenas 3,6 % tiveram como desfecho a condenação. Lisboa é responsável por 29,7 % destes crimes enquanto o Porto tem 38,5 %, sendo as duas capitais responsáveis por dois terços de toda a corrupção nacional.
É no sector privado que se contam mais casos de corrupção sendo o perfil do corruptor, homem, cerca de 45 anos, casado, com actividade laboral a tempo inteiro, sem antecedentes criminais. Sendo a área da construção a mais corrupta (18,2 % dos processos), encontramos também o sector público com queixas relativas ao poder local (autarquias) e destes 10% dos arguidos eram políticos e 69% envolveram directamente câmaras municipais. No que diz respeito à administração central, foi o Ministério da Administração Interna (responsável pelas polícias e pela defesa nacional...!!!) o líder dos processos, com cerca de 10% de casos em tribunal. Quando se fala de criminalidade económica, a corrupção é o crime mais cometido (46,3 %), seguido de peculato. Em Portugal o crime por corrupção compensa, especialmente se for cometido por políticos...!!!