ESCUTAS DE SÓCRATES TRITURADAS EM APENAS UMA SEMANA

Sócrates não resistiu ao beijinho de Angela Merkel

Uma semana depois do processo ter chegado à Comarca do Baixo Vouga, todas as conversas onde interveio o primeiro-ministro foram literalmente “trituradas” ao fim de uma semana do pedido da sua destruição e "digeridas" em apenas algumas horas com a precisão de uma operação militar. Pouco antes das 11 horas de ontem, os cerca de 80 CD’s e os documentos em suporte de papel que envolviam as conversas entre o primeiro-ministro José Sócrates e Armando Vara, sobre um alegado plano para controlar a comunicação social, foram trituradas e as gravações apagadas do servidor central do Ministério da Justiça. Ainda não eram 9 horas e o juiz António Gomes Costa e um funcionário judicial davam início à destruição dos CD’s e das transcrições onde constava o nome do primeiro-ministro. Quase duas horas mais tarde, o processo de destruição estava concluído. O anúncio foi feito pelo juiz presidente da Comarca do Baixo Vouga, Paulo Brandão, acrescentando que, naquela altura, apenas faltariam destruir duas dessas conversas por causa das certidões extraídas para outros processos. Os arguidos do processo ficam agora sem acesso a quaisquer provas factuais...

Sócrates pode, por isso, voltar a sorrir descontraidamente e talvez tenha sido tanta a alegria que fez uma pausa durante a tarde para receber a chanceler alemã Angela Merkel, obrigada a pisar solo português devido a uma escala forçada no Aeroporto Militar de Lisboa causada pelas cinzas vulcânicas da Islândia. Fez as honras da casa, tal como um porteiro de hotel abre a porta de uma limousine recém-chegada à entrada. O Primeiro-ministro marcou assim mais uns pontos "fora de casa", já que cá dentro está mais do que queimado politicamente... Angela Merkel ficou tão agradecida que nem respondeu aos jornalistas sobre a sua súbita presença na capital portuguesa. Espera-se agora que a Comissão de Inquérito sobre o Processo Face Oculta resuma, como sempre faz, "não existirem provas incriminatórias dos factos narrados", pois a garantia da sua destruição física ocorreu perante a perplexidade de todos os portugueses que se limitam a assistir, de boca aberta, às movimentações "constitucionais" e "anticonstitucionais" dos nossos "suspeitos" políticos. Máfia? Qual Máfia?