“PUTOS” E VINHO VERDE…

a pipa e o garrafão, dois ícones do Portugal profundo, estão de volta "à vida"

Feito a martelo, de boa ou má colheita ou verde quase azedo, o que é certo é que, depois da pedofilia bem “tolerada” pelos portugueses, o consumo de vinho em Portugal, nos próximos meses, promete ser um sector em franco crescimento, contrariando totalmente a tendência do consumo face à recessão mundial. As tabernas, casas de pasto, tascas, adegas ou “bodegas” (termo espanhol) vão deixar de ser museus vivos das nossas tradições bem portuguesas do ESTADO NOVO, lojas para turistas, para renascerem enquanto mercado vivo e se encherem de desempregados a afogarem as suas mágoas. Com as famílias a perderem os seus empregos, sem poderem pagar as suas despesas básicas do mês, dívidas ou prestações bancárias, resta-lhes beber até cair para o lado, para esquecer, tal como se fazia antes do 25 de Abril…

A partir dos anos 90 deu-se uma grande substituição deste tipo de “negócio do vinho” pelo do café, e as tradicionais tabernas foram dando lugar às pastelarias em todas as esquinas e cantos. Por muito mau que estivesse o negócio, a “bica” dava sempre, e a acompanhá-la um salgadinho ou bolo sempre iam mantendo este tipo de negócio. Aos almoços servia-se uma sopita e uma “sandocha” barata. Mas agora muitas pastelarias têm os dias contados. Os empregados das empresas voltaram a levar os recipientes térmicos com café e bolos feitos em casa para o serviço. As pastelarias menos centrais ou encerram as portas de vez ou são compradas por “bandos” de brasileiros que rapidamente conseguem encontrar outras “viabilidades” mais lucrativas (e não é a servir cafés, garanto-vos!!!) para fazer face à enorme carga fiscal que têm de enfrentar ao que se vêm somar os exíguos lucros e enormes despesas e investimentos. Os “bêbedos” já se começam a acotovelar dentro e fora das tabernas… O cheiro a vinho voltou… Aaahhh, como adoro este Portugal único!!!... Já diz o ditado: “PUT(…)S E VINHO VERDE”…Tudo o que um bom "português suave" precisa para ser feliz nesta dura terra…Tá-se!