UE "À RASCA" PEDE 31 MILHÕES À INGLATERRA

este pedido de 31 milhões é visto por muitos como uma provocação, um convite à saída da Inglaterra da UE 

Os ministros da União Europeia vão hoje pedir à Grã-Bretanha uma contribuição de 30,9 mil milhões de euros para um pacote do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visa o resgate da moeda única, revela hoje o jornal inglês Daily Telegraph. O pedido será realizado esta segunda-feira quando os ministros das Finanças da União Europeia discutirem, em conferência telefónica, o fundo de 200 mil milhões de euros para eventuais novos resgates a países europeus em dificuldades, disse uma fonte europeia não identificada ao Daily Telegraph. Se a Grã-Bretanha aceitar tornar-se-á no segundo maior contribuinte para aquele fundo, a par de França e depois da Alemanha. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que vetou o projecto de alteração do tratado europeu, prometeu, porém, que não contribuiria de forma directa para esse fundo. "Não acordámos um aumento dos recursos bilaterais na semana passada", disse sexta-feira um porta-voz de David Cameron, salientando que a Grã-Bretanha "deixou muito claro nesse encontro que não contribuiria para esse fundo de 200 mil milhões de euros". A Grã-Bretanha é já responsável por 14,3 mil milhões de euros em empréstimos e garantias à Grécia, Irlanda e Portugal.

Depois da Cimeira do Euro e da troca pouco amistosa de palavras entre Sarkozy e Cameron, agora o governador do banco central francês lançou mais farpas à Inglaterra. O rating da dívida dos dois países – e as ameaças que as agências têm feito ao rating máximo da França - é outra questão que já motivou algumas trocas de acusações. A França lamenta que a avaliação do rating britânico não tenha sequer sido ameaçada, isto apesar do elevado défice orçamental e dívida pública, da subida da inflação e do abrandamento da economia do Reino Unido. Ontem, foi a vez do governador do banco central francês, Christian Noyer, entrar nesta guerra de palavras e criticar as agências de rating. Noyer disse que, tendo em conta os fundamentais das duas economias, o rating do Reino Unido é que deveria ser cortado. Mais uma vez, do lado britânico a resposta não se fez esperar. Membros do governo afirmaram que os mercados financeiros têm confiança nas medidas que têm sido tomadas pelo governo de Cameron para reduzir o défice orçamental.