NÃO ÀS MAIORIAS PS-PSD; NÃO AOS DOIS "TRADICIONAIS" MANDATOS

Manuel Alegre, a arma secreta do PS: os votos da "sua" ala esquerda foram habilmente "jogados"

Criou-se com Cavaco Silva (desejo inicial de Francisco Sá Carneiro e de alguns "iluminados" do pós-25-de-Abril) a ideia que para haver estabilidade política e económica necessária para o desenvolvimento era necessário ter o apoio incondicional do povo português através das maiorias parlamentares. Num país tão pequeno, que nas duas últimas décadas viveu basicamente de uma economia de subsídios europeus (pagos agora a peso de ouro) quem se aproveita destas maiorias, são as máfias locais, regionais e nacionais. Daí o PS e PSD terem sido "invadidos" por pessoas sem escrúpulos, ávidos de poder para benefício pessoal e partidário exclusivamente. A esta "guerra" assistimos em todas as campanhas, este duelo, não para "servir" o povo, mas para "se servir". Felizmente que os resultados destas eleições colocaram o PS numa posição difícil, tão difícil que talvez não consiga governar. Visto que José Sócrates é um homem orgulhoso, que agiu maioritariamente contra inúmeras classes sociais e profissionais, ao arrepio dos direitos consignados na Constituição Portuguesa, poderá ser esta uma oportunidade de este ter de se ajoelhar perante o povo. Não a pedir desculpa, porque justamente é orgulhoso e não reconhece a culpa, mas ajoelhar porque o povo e os vários grupos parlamentares - BE, CDU e CDS-PP - a isso o vão obrigar.

O resultado provável será a queda do governo ao fim de um ano, para prejuízo dos portugueses que todos os dias engrossam as filas do desemprego, e que terão ainda de esperar que este PS "vitorioso" se aperceba do papel que tem pela frente. Manuel Alegre foi o primero: de Manuel Alegre passou voluntariamente a "Pateta Alegre", pois de tão convicto estava das suas ideias de esquerda contra Sócrates, a troco de não se sabe o quê, "vendeu" de um dia para o outro, os seus "ideais" de liberdade apelando na campanha ao incondicional apoio à candidatura do seu opositor interno - José Sócrates. Em Portugal este tipo de político, que repete o mito da falsidade (contrariamente ao que acontece em países europeus civilizados), é aclamado junto do povo, defensor incondicional (por falta de cultura) da técnica hábil dos políticos corruptos: para o povo, "Pão e Circo". Manuel Alegre, aos poucos, a substituir o seu "mestre", perito nesta hábil técnica: Mário Soares.