Caso Portugal aceite a "cenoura" europeia de 330 milhões para construção de um qualquer trajecto de TGV, estará a cair apenas, em mais uma armadilha da banca europeia e internacional para se endividar ainda mais. É que esses 330 milhões são agora convenientes ao Estado endividado de Sócrates, que os depositará nas suas contas, pagará dívidas, mas este "Cavalo de Tróia Europeu" será apenas a ponta do iceberg de uma dívida astronómica, contraída não apenas para levar a cabo a sua construção (e em Portugal existe muito a tradição das derrapagens orçamentais de obras públicas, que acabam por ser pagas pelos contribuintes) como pela dispendiosa manutenção necessária à sua alta segurança diária. Este transporte apenas pode ser mantido e suportado por países ricos ou em crescimento económico. Não é o caso de Portugal. Além de que, na fase económica que Portugal atravessará nas próximas duas décadas, este investimento apenas servirá (grosso modo) alguns espanhóis que se queiram deslocar a Portugal. Quanto aos empregos que criará em terras lusas, resta dizer que a sua mão-de-obra será tão específica, que empregará e contratará maioritariamente empresas e funcionários de outros países. Avançar será um erro. Portugal é um país muito pequeno. Apenas seria viável se Espanha e a Europa construíssem a seu custo este troço que acaba por ser apenas um terminal "destes", com pouco uso e economicamente não rentável para os portugueses. Segundo o professor universitário Álvaro Santos Pereira se este projecto avançar, representará, certamente o maior fiasco financeiro dos últimos 50 anos em Portugal, aumentando a já longa lista de "buracos negros" da nossa economia.