Uma das metas apregoadas no 25 de Abril por todas as ruas era: “mais e melhor saúde para o povo”, mas passados 35 anos, a “máfia privada” dos médicos conseguiu subverter totalmente esse objectivo. Actualmente, a maioria dos Centros de Saúde em Portugal mais parecem hospícios ou lares da terceira idade, visto que de centros de saúde têm já muito pouco… Qualquer cidadão que não seja idoso ou uma mãe com uma criança tem imediatamente tratamento “abaixo de cão”. Desde a difícil marcação, às faltas dos médicos, às esperas infindáveis, quem quer utilizar o serviço nacional de saúde tem de se enfrentar com inúmeras incompetências, confusões e até má-educações… Quando se consegue finalmente entrar no gabinete de consulta, somos confrontados com médicos carrancudos, que mal falam com os pacientes e tentam despachá-los rapidamente sem sequer se preocuparem muito com o diagnóstico ou com os sintomas. Passam credenciais de inúmeros serviços, medicação a perder de vista (não por causa das comissões nos medicamentos nem das farmacêuticas…!!!) e nunca esclarecem os doentes sobre os locais onde estes podem efectuar os seus exames médicos. Esta atitude desconfortável visa claramente afastar o máximo de utentes possível dos serviços, como estratégia, em primeiro lugar de poupar recursos do Estado, e em segundo lugar, como forma de desenvolver o lobby da medicina privada portuguesa, pois a maioria dos médicos que trabalham na função pública, exercem, escandalosamente, no sector privado, num total abuso de ética profissional. A medicina em Portugal, é um negócio lucrativo, por um lado pela ignorância inerente à maioria da população e por outro pela exploração do indefeso público idoso (Portugal tem uma população bastante envelhecida) que é totalmente manipulado nas mãos de uma grande maioria de médicos sem escrúpulos que apenas se preocupam em ter uma postura maioritariamente comercial e lucrativa.
Recentemente recebi uma carta do Hospital Central da minha área de residência, e qual não foi o meu espanto quando retirei do seu interior uma factura de 143,50€ por uma radiografia e uma consulta médica que tinha feito nas Urgências, valor este que, segundo a lei das taxas dos episódios clínicos hospitalares, se deve aplicar para quem não dispõe de nenhum serviço de comparticipação médica. Tendo eu o SNS, tive de recorrer a dois advogados para provar que estava a ser burlado pelos serviços administrativos daquela unidade médica. Depois de muitos telefonemas e e-mails entre os advogados e o hospital, a advogada responsável pelos serviços jurídicos daquela instituição concluiu que eu “poderia” ter razão e disse que então ficava a factura sem efeito!!!... Muitos outros casos se ouvem, de médicos que mandam pessoas com depressão temporária (motivada muitas vezes por problemas laborais) para tratamentos em hospitais psiquiátricos como se fossem casos graves de psiquiatria, “encharcando-os” literalmente em perigosa medicação, mais indicada para doentes esquizofrénicos, bipolares ou com doença psicológica aguda. Esta técnica era muito usada nos anos 40, para afastar elementos “perigosos” conotados com a esquerda política e muitas vezes, esses doentes não voltavam a ver a luz do dia… O mundo da medicina pública, em Portugal, é hoje, um terreno muito perigoso de pisar, com conexões às máfias políticas locais, que desta forma podem facilmente “manipular” determinados indivíduos ou famílias… Um conselho: se quer manter a sua saúde, mantenha-se longe dos “Centros de Saúde”…!!! Os curandeiros e médicos "alternativos" poderão tornar-se na sua única "alternativa" credível...