No seu inflamado discurso de tomada de posse enquanto 44.º Presidente dos Estados Unidos da América, numa cerimónia “de transição” de poder nunca antes realizada desta forma tão monumental, Barack Hussein Obama, não se poupou a usar expressões conciliadoras dignas de um verdadeiro líder espiritual numa espécie de "sermão" unificador e pacificador (não lido) contra o apocalipse e em defesa da NOVA ERA que agora começa: “o tempo chegou”, “uma nova era”, “a grandiosidade da nossa nação”, “defender a verdade, justiça e direitos humanos”, “refazer a América”, “criar uma nova plataforma para o crescimento económico e estabilidade”, “devemos evitar os erros extremistas do passado do fascismo e do comunismo”, “somos os guardiões do legado da humanidade”, “estaremos atentos ao perigo da ameaça nuclear”, “construiremos uma América com base nos mútuos interesses e no mútuo respeito pelos outros povos”, “o mundo tem de mudar e nós com ele”... Mais surpreendente foi ainda a escalada e proporção dos preparativos da tomada de posse, que, em apenas uma semana, ganhou a importância de um ressurgimento da América no mapa do mundo. O dispositivo de segurança de cerca de 40.000 efectivos, preparados para qualquer eventualidade, o mar de pessoas que invadiram os jardins da Constituição, frente ao Lincoln Memorial, na sua maioria negros afro-americanos, os espectáculos, a “onda” de mudança, a forma como foi preparada toda a cerimónia, lembrando o século XIX, tudo ingredientes que conferiram ao momento aspectos únicos na política americana, aos quais já não estávamos habituados.
Sendo o primeiro presidente norte-americano negro, de descendência afro-americana, este momento reuniu a história de figuras como a força de Abraham Lincoln (que lutou pela abolição da escravatura negra nos EUA), o charme de John Fitzgerald Kennedy (assassinado pela ala de extrema-direita) que defendeu os direitos humanos, em especial os da comunidade negra, suportado pela sabedoria e espiritualidade de Martin Luther King. Barack Obama é uma saudável mistura das características mais fortes destes 3 líderes fundamentais na história política e social dos EUA e demonstra querer assumir esse papel de quase mártir (esperemos que essa "colagem" não resulte igualmente no seu assassinato) pelos valores morais e espirituais que estão a faltar não apenas aos norte-americanos mas a todos os cidadãos do mundo. Daí a sua cerimónia de posse ter assumido proporções quase religiosas, com uma oração e agradecimento a Deus logo a seguir ao seu juramento, com a poesia quase profética das palavras do recém-empossado presidente numa mensagem de PAZ a todo o mundo para este milénio, (dignas de um Nelson Mandela). Obama soube cumprir o seu papel nas profecias para a NOVA ERA (de Aquário), uma era mais espiritual, percebendo clara e assumidamente o momento demonstrando estar à altura. O momento de viragem na história da humanidade está marcado, esperemos que o novo presidente consiga cumprir os seus desígnios e que a extrema-direita americana (designadamente o KKK que desde os anos 50 tomou conta de Washington e de muitas seitas por todo o país) não resolva, mais uma vez, “repetir” a história do assassinato, tal como aconteceu a Kennedy em repetição da morte de Lincoln em 1865 (o “primeiro” presidente eleito pelo partido republicano, tal como Obama é o “primeiro” presidente afro-americano), cuja política levou à Guerra de Secessão, eleito graças ao seu poder discursivo que inflamou, na altura, a grande maioria da população…