GRÉCIA, UM CASO ISOLADO?

os países periféricos da UE sentem-se abandonados e "regressam" a costumes bárbaros

No início de Janeiro, e já depois das conturbadas manifestações populares, a Grécia volta a espantar novamente a opinião pública europeia. No porto de Piréus, ancestral porto marítimo da cidade de Atenas, realizaram-se na rua manifestações de auto-flagelação com catanas por devotos muçulmanos aí residentes, dentro do calendário das celebrações xiitas. Sendo um espectáculo frequente e comum nos países muçulmanos, vem agora impor-se à cultura europeia, como se de uma celebração banal se tratasse, apesar da barbaridade deste costume. O que é certo é que se realizou e este poderá ser um forte sinal, a juntar a outros, de que a Grécia está farta de ser um país pobre e periférico perante as políticas cegas europeias que apenas favorecem os países mais ricos da União. O povo sai à rua e decide o que quer para si… dada a multiculturalidade transversal da Grécia, berço da civilização mais humanista que se conheceu em toda a história. Na Grécia, tal como no Sul de Espanha, Sul de França e Sul de Itália, começa a ter forte predominância uma cultura específica de povos pobres tais como imigrantes tunisinos, marroquinos, argelinos, turcos, romenos, checos, ucranianos e muçulmanos. Da sua inter-relação resultam estes estranhos fenómenos de rua, bárbaros por um lado, formas culturais de expressão de liberdade e nostalgia dos seus países de origem, por outro. Mais do que nunca, os emigrantes sentem-se cada vez mais perdidos e menos inseridos na comunidade, visto que a competitividade laboral é a cada dia que passa, mais feroz e injusta. A União Europeia, indiferente a estes países mais pobres, no seio das suas fronteiras e políticas comunitárias, poderá muito bem-estar a criar um gigantesco problema étnico, cultural e económico. Mas afinal, não será esse um dos objectivos das lojas dos ILLUMINATI europeias, americanas e russas…?