"Querem dinheiro? Dêem-nos Corfu", era o título do jornal alemão Bild de 5.ª feira passada. Um título claramente extremista, próprio do radicalismo de extrema-direita a que a Alemanha tão bem nos habituou no passado e muito pouco "europeu". A própria chanceler Angel Merkel está de acordo em não financiar mais a Grécia sem "garantias", comportando-se como um banco... Para Shäffler, deputado dos liberais, a Grécia devia vender ilhas desabitadas e edifícios devolutos para pagar a dívida. Também um elemento da CDU, partido de Merkel, partilhou desta ideia. Ainda Merkus Ferber exclamava intransigente que o seu país estaria disposto a dar qualquer coisa aos gregos, excepto dinheiro.
Não deixa de ser altamente preocupante esta atitude do povo e do governo alemão, uma atitude que se sobrepõe à soberania de uma nação que foi berço de civilização e da cultura europeias. Tal como Hitler invadiu a soberania da Polónia por ser um país mais fraco, a Alemanha pretende reeditar esse triste capítulo da história, agora com as políticas económicas europeias, encapotadas de hegemonia pro-niilista? Serão estas as primeiras fortes retaliações "destes" políticos europeus face às afirmações de corrupção no seio da Europa, proferidas pelo próprio Primeiro-ministro grego no Parlamento Europeu? Parece não haver dúvidas, que, dizer mal desta "elite" é "comprar" uma guerra com a banca europeia, gerida já quase directamente sem escrúpulos, pelos seus parlamentares e políticos. A Grécia é um grande e maravilhoso país e a Alemanha "inveja" a forma simples de estar do povo grego que não se rende ao consumismo que a UE pretende impor a todos os "seus" países, pois daí vem a maior "fatia" de financiamento dos bancos europeus e internacionais. A economia europeia "herdou" tardiamente e de forma descontextualizada o modelo falido do consumismo norte-americano do séc. XX.