ALEMANHA RECUSA MAIS EMPRÉSTIMOS À GRÉCIA

a União Europeia começa a dar fortes sinais de descontrole político, financeiro e de gestão

O ministro da Economia alemão, Rainer Bruderle, garantiu hoje que o Governo "não dará nem mais um cêntimo" à Grécia, em declarações proferidas horas antes do encontro entre a chanceler Angela Merkel e o primeiro ministro grego, Georges Papandreou, em Berlim. Papandreou, esperado hoje, dia 5, em Berlim, garantiu que pretende apenas "o apoio" da União Europeia e dos seus parceiros. "Precisamos do apoio da União Europeia e dos seus parceiros para podemos contrair empréstimos nos mercados, em condições melhores", adiantou. "Se não recebermos essa ajuda, não poderemos pôr em pratica as mudanças desejadas", frisou. O presidente do Eurogrupo (fórum de ministros das Finanças da Eurozona), Jean-Claude Juncker, considerou, por sua vez, que a Grécia "vai ter ainda de pagar durante muito tempo taxas de juro elevadas" para se refinanciar nos mercados. E isso só terminará quando "os mercados financeiros tiverem visto que pode ser activada uma solidariedade europeia", e quando as "condições de crédito da Grécia forem mais moderadas", disse Juncker à rádio alemã Deutschlandfunk. A Grécia, a braços com graves problemas orçamentais e que se afunda sob o peso da sua dívida, não quer ser "o Lehman Brothers d União Europeia", disse o primeiro ministro grego ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, numa referência ao banco norte-americano cuja falência, em setembro de 2008, abalou os mercados e gerou uma crise financeira e económica sem precedentes. "Não pedimos aos contribuintes alemães que paguem as nossas férias e reformas [...] isso seria injusto", defendeu Papandreou.