Num e-mail que circula pela internet, alguns militares resolveram indignar-se com a candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, cargo que, por inerência, o poderia tornar paradoxalmente no Comandante Supremo das Forças Armadas, um poeta... Manuel Alegre, durante a guerra do Ultramar e depois da sua fuga, era locutor da rádio Argel, "a voz da Argélia", com emissores criados por desertores. Estes, através de infiltrados nas forças armadas, denunciavam as operações e posições de muitos soldados portugueses, pois eram contra a guerra do Ultramar. Muitas das emboscadas que sofreram os portugueses foram resultado da traição desses desertores, segundo a opinião de alguns militares de alta patente. Uma das vozes que se ouvia era justamente a de Manuel Alegre.
Na descrição de um caso particular, conta-nos um militar: "lembro-me que 48 horas após se ter instalado um posto de observação, um grupo de combate, um canhão, um radar no cimo do morro de Noqui, donde nós observávamos toda a movimentação de aproximadamente, 2.000 "turras" concentrados numa sanzala no outro lado da fronteira, ouviu-se a voz de Manuel Alegre a denunciar a nossa posição. Andámos a levar porrada na estrada entre S.Salvador e Nóqui durante mais de 4 meses. Numa das viagens sofremos 9 ataques". Certo é que na Assembleia da República, Manuel Alegre se destacou sempre do restante grupo do PS, colando-se a uma "certa" esquerda, quem sabe, já a pensar um dia na figura "destacada" do partido, ou seja, poder vir a representar o PS enquanto Presidente da República, mas candidatando-se como independente... Afinal todos sabemos que a política é maquiavélica, um território onde NADA acontece por acaso, rondando muitas vezes a estratégia militar ou a tradicional estratégia conotada com as sociedades secretas e máfias diversas... Certo é que os lugares de Governo e Presidência da República têm alternado entre PSD e PS, como quase uma "obrigação": Governo PSD, Presidência PS e vice-versa...