1.º MINISTRO JAPONÊS DEMITE-SE

ameaçou a base militar americana em Okinawa: estará a CIA na origem da demissão?

O primeiro-ministro Yukio Hatoyama, do Partido Democrata, não durou nem um ano à frente do executivo. Foi-lhe fatal o incumprimento da muito apregoada promessa eleitoral, de retirar a base militar norte-americana da ilha de Okinawa, onde se encontram cerca de 47.000 soldados norte-americanos. A sua queda para taxas de popularidade na ordem dos 17 por cento, oito meses apenas após a vitória eleitoral, anunciava já a demissão. Hatoyama ganhara as eleições em Agosto passado, contra um partido liberal-democrata (LDP) que quase ininiterruptamente chefiava governos há mais de meio século. Entre as promessas de mudança política estrutural contava-se, em palavras citadas pela agência France Press, a de investir "mais nas pessoas do que no betão". A promessa parecia contar com uma base realista no facto de o Japão ter em boa parte escapado à crise internacional e ter continuado a beneficiar visivelmente do crescimento regional, que tem como motor o dinamismo económico inquebrantado da vizinha China.

Mas a coligação de centro-esquerda encabeçada por Hatoyama herdou também uma dívida pública que atinge o dobro do PIB. O défice orçamental é em grande parte financiado por obrigações da dívida pública. Hatoyama não encontrou uma forma de lidar com esse défice ao mesmo tempo que fazia algo pelo cumprimento das suas ambiciosas promessas eleitorais. Tornou-se assim o alvo de ataques virulentos das associações patronais, que o acusam de despesismo e lhe censuram a sua infindável ambiguidade sobre a questão da reforma fiscal. E, por outro lado, continuou a adiar o cumprimento das suas mais populares promessas eleitorais, com uma consequente quebra dos índices de popularidade. tal como o Presidente alemão, o 1.º Ministro japonês ameaçou os negócios militares dos EUA e os resultados estão à vista...