PACHECO PEREIRA ACUSA MOTA AMARAL

Mota Amaral no top da senilidade política, tal como Cavaco, Mário Soares e Jaime Gama

O deputado social-democrata Pacheco Pereira garante que “tomará a iniciativa” de tornar públicos o despacho e a carta sobre as escutas que a Comarca do Baixo Vouga remeteu ao Parlamento, caso não sejam “imediatamente divulgados”. Os trabalhos da comissão de inquérito à actuação do Governo no negócio para a compra da TVI entram esta sexta-feira na fase final com o debate do relatório do deputado João Semedo. "Deixou de haver um funcionamento democrático e aberto da comissão". O diagnóstico é de Pacheco Pereira, que não poupa críticas ao presidente da comissão de inquérito parlamentar à actuação do Governo de José Sócrates no negócio da Portugal Telecom para a compra da TVI. Apontando a ausência de reuniões desde o final do mês de Maio, o deputado social-democrata deixa uma pergunta: "Se o presidente da comissão entendeu que a decisão deve ser tida pela comissão, por que razão não há uma reunião há semanas?".

Em causa está o pedido para que Mota Amaral tornasse público o despacho que acompanhou os resumos das escutas do processo Face Oculta enviados à Assembleia da República. Um documento que, sublinha Pacheco Pereira, corresponde a "uma apreciação jurídica" que afasta qualquer ilegalidade, ou mesmo inconstitucionalidade, na utilização dos resumos, que o presidente da comissão optou por interditar. O deputado do PSD critica o facto de o despacho de Mota Amaral a proibir referências às escutas "nunca" ter sido discutido. Embora afirme que está a falar em nome pessoal, Pacheco Pereira garante que a sua posição assenta num "sentimento partilhado por outros deputados". E deixa claro que "tomará a iniciativa de divulgar" a carta e o despacho dos magistrados de Aveiro. Isto se o presidente da comissão de inquérito parlamentar não abrir caminho a que os documentos sejam "imediatamente divulgados".