PAULO PORTAS E PEDRO PASSOS COELHO REJEITAM COLIGAÇÃO COM SÓCRATES

Portas diz que nunca governaria lado a lado com Sócrates

Uma conferência do Diário Económico juntou os líderes dos três principais partidos políticos a 17 dias das legislativas. Irredutíveis. Pedro Passos Coelho e Paulo Portas recusam taxativamente um entendimento com o actual primeiro-ministro após as próximas eleições, seja qual for o resultado e mesmo que Sócrates saia, pela terceira vez consecutiva, vitorioso das urnas. Depois do Presidente da República e dos seus antecessores terem insistido na ideia de que Portugal precisa de "convergência", "unidade", "consensos" e que o próximo Governo tem de dispor de "apoio maioritário na Assembleia da República", continua a ser "de surdos" o diálogo entre os três principais líderes partidários. Na conferência "Governar Portugal", organizada ontem pelo Diário Económico no Hotel Sheraton, Passos e Portas foram cristalinos: é preciso mudar de políticas e de protagonistas. O líder socialista continua a receber um rotundo não dos partidos à sua direita, os únicos que se mostram disponíveis para governar o país perante as imposições do memorando de entendimento que Portugal assinou com a ‘troika' e que guiarão o país pelo menos durante três dos quatro anos da próxima legislatura. Passos Coelho, defendeu que é crucial que Portugal deixe de apostar "em equipas que estão sempre a mascarar a realidade", porque "com ilusionismo não se gera confiança". A 5 de Junho, a escolha é entre dois caminhos: o que "temos tido e que nos conduzirá a pelo menos oito anos de recessão" ou o rumo que defende o PSD e que passa por menos Estado na economia, mais regulação e um maior escrutínio dos apoios sociais reforçando as franjas mais debilitadas pela actual crise. Para os social-democratas continua a vingar a frase de Passos Coelho de que "existem 78 mil milhões de razões" para o líder da oposição se distinguir do actual primeiro-ministro.