GEORGE SOROS PEDE PARA GRÉCIA E PORTUGAL SAIREM DA UE DE FORMA "ORDEIRA"

Soros pensa que estar a pedir sacrifícios tão grandes a povos tão pobres é desumano

Depois de Martin Feldstein, professor de economia da Universidade de Harvard ter emitido a mesma opinião (publicada recentemente neste blogue), agora chegou a vez do ilustre George Soros. A solução encontrada pelos países da zona euro para o problema grego é tão má que a melhor coisa a fazer neste momento seria a Grécia abandonar a zona euro de forma "ordeira". A posição é assumida pelo investidor norte-americano George Soros que, numa entrevista à revista alemã Der Spiegel, sugere que Portugal siga o mesmo caminho, embora não avance com razões para o caso nacional. Para George Soros, a União Europeia e o euro sobreviveriam a uma saída de Portugal e Grécia se esta fosse controlada. Já um cenário de incumprimento ou de abandono do euro de forma descontrolada iria "precipitar uma crise bancária comparável à que provocou a Grande Depressão", mesmo que a saída do euro se limitasse a uma pequena economia como a Grécia. George Soros, este americano de origem húngara, que muitos apelidam de especulador, na década de 90 travou e ganhou uma guerra contra as autoridades monetárias do Reino Unido, antecipando uma desvalorização da libra que teve de sair do sistema monetário europeu que antecedeu a criação do euro. Ora a recusa alemã em avançar numa maior integração financeira da zona euro é o problema. Para George Soros, a crise do euro tem origem na decisão de Angela Merkel de que a resposta aos efeitos da falência do Lehman Brothers, em 2008, deveria ser nacional e não europeia. Por isso, defende, "só a Alemanha pode reverter a dinâmica de desintegração da Europa". Para Soros as soluções saídas da cimeira extraordinária de 21 de Julho limitam-se a "comprar tempo". O reforço do fundo europeu de resgate, pedido por vários países - e pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso - mas ainda recusado pela Alemanha, será o próximo passo, defende Soros. Mas pode já não chegar a tempo de evitar o contágio à França.