IMPOSTO SOBRE OS 100 MAIS RICOS EVITAVA IMPOSTO DE 50% NO SUBSÍDIO DE NATAL

Américo Amorim, o rico n.º 1 de Portugal, é responsável por 1,49% do PIB

Imposto de solidariedade sobre a fortuna. É este o nome dado em França à taxa sobre o património que o país tem em vigor e que varia entre os 0,55% e o máximo de 1,8%. Este imposto incide sobre patrimónios de 790 mil euros ou mais. Replicar a taxa máxima deste imposto sobre as 100 maiores fortunas portuguesas permitiria ao Estado um encaixe de 576 milhões de euros. É pouco menos que os 630 milhões de euros que o governo vai retirar aos trabalhadores em Portugal este ano à conta do corte de 50% no subsídio de Natal. Em 2009, os 100 mais ricos de Portugal contavam com um património de 32 mil milhões de euros, cerca de 19% do PIB desse ano. Mas trazer este imposto para a realidade nacional não colhe grande receptividade nos fiscalistas. "Alguns países, poucos, têm impostos globais sobre o património ou sobre as grandes fortunas, mas não são histórias de sucesso", comenta Sérgio Vasques, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de José Sócrates e professor da Universidade Católica. Ricos mais ricos Os 25 mais ricos de Portugal viram este ano o seu património avaliado em 17,4 mil milhões de euros, cerca de 10% do PIB, segundo o mais recente ranking elaborado pela revista "Exame". No ano anterior, os 25 mais ricos do país eram donos de um património que equivalia a apenas 8,7% do PIB.