vamos voltar a imprimir escudos, uma tarefa para países ricos, em plena crise de dívida ![](//1.bp.blogspot.com/-C0-uRt18xH0/TtYPvixNApI/AAAAAAAAGIY/D0GAdoZUVfY/s200/20111130____.jpg)
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Ontem pela tarde, na Faculdade de Direito de Lisboa (FDL), economistas reputados também já traçavam os seus planos de contingência para uma desagregação do euro.
José Silva Lopes, ex-ministro das Finanças e ex-governador do Banco de Portugal, admitiu sem reticências que pode não haver saída para o euro: "Se o BCE não começar a imitar a Fed e o Banco de Inglaterra [como credor de último recursos dos Estados] a UE vai para o desastre, e vai para o desastre rápido", afirmou, acrescentando que, ao nível orçamental, "é preciso um orçamento federal que se veja" para fazer face a políticas comuns e a necessidades de estabilizadores automáticos. O homem que acompanhou de perto as anteriores intervenções financeira em Portugal, nos anos 70 e 80, admite que se possa ter ultrapassado o ponto de não retorno, sendo por isso necessário começar a cenarizar. A desagregação do euro pode assim tomar uma de três formas: um colapso com desintegração desordenada; a saída de alguns países da moeda única, como Portugal e Grécia; ou a saída da Alemanha e dois ou três países do Norte.
Os receios de Silva Lopes são uma quase certeza para João Ferreira do Amaral, professor do ISEG e talvez o economista que mais se destacou, desde o início, na crítica ao projecto de moeda única.
"O fim da Zona Euro como a conhecemos está à vista. Julgo mesmo ser inevitável", afirmou, num tom sereno de quem defende a saída de Portugal do euro. Mas, frisa, essa saída tem de ser concertada com a UE, e deve acontecer apenas após uma estabilização da actual crise. A receita para a estabilização foi partilhada com Stuart Holland (Faculdade de Coimbra) e Jacques Bourrinet (Universidade d'Aix-Marseille III).