PRESIDENTE DA COMISSÃO EUROPEIA ABRE GUERRA DIPLOMÁTICA COM ALEMANHA E FRANÇA

pressionado pelos EUA, Barroso não esconde o seu desconforto face às decisões incompetentes da dupla Merkel-Sarkozy

O presidente português da Comissão Europeia demonstrou de forma determinada ser a favor de uma intervenção “mais activa” do Banco Central Europeu (BCE): "no início da crise grega, não teve acolhimento na altura, mas actualmente são cada vez mais as vozes que pedem uma maior e imediata intervenção do BCE para conter a crise da dívida e evitar a implosão do euro, como é o caso da própria Comissão Europeia". Se até aqui o presidente da Comissão, Durão Barroso, se esforçava por mostrar que não havia grandes divergências em relação à Alemanha, afirmando que se tratava apenas de timings, o vice-presidente espanhol da Comissão, Joaquín Almunia, mostrou ontem que as divergências com Bruxelas e Berlim são profundas. Almunia criticou abertamente os governos alemão e francês por bloquearem propostas da Comissão para resolver a crise do euro e advertiu que a Grécia tem “poucos dias” de liquidez. Em declarações à TVE, Almunia criticou a falta de discussão ou mesmo rejeição das propostas da Comissão para responder à crise da dívida e queixou-se que mesmo as medidas que são adoptadas acabam por não ser postas em prática. O vice-presidente da CE avisou que por isso, e se não se resolver rapidamente o pagamento da última tranche do resgate financeiro à Grécia, Atenas terá problemas de liquidez que se estenderão a outros países, como Irlanda e Portugal, que considerou “vítimas imediatas” do problema grego. (in, Jornal i).