CORRUPÇÃO DO CASO SUBMARINOS LESOU O ESTADO EM 34 MILHÕES DE EUROS

Alemanha julgou prontamente os culpados; Portugal tenta "abafar" o caso na Procuradoria

Depois de muitas tentativas da defesa em anular o processo judicial das contrapartidas pela compra dos submarinos a um construtor alemão, nomeadamente através de incidentes de recusa, alegando a falta de isenção das peritagens, o juiz Carlos Alexandre decidiu no passado dia 25 de Janeiro, levar a julgamento os nove arguidos acusados de falsificação de documentos e de burla qualificada. Num despacho de pronúncia de 950 páginas, o magistrado diz que "todos os arguidos actuaram previamente acordados, em comunhão de esforços, deliberada, livre e conscientemente, bem sabendo que as suas condutas eram punidas por Lei". O grupo, composto por sete gestores portugueses de empresas do ramo automóvel que iriam beneficiar de contrapartidas e por três gestores alemães da Ferrostal (já julgados e condenados a prisão, multas elevadas e demitidos dos seus cargos, na Alemanha), é acusado de ter lesado o Estado em cerca de 34 milhões de euros.