Manuel Maria Carrilho acusa a direcção do PS de José Sócrates de estar a condicionar o debate para o próximo congresso do partido. "É uma novidade não poder haver moções sem candidato. É inaceitável". O ex-ministro da Cultura e antigo dirigente socialista, critica assim a decisão de limitar a apresentação de moções globais apenas a quem se candidate a secretário-geral do partido. O militante socialista Fonseca Ferreira, que apresentou no último congresso uma moção estratégica concorrente à de Sócrates, já levantou a questão no interior do partido e pediu à comissão de jurisdição a impugnação da norma que impede a apresentação de moções globais sem que o seu autor se candidate à liderança. Na direcção do PS, o entendimento é que as novas regras, aprovadas recentemente no conselho nacional, visam impedir que possa ser eleito um secretário-geral com a moção de uma candidatura adversária. O presidente da Comissão Nacional de Jurisdição, Ramos Preto, diz ao i que vai marcar uma reunião para analisar a situação e prefere não dar nenhuma opinião, já que será "uma deliberação colectiva" dos 15 conselheiros. Certo é que até ao momento não apareceu nenhum candidato de peso à liderança do partido para concorrer contra Sócrates. Além de Sócrates, apenas é conhecida a candidatura do militante António Brotas. As eleições directas realizam-se nos dias 25 e 26 de Março.