O BE acusou esta sexta-feira o Governo de violar "clamorosamente" o seu programa e de conduzir o país para a recessão, considerando "imperativo derrotar as medidas que promovem o desemprego e a precariedade" e "convocar a democracia para soluções". No texto da sua moção de censura ao Governo, o BE acusa o executivo socialista de "desprezar os grandes combates democráticos pela qualidade dos serviços públicos, pela economia do emprego e contra a agiotagem" e promete bater-se "pela defesa das gerações sacrificadas". O BE culpa ainda o Governo pelo "agravamento da crise social com o aumento dos impostos, queda do investimento público, redução de salários, degradação dos apoios sociais com a retirada do abono de família e outras prestações a centenas de milhares de famílias, o aumento dos preços dos medicamentos e o congelamento das pensões".
"Ao longo do ano e meio do seu mandato, o XVIII Governo adoptou uma política económica e social que tem atingido essencialmente os trabalhadores sem emprego e os jovens da geração mais preparada que o país já formou, que são marginalizados das suas competências para se afundarem num trabalho sem futuro", dizem os bloquistas, referindo que "promessas do Programa de Governo como o fim dos recibos verdes no Estado foram clamorosamente violadas". Para o BE, o Governo tem seguido uma "estratégia agressiva quanto ao mercado de trabalho", acusando-o de subverter o conceito de prestação social: "O subsídio de desemprego passou a ser apresentado como um custo e não como um direito que decorre do próprio desconto do trabalhador, como um prejuízo e não como um acto de Justiça". No texto, os bloquistas dizem recusar "o gigantesco embuste da distribuição equilibrada dos sacrifícios" e consideram "que o emprego e o salário têm sido destruídos pela cruel insensibilidade social que corrói a economia em nome da ganância financeira", propondo "uma ruptura democrática que evite a destruição implacável dos trabalhadores mais velhos pelo desemprego e dos mais novos no altar da precarização".