atiram-se para a rua empresas e famílias que passam assim da sobrevivência à miséria
Acções de despejo aumentaram em dois anos. Governo quer tirar processos dos tribunais mas juízes e advogados criticam. A crise económica e financeira fez disparar o número de empresários, comerciantes e industriais que deixaram de pagar a renda dos espaços que tinham arrendados para exercer o seu negócio. Entre 2008 e 2010, segundo as mais recentes estatísticas do Ministério da Justiça, o número de acções de despejo que deram entrada nos tribunais contra estes empresários ou industriais aumentou 30,2%. O motivo foi sempre o mesmo: falta de pagamento das rendas. O aumento deste tipo de processos judiciais deu-se também no que toca aos prédios arrendados para habitação, em que o morador deixou de pagar a renda, mas neste caso subiu 9,7% entre 2008 e 2010, altura em que estalou a crise. Romão Lavadinho, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, diz, em declarações ao Diário Económico, que o aumento das falências de empresas nestes últimos anos é a explicação para o crescimento do número de empresários e industriais que deixaram de pagar a renda. "Se deixaram de pagar impostos, as dívidas a fornecedores e abriram falência, é óbvio que deixaram também de pagar a renda ao proprietário do espaço", adianta Romão Lavadinho. Uma justificação também avançada por Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários.