as penhoras do Governo e a nova lei das rendas ("lei dos despejos") está a deixar milhares sem condições de vida
A Cáritas Portuguesa alertou hoje para o “exponencial” aumento do número de casos de exclusão social em Portugal, anunciando que recebeu mais de 90 mil pedidos de ajuda em 2011.
Em comunicado, a instituição oficial da Conferência Episcopal alerta mais uma vez para “o flagelo da crise económica”, que se reflete num “crescimento considerável da pobreza em Portugal”.
Dados da Cáritas relativos a 2011, que apenas referem números de 13 das 20 Dioceses, revelam que mais de 38 mil famílias solicitaram apoio à instituição e, a nível individual, foram declarados mais de 93 mil pedidos.
“Só no primeiro trimestre do ano passado, e de acordo com os dados divulgados no comunicado do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, a instituição registava um aumento das situações de emergência social na ordem dos 40 por cento, número que aumentou consideravelmente nos últimos meses de 2011”, refere no comunicado.
Os registos da Cáritas apontam ainda para uma alteração do perfil dos mais carenciados em Portugal.
A população em risco económico e social apresenta, atualmente, características mais abrangentes, incluindo não só os mais jovens e a população em idade de reforma mas, cada vez mais, a população adulta e ativa, que foi empurrada para “o limiar da pobreza e para a exclusão social”, devido a situações de desemprego, salários em atraso, custos excessivos com a habitação, falência de negócios familiares ou de doença.
A instituição reitera que irá dar continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver, em colaboração com as várias paróquias, no sentido de “alimentar a esperança dos portugueses e proporcionar-lhes condições de dignidade que permitam a todos acreditarem que serão capazes de ultrapassar estes tempos difíceis”.
O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, defende, no comunicado, a necessidade de serem criados novos postos de trabalho e condições favoráveis à manutenção de pequenas e médias empresas.
“O Governo tem de criar incentivos para o aparecimento de novas empresas, dando condições fiscais favoráveis, agilizando os procedimentos e ajudando as empresas a serem competitivas para que os portugueses consigam ultrapassar esta conjuntura”, acrescenta.