OBRAS DO PARQUE ESCOLAR CUSTARAM 5 VEZES DO QUE O PREVISTO

 as obras de construção derrapam aos milhões e é o Estado que tudo paga sem questionar estes "estranhos" incumprimentos

Ministro diz que a auditoria da Inspecção de Finanças mostra que cada obra subiu quase 13 milhões de euros. As obras da Parque Escolar, responsável pela requalificação da rede pública de escolas, tiveram um custo superior em 450% face ao inicialmente estimado. O ministro da Educação e Ciência revelou ontem no Parlamento que tem já em seu poder a auditoria pedida à Inspecção Geral de Finanças, a qual, garantiu Nuno Crato, mostra que cada obra realizada por aquela empresa pública teve um custo real de 15,45 milhões de euros, sendo que o valor estimado para cada uma rondava os 2,82 milhões de euros. Ou seja, ficou cinco vezes e meia mais cara que o valor orçamentado. Esta terá sido uma das conclusões da auditoria que, segundo o membro do Executivo, "está concluída" mas que nem o ministério das Finanças nem a o da Educação quiseram ontem divulgar por inteiro aos jornalistas. Por saber, fica o valor total do desvio nas contas. No entanto, durante a audiência na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, o ministro revelou ontem que a auditoria mostra que a Parque Escolar "deveria ter estabelecido tectos máximos do investimento para cada obra" e não o fez. Além disso, a auditoria sublinha que a empresa "deveria ter feito uma apreciação crítica da arquitectura antes de avançar com as obras." Nuno Crato reforçou esta ideia e disse que a Parque Escolar "não o fez" e que, por isso, "houve uma subida de custos muito elevada", tendo sido esta uma das principais razões do endividamento da empresa que tinha previstas 332 intervenções em escolas. Por revelar também ficou o futuro da Parque Escolar. O ministro indicou que ainda está por concluir a auditoria do Tribunal de Contas, estando já na fase de contraditório.