REPRESENTANTE DO CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS ALERTA PARA A PREOCUPANTE "EMIGRAÇÃO PARVA"

uma reportagem da SIC demonstrou como um emigante chegou à Suiça e ficou com 60 euros no bolso e sem emprego

Só na construção saem 9.000 por mês para empregos incertos ou "à aventura" pela Europa. Mas rapidamente descobrem que a emigração já não é solução, na maior parte dos casos. Caem em escravidões não remuneradas ou são mal-tratados, como foi o emigrante ilegal português estucador na Bélgica, deixado a morrer num beco depois de ter caído de um andaime. Uma reportagem da SIC Notícias deste sábado, demonstrou como um português da construção civil gastou tudo o que tinha num bilhete de autocarro para a Suiça ficando apenas com 60€ no bolso. Quando chegou o telefone para onde ligou não funcionava. Ali ficou com lágrimas nos olhos, sem rumo e desesperado...

Emigrantes portugueses na Suíça a dormir na rua. Outros sem dinheiro para comer. Um casal que tentou mudar a vida em Inglaterra mas não tem, sequer, dinheiro para regressar a casa. A emigração está a aumentar, mas a Europa já não é solução. Anúncios falsos nos jornais, colocados talvez por companhias de aviação e de autocarros de linhas europeias para apanhar "patos". A expressão "emigração parva" é usada pelo representante do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) no Luxemburgo, Eduardo Dias, para descrever a nova vaga de pessoas que tem chegado ao País do centro da Europa. São casais, entre os 35 e os 50 anos, que chegam com os filhos menores e sem garantias de trabalho, sem falar a língua e transportando apenas o conceito (errado) de que há um emprego à sua espera ao virar da esquina. Rapidamente ficam sem dinheiro, sem casa, à mercê de uma pobreza não assistida, num país onde não entendem a língua.