Em Espanha a Semana Santa é celebrada por todo o lado, seguindo um único ritual por todo o país - procissões das confrarias com encapuçados vestidos integralmente de negro, violeta, castanho ou branco. As imagens de Cristo, Nossa Senhora e outros santos deslocam-se lentamente ao som de uma música hipnotizante e triste, mórbida, funerária em carros, alguns deles ricamente decorados em folha de ouro. Em Portugal esta tradição praticamente apenas existe em Braga e é bem conhecida justamente por ser uma celebração sui generis, quando comparada com o resto do país. Mas de onde vem esta tradição em Espanha? As famílias abastadas vestem-se como se fossem para um casamento e os mais pobres oriundos das aldeias vizinhas vestem o seu melhor “trapinho” e esforçam-se por não perder os festejos que duram uma semana. Todo o país praticamente pára de trabalhar!!!...
Com reminiscências medievais (de que são exemplo os "costaleros" – transportadores dos carros dos “Passos”), esta celebração foi largamente re-implementada no período fascista de Franco, não só pelo seu conhecido “fervor” católico, como também forma de reforçar o poder da igreja ao seu regime ditatorial. Era uma demonstração de força nas ruas do esmagador poder católico unido a favor do soberano. O povo sempre ávido de espectáculo, deleitava-se e acedia a esta celebração vindo de todos as terras próximas e aldeias. Em Espanha o Carnaval praticamente não se celebra, quando comparado com todo o aparato da Semana Santa, em particular, o mais conhecido de todos: Sevilha. Aqui já existe um programa turístico disponível nos postos de turismo, com os horários das cerca de 8 procissões que saem, por dia, das várias igrejas espalhadas pelo centro da cidade, durante uma semana inteira. Tal como o Carnaval do Rio de Janeiro, esta é por excelência a festa mais importante de Espanha, e por isso é cuidadosamente preparada e ensaiada durante todo o ano, nas confrarias das várias igrejas. Pertencer a uma confraria é uma honra honorífica importante e são as famílias mais abastadas e nobiliárias (as mesmas que organizam a quase tão importante festa da La Féria, onde o povo é tratado como povo) que juntamente com os padres de cada paróquia garantem a continuidade, hierarquia e satus quo deste poder escondido por detrás dos muros de cada igreja. Quem pertence a uma confraria, tem a vida garantida para o resto dos dias… Muitas famílias inscrevem os seus filhos cada vez mais novos, os mesmos que já desfilam nas fileiras dos encapuçados, vestidos de branco, mostrando vitoriosamente os símbolos da sua irmandade.
Com reminiscências medievais (de que são exemplo os "costaleros" – transportadores dos carros dos “Passos”), esta celebração foi largamente re-implementada no período fascista de Franco, não só pelo seu conhecido “fervor” católico, como também forma de reforçar o poder da igreja ao seu regime ditatorial. Era uma demonstração de força nas ruas do esmagador poder católico unido a favor do soberano. O povo sempre ávido de espectáculo, deleitava-se e acedia a esta celebração vindo de todos as terras próximas e aldeias. Em Espanha o Carnaval praticamente não se celebra, quando comparado com todo o aparato da Semana Santa, em particular, o mais conhecido de todos: Sevilha. Aqui já existe um programa turístico disponível nos postos de turismo, com os horários das cerca de 8 procissões que saem, por dia, das várias igrejas espalhadas pelo centro da cidade, durante uma semana inteira. Tal como o Carnaval do Rio de Janeiro, esta é por excelência a festa mais importante de Espanha, e por isso é cuidadosamente preparada e ensaiada durante todo o ano, nas confrarias das várias igrejas. Pertencer a uma confraria é uma honra honorífica importante e são as famílias mais abastadas e nobiliárias (as mesmas que organizam a quase tão importante festa da La Féria, onde o povo é tratado como povo) que juntamente com os padres de cada paróquia garantem a continuidade, hierarquia e satus quo deste poder escondido por detrás dos muros de cada igreja. Quem pertence a uma confraria, tem a vida garantida para o resto dos dias… Muitas famílias inscrevem os seus filhos cada vez mais novos, os mesmos que já desfilam nas fileiras dos encapuçados, vestidos de branco, mostrando vitoriosamente os símbolos da sua irmandade.
Os confrades (irmãos), trajados como encapuçados, tal como muitas sociedades secretas (que igualmente se tratam como “irmãos”), revelam uma estranha tradição com ligações à maçonaria e outras seitas, algumas delas profanas ou satânicas, o que não deixa de constituir um estranho paradoxo. Na igreja-túmulo de Franco, o Vale dos Caídos, completamente escavada na rocha pelos prisioneiros liberais da Guerra Civil Espanhola (os maçons-livres de Espanha) os encapuçados aparecem em diversas esculturas ao longo da nave, não vestidos com o aspecto dos confrades da semana santa, mas como monges ou maçons, num estranho ambiente de iluminação soturna e ténue, recriando um ambiente misterioso e secreto… Cá fora, os edifícios que configuram a praça central deste monumento apresentam um estranho recorte no último piso, que faz lembrar fileiras de confrades encapuçados… Para além destes “contornos” pouco religiosos, a semana santa tornou-se num gigantesco negócio lucrativo. Por todo o lado se vendem trajes de encapuçados para adultos e crianças, acessórios, colares das confrarias, tudo a preços exorbitantes. Para além disso, todo o movimento de curiosos e turistas que este espectáculo atrai, faz arrecadar para comerciantes, indústrias, câmaras municipais e igrejas, substanciais quantias de dinheiro. O povo alimenta as hierarquias sociais superiores… Quando termina a Semana Santa, logo se sucedem outras importantes festas religiosas: La Féria (Abril) e a Romaria de Nuestra Señora del Rocio em Maio, uma procissão de cerca de uma semana a Almonte (Huelva) com uma bonita mescla de cantares antigos flamengos do povo cigano de Espanha.