Dois meses e meio depois de o processo de o caso ‘Camarate’ ter prescrito e quase 26 anos após a explosão do avião que vitimou o ex-primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, e o ex-ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, José Esteves, considerado suspeito pelas comissões de inquérito parlamentares, assumiu ter sido o autor da bomba que fez explodir o pequeno Cessna. Como o processo prescreveu, o advogado das famílias das vítimas considera que “é muito difícil levá-lo a julgamento”. “Eu fabrico a faca, mas não dou a facada. As armas não matam. Quem mata são os homens. Em Camarate, tudo o que eu fiz foi dizer “sim, senhor patrão”, afirma José Esteves em entrevista à revista ‘Focus’. E precisa: “Montei um engenho incendiário para pregar um susto. Foi entregue na Rua Augusta, numa loja, debaixo de um ‘puff’”. O susto era dirigido ao general Soares Carneiro, candidato presidencial da Aliança Atlântica, e estava planeado “incendiar o avião no fim da pista”.
A revelação de José Esteves não surpreendeu o advogado das famílias das vítimas. Mas como “o Supremo Tribunal [de Justiça] em Setembro declarou o processo encerrado”, Ricardo Sá Fernandes diz que, “à partida, é muito difícil levá-lo a julgamento porque há o princípio da não retroactividade da lei penal”. E o mesmo acontecerá com Lee Rodrigues, outro suspeito. José Esteves, operacional dos Comandos de Defesa do Continente (CODECO) e guarda-costas de Freitas do Amaral na campanha das presidenciais em 1986, foi arguido no processo da morte de Sá Carneiro, em Camarate, na noite de 4 de Dezembro de 1980. Chegou a ser ouvido numa comissão de inquérito na Assembleia da República, numa altura em que era ainda detective privado. José António dos Santos Esteves, depois vidente, usava o nome de ‘SôZé’, participando nas ‘Noites Marcianas’ e noutro programa, na SIC, com Herman José. Foi ainda segurança, na Universidade Moderna. Recentemente converteu-se ao islamismo.
Segundo Sá Fernandes, “a comissão parlamentar pediu ao Ministério Público para não deixar prescrever [o processo] e o Ministério Público deixou prescrever. Isto é gravíssimo”. Por isso, as famílias das vítimas vão avançar com uma queixa contra o Estado no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, para pedir uma indemnização só de um euro. Ontem, o CM tentou contactar José Esteves, mas foi informado de que “estava incontactável e sob protecção”. Esteves prestou ontem declarações no Departamento de Investigação e de Acção Penal (DIAP), em Lisboa, após ter sido detido no dia anterior por “posse de arma de fogo proibida”, segundo a PJ. E isso aconteceu no âmbito “de uma investigação alargada a múltiplas ameaças com a prática de crimes acompanhadas de actos susceptíveis de causar alarme público”. É o caso da colocação de caveiras e ossos à porta da SIC e em grandes superfícies comerciais e, em Julho de 2005, de um envelope em árabe à porta da Lusa.
A revelação de José Esteves não surpreendeu o advogado das famílias das vítimas. Mas como “o Supremo Tribunal [de Justiça] em Setembro declarou o processo encerrado”, Ricardo Sá Fernandes diz que, “à partida, é muito difícil levá-lo a julgamento porque há o princípio da não retroactividade da lei penal”. E o mesmo acontecerá com Lee Rodrigues, outro suspeito. José Esteves, operacional dos Comandos de Defesa do Continente (CODECO) e guarda-costas de Freitas do Amaral na campanha das presidenciais em 1986, foi arguido no processo da morte de Sá Carneiro, em Camarate, na noite de 4 de Dezembro de 1980. Chegou a ser ouvido numa comissão de inquérito na Assembleia da República, numa altura em que era ainda detective privado. José António dos Santos Esteves, depois vidente, usava o nome de ‘SôZé’, participando nas ‘Noites Marcianas’ e noutro programa, na SIC, com Herman José. Foi ainda segurança, na Universidade Moderna. Recentemente converteu-se ao islamismo.
Segundo Sá Fernandes, “a comissão parlamentar pediu ao Ministério Público para não deixar prescrever [o processo] e o Ministério Público deixou prescrever. Isto é gravíssimo”. Por isso, as famílias das vítimas vão avançar com uma queixa contra o Estado no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, para pedir uma indemnização só de um euro. Ontem, o CM tentou contactar José Esteves, mas foi informado de que “estava incontactável e sob protecção”. Esteves prestou ontem declarações no Departamento de Investigação e de Acção Penal (DIAP), em Lisboa, após ter sido detido no dia anterior por “posse de arma de fogo proibida”, segundo a PJ. E isso aconteceu no âmbito “de uma investigação alargada a múltiplas ameaças com a prática de crimes acompanhadas de actos susceptíveis de causar alarme público”. É o caso da colocação de caveiras e ossos à porta da SIC e em grandes superfícies comerciais e, em Julho de 2005, de um envelope em árabe à porta da Lusa.