AVIAÇÃO: LOW-COST POUPAM NO COMBUSTÍVEL

será de prever um aumento de acidentes de companhias aéreas que poupam no combustível ?

Consta que algumas companhias low-cost de transporte aéreo de passageiros possam estar a encher os depósitos dos seus aviões com mínimos de gasolina, calculados milimetricamente para servirem apenas as distâncias previstas entre os vários pontos do trajecto. Esta medida de poupança forçada pode colocar seriamente em risco a segurança dos passageiros, comprometendo essencialmente os últimos quilómetros, na aproximação aos aeroportos, momento crucial e o mais perigoso de todo o trajecto aéreo, pois face a condições climáticas adversas (formação de gelo nos motores, ventos fortes ou outros) o consumo de gasolina das turbinas pode sair dos cálculos previstos. Recentemente tem-se assistido a estranhos acidentes ou aterragens forçadas, muitas devido a incêndios nas turbinas por sobreaquecimento (falta súbita de combustível). O caso recente da queda do avião turco em Amesterdão foi dado como um acidente resultado da falha dos altímetros, mas o perfil do acidente encaixa neste tipo de falha técnica, da falta súbita de fornecimento de combustível aos motores. Talvez isso justifique o breve incêndio que se deu aquando do seu despenhamento a escassos segundos da aterragem. Se por um lado as companhias low-cost podem esperar uma redução drástica dos seus tradicionais clientes face à recessão, por outro ganharão clientes que usualmente voavam “mais caro” noutras companhias, mas que agora, farão cortes nos seus orçamentos familiares viajando mais barato. O preço instável dos combustíveis e a instabilidade do mercado poderá estar a afectar as medidas de segurança e manutenção das frotas de aviões, aliada ao facto de muitas companhias de aviação low-cost esperarem maiores lucros do que em anos anteriores, nos quais se dedicaram exclusivamente a baixíssimas margens como forma de conseguirem cativar um determinado mercado específico de clientes.