PORTUGAL: O PAÍS DOS ANTI-HERÓIS

os vários rostos de Sócrates: salazarista, pombalista e neo-nazi, vários totalitaristas num só...

Análises brilhantes feitas por escritores como Miguel Real (in, A Morte de Portugal, Campo das Letras Edit.) ou José Gil (Portugal, Hoje - o Medo de Existir, Relógio d’Água Edit.) ajudam-nos a fazer uma análise sincrónica e diacrónica do perfil do português enquanto indivíduo actualmente cobarde. Depois do abaixamento moral e mesquinhez provocada por séculos de opressão moral levada a cabo pela “Santa Inquisição”, os portugueses tiveram de suportar um homem mesquinho - SALAZAR - que falava como um padre mas que ao mesmo tempo permitiu a existência de uma polícia política que à laia de BIG BROTHER (do livro “1984”, de George Orwell) mantinha a liberdade de expressão sob forte controle.

Ficou-nos a herança do MEDO e da MESQUINHEZ, tantas vezes apontadas pelos nossos vizinhos espanhóis (muito mais afoitos, desinibidos e sem preconceitos que nós) como um dos males do nosso povo não crescer mais economicamente. Expressões de medo enraizadas no povo como - “tem cuidado”, “cuidado com isso”, “olha lá”, “vê lá isso”, “porta-te bem” – não são senão falsos moralismos que castram qualquer herói que intente nascer no seio da populaça… País de “bufos” e intriguistas, desde Salazar, redes de informadores em todo o lado, inquisidores, padres, médicos, vizinhos, colegas de trabalho, um pesadelo à escala nacional, para quem quer ser um simples e democrático livre pensador. “Antiguidade é posto” reforça a mesquinhez da hierarquia dos mais velhos sobre os mais novos (geração de onde poderiam sair os heróis), o poder que estes exercem sobre os seus inferiores hierárquicos, para que estes nunca se esqueçam que, mesmo que sejam mais competentes e aptos, terão de “baixar a bolinha” pois outros valores mais altos se levantam… Estes pregões e chavões tão presentes nas zonas interiores, nas instituições do Estado, nos meios militares, defendem o poder instituído, corrompido, contra a força de mudança da juventude sempre necessária à liberdade. Todas as instituições “lentas” do estado usam esta regra. Em Portugal é o medíocre quem lidera as empresas, as instituições públicas, é o medíocre quem manda, por isso não sairemos desta soturna SOCIEDADE DO MEDO INSTITUÍDO…

Agora esta mesquinhez travestiu-se com trajes mais nobres e emigrou para a Europa e os nossos representantes oficiais naquela instituição, como submissos militares da Gestapo, obedientes cegos ao Führer (Illuminati) ajudam a levar tranquilamente o seu maquiavélico plano até ao fim, asfixiando dia a dia, cada lar, cada família, cada pessoa, numa gigantesca câmara de gás chamada “UNIÃO EUROPEIA”…