Criou-se nos últimos anos uma oportunidade de trabalho própria de países pobres: os call-center. Os empregados desta recente forma de emprego, geralmente contratados através de agências de trabalho temporário (especialmente vocacionadas a conseguirem trabalho a pessoas menos exigentes quanto às entidades patronais, já que terão idades entre 18 e 25 anos, maioritariamente), sujeitam-se muitas vezes a uma verdadeira escravidão. Mal pagos, fazem muitas vezes horários com interrupções, por turnos, com chefes de secção injustos e inflexíveis que criam um ambiente de total submissão e obediência cega a todos os que aí trabalham. É a exploração da condição humana e do miserabilismo daqueles que necessitam de ganhar algum dinheiro para continuarem a sua luta diária pela sobrevivência: apenas interessa aguentar até ao dia seguinte, pelo menos… É preocupante ver que este tipo de empresas, que muitas vezes têm uma forte imagem corporativa perante a sociedade, se valem de esquemas laborais tão baixos e desumanos, próprios de regimes autoritários ou de extrema-direita. Esta forma de exploração está a progredir fortemente em países pobres, em vias de desenvolvimento ou onde as máfias de extrema-direita tomam a rédea do poder político…