Muitas pessoas já ouviram o nome da Casa Pia devido ao célebre processo de pedofilia que envolveu algumas figuras públicas da vida social portuguesa. Outrora o nome da instituição deveu-se a Dona Maria Pia, mas hoje ressalta mais o "pia" do tradicional sentido sanitário. É que muito se falou nos Media, mas efectivamente pouco se disse. Estes casos já eram conhecidos no tempo do General Ramalho Eanes, mas o Estado português tudo fez para abafar o caso. Há quem diga que muitos políticos consideram a prostituição destes miúdos um mal "menor", uma actividade menos digna que os ajuda a viver melhor e através da qual conseguem encontrar algum prazer "sentimental". Certo é que o que está em causa neste processo e que sempre esteve é o facto de haver uma rede de prostituição de menores, dentro de uma instituição estatal, que se utilizava de crianças para lucrar milhares de "escudos" (já que o processo vem de longe) e euros. Funcionários, médicos, advogados, figuras da política e da socialite portuguesa envolvidos não em casos isolados, mas numa rede lucrativa de interesses comuns, no ramo da prostituição. Essas redes continuam vivas em muitos locais "gay" da noite lisboeta, até com ex-miúdos da Casa Pia com 18, 19 ou até 27 anos. Prostituem-se em hotéis da zona do Marquês de Pombal, em sexo em grupo ou festas de sexo privadas. A droga anda à mistura e é quase sempre cocaína à descrição. A droga minimiza os factores negativos, causa dependência de pessoas e de dinheiro, vicía e aumenta o clímax erótico. Este é o mundo que não foi julgado, o mundo real, o mundo das máfias que espremem à exaustão a juventude potencial destes jovens àvidos de dinheiro, prazer e drogas. A forma mediática dada a este caso apenas serviu para uma coisa durante este seis anos: publicitar a pedofilia e fazer alargar o mercado do sexo com jovens e adolescentes a um maior número de potenciais "clientes"...
E no final de tanto aparato "informativo" dos jornais, revistas e televisões, com todas as figuras públicas envolvidas, advogados, apresentadores de televisão, embaixadores, políticos e outras figurinhas, vêm os lucros: Carlos Cruz terá de pagar 25 mil euros a duas vítimas; o mesmo valor terá de pagar Hugo Marçal e Manuel Abrantes, também a duas vítimas cada; Jorge Ritto pagará 25 mil euros a uma vítima e Ferreira Diniz foi condenado a pagar o mesmo valor a três vítimas; por último, Carlos Silvino terá de pagar 15 mil euros a 20 vítimas. A seis dos sete arguidos do processo Casa Pia foram determinadas penas de prisão entre cinco anos e nove meses e 18 anos, sendo que a pena mais alta foi aplicada a Carlos Silvino, o antigo motorista da instituição, sentenciado por 126 crimes dados como provados. Apenas Gertrudes Nunes, proprietária da casa em Elvas onde ocorreram abusos sexuais de menores, foi absolvida das 26 acusações de lenocínio (fomento da prostituição) que lhe eram imputadas. Quase seis anos depois, o julgamento do processo Casa Pia chegou hoje ao fim com a leitura do acórdão final. O coletivo de juízes foi presidido por Ana Peres, coadjuvada por Lopes Barata e Ester Santos. As condenações ficaram assim discriminadas: Carlos Silvino: 18 anos ; Carlos Cruz: 7 anos; Ferreira Diniz: 7 anos; Jorge Ritto: 6 anos e 8 meses; Hugo Marçal: 6 anos e 2 meses; Manuel Abrantes: 5 anos e 9 meses. Depois de lidas as sentenças, o antigo apresentador de televisão Carlos Cruz considerou que foi "vítima de uma monstruosidade jurídica", em reacção à pena de sete anos de prisão efectiva a que foi condenado pelo colectivo de juízes no âmbito do processo Casa Pia. Os antigos alunos e responsáveis da instituição reagiram com satisfação ao final decidido para um julgamento que se prolongava há quase seis anos, isto apesar do Ministério Público ter pedido as penas mínimas...
Em detalhe cada acusado ficou "lavado" de crimes após uns meros anos de prisão. Hugo Marçal foi condenado a seis anos e dois meses de prisão efectiva. O colectivo de juízes liderado por Ana Peres entendeu que ficaram provados dezenas de crimes no âmbito do processo Casa Pia, cuja leitura do acórdão está a acontecer hoje no Campus da Justiça. Ferreira Diniz foi condenado a sete anos de prisão efectiva no processo Casa Pia. O colectivo de juízes liderado por Ana Peres entendeu que ficaram provados dezenas de crimes no âmbito do processo Casa Pia, cuja leitura do acórdão está a acontecer hoje no Campus da Justiça. Manuel Abrantes foi condenado a cinco anos e nove meses de prisão, em cúmulo jurídico, no processo Casa Pia. O antigo apresentador de televisão Carlos Cruz foi condenado a sete anos de prisão efectiva pelo colectivo de juízes responsável julgamento do processo Casa Pia. O ex-embaixador Jorge Ritto, um dos sete arguidos no processo Casa Pia, foi condenado esta tarde a cinco anos e oito meses de prisão efectiva. Carlos Silvino foi condenado a uma pena única de 18 anos de prisão efectiva. O colectivo de juízes liderado por Ana Peres entendeu que ficaram provados dezenas de crimes no âmbito do processo Casa Pia, cuja leitura do acórdão foi feita no passado dia 03.08.2010 no Campus da Justiça em Lisboa. Que não restem dúvidas: tudo não passou de uma gigantesca manobra publicitária pois a prostituição juvenil é um negócio altamente lucrativo, envolve muitas máfias, desde a política às polícias, e por isso mesmo não pode ser publicitada de outra forma nos Media, senão "camuflada" de acto criminoso...