Dez mulheres de comandantes seniores e um rapaz encontram-se entre os mortos. A parada foi realizada em Mahabad, numa zona curda do noroeste iraniano, onde alguns grupos de guerrilha costumam operar. Hillary Clinton condenou o ataque bombista. No total morreram doze pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas na explosão. Foi o atentado mais grave ocorrido nos últimos anos na região. O dispositivo foi detonado por controle remoto no momento em que uma multidão assistia a um desfile militar em homenagem ao 30.º aniversário do início da guerra contra o Iraque (1980-1988). Todas as vítimas eram civis que assistiam ao evento - a maioria mulheres e crianças. Nenhum soldado ficou ferido na explosão. Os guerrilheiros curdos dificilmente atacam civis na sua luta armada pelos direitos das minorias curdas. Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.
Mahabad é uma cidade majoritariamente curda, localizada numa região que registou confrontos armados nos últimos anos e atentados atribuídos por Teerão aos rebeldes curdos. Os separatistas, a maioria com bases no norte do Iraque, entram em choque frequentemente com soldados iranianos nessa região. Há relatos de que activistas curdos foram presos, julgados e executados recentemente pelo regime iraniano. Os curdos são um povo sem território que se espalha por Turquia, Iraque, Síria e Irã e correspondem a 20% da população iraniana. Considerado por Teerã um grupo terrorista, o Partido da Vida Livre do Curdistão (PJAK) é uma ramificação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que tomou armas em 1984 na Turquia pela criação de um Estado. Em setembro de 1980, o Iraque invadiu o Irã para tomar uma região rica em petróleo e modificar a demarcação da fronteira. Os EUA apoiaram militarmente o Iraque numa tentativa de depor o regime islâmico instalado pelo aiatolá Ruhollah Khomeini. Após 8 anos de conflito e desgaste, foi assinado o cessar-fogo.