O primeiro-ministro admitiu ontem que poderá ser mais justo, aumentar impostos do que colocar em causa a saúde e educação públicas e recusou fazer a redução do défice só com corte na despesa. A posição de José Sócrates, que se encontra nas Nações Unidas, em Nova Iorque, foi assumida depois de confrontado com a ideia de que o PSD recusou uma negociação prévia do Orçamento do Estado para 2011, porque a proposta do executivo prevê um aumento de impostos. "Isso não é verdade. Isso pura e simplesmente não aconteceu", reagiu o primeiro-ministro, antes de apresentar a sua versão dos factos em relação ao teor dos dois encontros que teve com o líder social democrata. Interrogado se essas outras necessidades significam, no fundo, um novo aumento de impostos, Sócrates falou na "redução das deduções fiscais, que alguns consideram aumento de impostos, mas o Governo não". "Nós vamos reduzir a despesa em áreas muito significativas, mas não aceito a ideia de que tudo deve ser feito apenas à custa da redução da despesa, excluindo outras opções políticas", frisou. Para as próximas semanas, Sócrates afirmou esperar que haja "responsabilidade e bom senso na política, porque o país precisa de compromisso e não de radicalismo", declarou.