JOSÉ SEGURO PROPÕE MEDIDAS PARA REPOSIÇÃO DE JUSTIÇA SOCIAL

ao estilo de Guterres, Seguro afirma: "as pessoas estão primeiro"

"As pessoas estão primeiro". É este o ‘slogan' que marcará os dois primeiros dias do XVIII congresso do PS, que hoje começa em Braga, onde Seguro promete romper com o passado, guinando à esquerda, e apresentar propostas alternativas para impor mais justiça social. Nos seus dois discursos, o secretário-geral do PS terá duas linhas de orientação: as pessoas têm que estar no centro das políticas e reformas e o PS passará a ser um partido de debate. O recurso ao ‘slogan' tem precisamente o objectivo de enfatizar a mensagem humanista que António José Seguro pretende passar ao País e servirá como mote para vincar as diferenças ideológicas do PS face ao Governo e à política de austeridade de Pedro Passos Coelho. Um ‘slogan' que Seguro foi recuperar ao modelo de governação daquele que ainda hoje é a sua referência política - António Guterres. Seguro vai mesmo apresentar as propostas estruturais que tem estado a preparar nos últimos dias. Diplomas que terão na sua base "a justiça social". O secretário-geral socialista entende que Passos Coelho tem extravasado o memorando da ‘troika' em prejuízo das pessoas e, sobretudo, da classe média e vai exigir que o acordo com FMI, BCE e União Europeia seja concretizado com mais sensibilidade social. O núcleo duro de António José Seguro estava ainda ontem a ultimar algumas propostas, mas é certo que o líder socialista vai opor-se às privatizações (nomeadamente RTP e Águas) e propor que as empresas e quem tem rendimentos de capitais assumam um maior esforço no combate ao défice e saída da crise. Está previsto que o líder socialista proponha que todos os rendimentos de capitais e mais-valias acima dos 50 mil euros anuais sejam sujeitos a englobamento obrigatório. E também propostas alternativas ao corte no subsídio de Natal.

LAGARDE: "ECONOMIA MUNDIAL ATRAVESSA FASE MUITO PERIGOSA"

nacionalização da banca da UE poderá impedir clientes de levantarem os seus depósitos

Os países desenvolvidos devem agir "agora e com audácia" para relançar a economia, afirmou hoje a diretora-geral do FMI. "A mensagem chave que quero transmitir hoje, é que os Estados devem agir agora e agir com audácia" porque a economia mundial "atravessa uma fase cheia de perigos", declarou Lagarde durante um discurso no instituto Chatham House em Londres, antes de partir para Marselha, onde terá lugar uma reunião do G7. A directora-geral do Fundo Monetário Internacional também saudou hoje o plano de 447 mil milhões de dólares a favor do emprego a favor do emprego nos Estados Unidos apresentado na véspera pelo presidente norte-americano, Barack Obama. "Saudamos as propostas do presidente Obama, que se concentram no apoio ao crescimento e à criação de empregos a curto prazo", afirmou Lagarde.

REESTRUTURAÇÃO DA DÍVIDA IMPLICA NACIONALIZAÇÃO DA BANCA EUROPEIA

banca controlada pelos políticos da NWO, um sonho neo-nazi do novo mundo pós-9/11

A banca europeia pode precisar de até 92 mil milhões para responder a reestruturações de dívida pública, escreve a Goldman Sachs. É esta a principal mensagem de um ‘research' do Goldman Sachs que está a condicionar a negociação nas bolsas europeias, nomeadamente no sector financeiro, que perde mais de 2%. A Goldman construiu um cenário de choque no mercado de dívida soberana para testar o comportamento da banca europeia nessa adversidade. A conclusão é a de que 38 bancos poderão precisar de aumentar capital entre 30 a 92 mil milhões de euros para responder a reestruturações de títulos de dívida pública que têm nos seus balanços. E nos casos das instituições financeiras gregas, italianas, irlandesas, portuguesas e espanholas haverá dificuldades para, sem o patrocínio do Estado, conseguir levantar esses fundos. Isso pode significar nacionalizações: "Aqui o capital teria de ser disponibilizado pelo soberano, gerando nacionalizações parciais ou totais, ou por instituições multinacionais", lê-se na nota que a Goldman Sachs enviou aos seus clientes. Esta análise desencadeou uma chuva de ‘downgrades' na avaliação do Goldman para a banca europeia, a que não escaparam três bancos portugueses: o ‘target' para o BCP desceu de 0,4 para 0,33 euros; o preço-alvo do BES caiu de 3,1 para 3 euros; e a avaliação do BPI emagreceu de 1,15 para 1 euro. (in, Económico).

GOVERNO SUSPENDE CONSTRUÇÃO DA TERCEIRA AUTO-ESTRADA LISBOA-PORTO

obras faraónicas iniciadas em plena crise, pelo Governo Sócrates, começam a abrandar

O facto de ainda não ter entrado em obra, facilita a suspensão do troço do IC3, entre Condeixa e Coimbra. O próximo corte de investimento no programa de novas concessões rodoviárias lançado pelo último governo de José Sócrates deverá levar à suspensão da construção do IC3, entre Condeixa e Coimbra, incluída na concessão do Pinhal Interior. Esta concessão foi adjudicada a 10 de Janeiro de 2010 ao consórcio da Ascendi, liderado pela Mota-Engil e pelo Banco Espírito Santo (BES). A concessão da Pinhal Interior, juntamente com a Auto-estradas do Centro (que já tinha sido suspensa pelo ex-ministro das Obras Públicas, António Mendonça, a 10 de Fevereiro de 2010), constituía a polémica "terceira auto-estrada Lisboa-Porto". Este é o corte mais significativo de um conjunto de investimentos nas novas concessões rodoviárias que poderão ser alvo de cancelamento, de acordo com um levantamento que está a ser efectuado pela Estradas de Portugal. A decisão final ainda não foi tomada, porque o Governo quer discuti-la com os autarcas da região, mas é dada como "muito provável". O troço do IC3 em causa tem uma extensão prevista de 25,6 quilómetros e o investimento global seria de 570 milhões de euros, não só em construção, mas também na componente de exploração e manutenção, e nos custos de financiamento, ao longo dos 40 anos da concessão.

BLAIR TROCOU TERRORISTA DE LOCKERBIE PARA COMPRAR PETRÓLEO LÍBIO PARA A BP

a hipocrisia da política europeia com a Líbia chega a ser "nojenta" e anti-constitucional

Nunca ficou escrito no papel, que estas coisas são demasiado sensíveis para se registarem preto no branco. Mas o último ministro dos Negócios Estrangeiros de Muammar Kadhafi, Abdulati al-Obeidi - actualmente detido pelos rebeldes - disse agora ao enviado especial da BBC que, em 2009, as autoridades líbias deram a entender que a libertação de Abdelbaset al-Megrahi, um dos dois bombistas condenados pelo atentado de Lockerbie, poderia ajudar a BP a conseguir grandes concessões de petróleo na Líbia. "Houve a sugestão de que libertá-lo poderia ajudar mas não era uma condição", afirmou Al-Obeidi à BBC. "O lado líbio e, como sabe, os britânicos, sabem como levar as coisas", acrescentou. Entregue a moeda de troca ao então regime de Kadhafi, a BP conseguiu um dos mais vantajosos contratos para explorar reservas de petróleo líbias. O documento terá sido assinado durante uma viagem de Tony Blair ao deserto da Líbia. A BP admitiu no ano passado ter sido pressionada para assinar um acordo em troca da controversa libertação de um prisioneiro porque os atrasos poderiam danificar "interesses comerciais". No entanto, a petrolífera negou qualquer envolvimento no caso Megrahi. Imagens de Al-Obeidi em coma, ligado às máquinas, aparentemente nos últimos dias do seu cancro, foram ontem divulgadas - o governo britânico sempre disse que a libertação de Al-Megrahi, condenado pela explosão do voo da PanAm em 1988 sobre o céu de Lockerbie, na Escócia, que matou 270 pessoas, tinha sido por razões humanitárias.

UM TERÇO DOS HOSPITAIS-EMPRESA EM FALÊNCIA TÉCNICA

sem dinheiro, mega-hospitais não são mais do que elefantes brancos vazios e decadentes

As medidas de redução de despesa hospitalar têm de ser aplicadas em prol da sobrevivência das unidades. O défice dos mesmos vai atingir os 300 milhões em 2011. Paulo Macedo disse hoje no Parlamento que “um terço dos hospitais-empresa está em falência técnica” e por isso foi preciso impor a redução de 11% da despesa dos mesmos, além do que estava acordado com a troika. Respondendo ao ex-ministro da Agricultura, António Serrano, que interrogou o porquê de algumas medidas do Executivo irem mais além da troika, Paulo Macedo relembrou que “os hospitais tiveram um défice em 2010 de 322 milhões de euros, vão ter em 2011 um défice de cerca de 300 milhões e muitos deles estão em falência técnica (um terço) e o seu próprio capital social está por realizar em mais de 400 milhões de euros”. O ponto de situação dos hospitais serviu para o ministro da Saúde justificar as medidas de redução de despesa que são “imperiosas”. “Os hospitais não conseguirão sobreviver com esta realidade se não houver redução de despesa. Esta redução de despesa que é necessária, e pode-se discutir o seu grau, é difícil pois continuaremos a assegurar tudo aquilo que é essencial”. Além disso, Paulo Macedo explicou que a redução imposta aos hospitais não visa apenas “cumprir a meta quantitativa de redução acordada com a troika, mas também assegurar que o compromisso global (as dívidas não podem aumentar) é assegurado”. No fim do ano a dívida aos fornecedores deve atingir os três mil milhões de saúde.

NOVAS REGRAS FAZEM 69.000 PORTUGUESES PERDER SUBSÍDIO DE DESEMPREGO

de um dia para o outro... puff... acabou-se o apoio social...

As novas regras de permanência no subsídio de desemprego implicaram o fim da prestação para quase 69.000 portugueses. Com esta medida, o Estado anunciou poupanças de 141 milhões de euros, avançam o Diário e o Jornal de Notícias. Mais de 45,5 por cento dos desempregados registados não têm qualquer apoio social, enquanto eram 35% os que há um ano se encontravam nesta situação. O fim do período de prestação de desemprego atingiu em média 14.600 pessoas por mês, desde julho do ano passado, enquanto foram aceites mensalmente 13.700 pedidos. Apesar da redução do tempo de trabalho necessário para ter direito ao subsídio de desemprego, diminuiu também o período da concessão da prestação, o que contribui para o aumento do número de pessoas fora do sistema de protecção social. O número de pessoas com direito à prestação do desemprego era em julho deste ano de 285.336, contemplando apenas 54,5% dos desempregados registados. A prestação média é de 497 euros, tendo registado uma descida em relação a maio. Em julho de 2010, este sistema abrangia 65% da população desempregada. No ano passado foram pagos 2,2 mil milhões de euros em subsídios de desemprego e este ano, até julho, esta verba foi de 1,2 mil milhões. Desde julho de 2010, o Governo poupou 141 milhões de euros, apesar de o desemprego atingir 12% da população activa.

FAMÍLIA DE SÓCRATES MOVIMENTOU CERCA DE 383 MILHÕES EM OFFSHORES

Governo Sócrates foi um Inferno para os portugueses, mas para a sua família o Paraíso...

O Correio da Manhã conta hoje que a família de do ex-primeiro-ministro José Sócrates tem 383 milhões em offshores. Os documentos foram entregues por Mário Machado. Acrescenta o CM que a empresa criada em 2000 no paraíso fiscal de Gilbraltar movimentou autênticas fortunas. Gestores são tio, tia e primos de Sócrates. O número, astronómico, é o somatório dos movimentos bancários de uma empresa com sede em Caimão, cujos gestores são o tio, uma tia e primos dos ex-primeiro-ministro José Socrates. A escritura da empresa foi feita em Gibraltar em 2000 e os documentos bancários relativos à mesma encontram-se no Departamento Central de Investigação e Acção Penal do Ministério Público. A família de José Sócrates, tem offshores há quase três décadas, segundo o que consta em documentos que estão na posse do Ministério Público há mais de um ano, mas que só agora vão começar a ser analisados pelos procuradores. Segundo o jornal, os documentos foram entregues por Mário Machado, líder da extrema-direita que está numa cadeia, ao procurador-geral da República, Pinto Monteiro, em Julho do ano passado. Os papéis foram então remetidos para o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, dirigido por Maria José Morgado e posteriormente reencaminhados para o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que tem como directora a procuradora Cândida Almeida.

Segundo apurou o “Correio da Manhã”, os documentos são autênticos e mostram elevadas quantias que diversos familiares de José Sócrates transferiram para fora do País ao longo de quase três décadas. A maior parte dos documentos trata-se de extractos bancários. E há também documentos sobre a compra e venda de acções, designações de empresas sediadas nas ilhas Caimão, Man e Gibraltar, certificados de participações, operações em Bolsa, ofícios a diversas entidades e operações de valores mobiliários, refere o CM. Segundo o jornal, os documentos “são autênticos e mostram elevadas quantias que diversos familiares de José Sócrates transferiram para fora do País ao longo de quase três décadas”. Antes de prender Mário Machado, a Polícia Judiciária terá interceptado conversas telefónicas onde o líder da extrema-direita fazia referência às provas que teria contra Sócrates, o que pode explicar a sua súbita prisão, durante o Governo Sócrates, bem como a sua vingança ao divulgar uma "bomba" deste tamanho...

AMARRADOS: SAIR DO EURO CUSTARIA A CADA PORTUGUÊS SÓ NO 1.º ANO 11.500€

banco suiço alerta: "ai daqueles que quiserem sair do euro"...

O banco suíço UBS publicou uma extensa análise sobre a união monetária. O ponto de partida é que, como está, o euro não funciona. A discussão sobre eventuais saídas do euro "subvaloriza as consequências" de uma ruptura na união monetária, escreve a equipa de economistas do UBS, para quem a probabilidade de isso acontecer "está próxima de zero". Nas contas do UBS o custo de um dos países mais debilitados do euro, onde se incluirá Portugal, sair do euro seria, só no primeiro ano, cerca de 9.500 a 11.500 euros por cidadão, o equivalente a 40 ou 50% do PIB dessas nações. E nos anos seguintes seria entre 3.000 a 4.000 euros por cidadão. Estes cálculos têm subjacente a bancarrota do País e o colapso do sistema financeiro e do comércio internacional. Se fosse a Alemanha a regressar ao marco, isso custaria entre 6.000 a 8.000 euros a cada cidadão germânico e cerca de 3.500 a 4.500 euros nos anos seguintes, qualquer coisa como 20 a 25% do PIB da maior economia europeia. Dado estes resultados, o UBS sugere que sai bem mais barato patrocinar os resgates de Portugal, Grécia e Irlanda. O banco nota também que estes cálculos não contabilizam os custos políticos resultantes de um desmembramento da zona euro. O peso da voz europeia no palco internacional, por exemplo, ficaria enfraquecido.

O PIOR DA CRISE DO EURO AINDA ESTÁ PARA VIR

o jornalista não duvida: 2012 poderá ser mesmo o "fim do mundo económico" da UE

«Um dos aspectos actualmente mais preocupantes na zona euro é o facto de qualquer estratégia de resolução da crise estar directamente dependente de uma recuperação económica moderadamente forte. O programa grego estava em apuros quando foi acordado há seis semanas. Todas as previsões oficiais estavam erradas. O país está numa depressão, e a dinâmica da sua dívida está "fora de controlo", afirma o seu novo conselho fiscal. Em Itália, o banco central está preocupado com a eventualidade do programa de austeridade poder vir a ter efeitos recessionistas. A estratégia de recapitalização - se assim lhe quisermos chamar - está também a cair por terra sob o peso do abrandamento económico. Na semana passada, assistimos a uma acesa disputa entre o FMI e os governos da zona euro quanto ao montante necessário para a recapitalização. Os dados finais relativamente à recapitalização podem ser muito mais elevados do que as estimativas do FMI se a economia voltar a entrar em recessão».

«O abrandamento começou durante este Verão e parece ter vindo a intensificar-se. Os empréstimos bancários ao sector privado têm vindo a cair nos últimos dois meses. A massa monetária em circulação está muito baixo da sua taxa de referência. Um estudo bastante seguido e levado a cabo junto de gestores aponta para uma quebra na actividade transformadora em Agosto. E perante tudo isto, a Europa pode estar já em recessão. A primeira, segunda e terceira prioridades dos políticos económicos europeus deve ser inverter este abrandamento. Se não conseguirmos inverter isto, a zona euro entrará numa situação de catástrofe, uma vez que cada programa de reestruturação correrá o em perigo de cair e não ver a luz do dia. Infelizmente, a política económica não está preparada para o abrandamento económico. O Banco Central Europeu tem vindo a apertar a sua política monetária desde a Primavera. A política orçamental está em fase de contracção, numa altura em que os governos se apressam a anunciar programas de austeridade. E os responsáveis políticos não parecem ter grande pressa para resolver o problema. A política monetária é a ferramenta mais importante nesta fase, uma vez que é o BCE mais espaço de manobra tem. As expectativas em torno da inflação mantêm-se. A minha medida de avaliação favorita, assente no mercado são os swaps de inflação de cupão zero. E os mesmos apontam agora para uma redução das metas inflacionistas do BCE. O banco central já não tem desculpa para não reduzir a sua principal taxa de refinanciamento de volta a 1%, ou até mais baixo. O objectivo deve ser assegurar que a taxa ‘overnight' converge de volta para o zero. Está agora perto de 1%, pelo que o âmbito efectivo de uma redução das taxas de juro é próximo de um ponto percentual».

«O fosso entre as taxas de juro da zona euro e dos EUA é particularmente grande, um pouco abaixo da curva de maturidade. As taxas do mercado monetário a um ano estão nos 2,1%, face a 0,8% nos EUA. Trata-se de um grande fosso que a política monetária europeia deve tentar fechar. Nada disto pode travar o abrandamento por si só, mas pode ser uma grande ajuda. E, por outro lado, o BCE deve considerar a possibilidade de mexer nas taxas de juro a longo prazo. O seu actual mercado de títulos foi concebido como instrumento de resposta à crise - ostensivamente, de modo a assegurar um bom funcionamento da política monetária. Mas ninguém nunca acreditou nisso. Existe, no entanto, uma solução. O BCE pode transformar o Programa do Mercado Único num programa de estabilidade macroeconómica. Para tal terá que aumentar a dimensão deste programa de forma significativa, para várias vezes o actual valor de 115 mil milhões de euros. Isto ajudaria a impedir a economia de cair numa armadilha de liquidez, algo que acontece quando a política monetária perde capacidade. E o que dizer da política orçamental? O mínimo que deveríamos esperar era que a zona euro abandonasse todos os programas de austeridade com efeitos imediatos e voltar a uma posição neutra do ponto de vista orçamental. Mas até agora uma mudança como esta nem consta da agenda. E como é típico na zona euro, cada país comporta-se como uma qualquer pequena economia aberta no outro extremo do mundo. Cada um acha que as suas acções não afectarão os demais».

«Mas quando a França, Espanha e Itália contaram as suas posições orçamentais ao mesmo tempo, juntamente com a Grécia, Portugal e Irlanda, o resultado é uma contracção orçamental coordenada. Apesar de alguns destes países terem um problema orçamental, a zona euro no seu todo não. O rácio da sua dívida face ao PIB é mais baixo do que o dos EUA, Reino Unido ou Japão. Se a zona euro tive passado para uma união orçamental há alguns anos atrás, o seu ministro das Finanças estaria agora em posição de agir. Em vez disso, o actual sistema de políticas não coordenadas conduziu a uma austeridade contagiosa e um abrandamento contagioso. Isto porque, enquanto não houver união orçamental, os Estados membros da zona euro não terão outra opção que não seja coordenarem-se entre si. Eu iria mais longe e defenderia um estímulo orçamental na Alemanha, Holanda e Finlândia para compensar a austeridade no Sul da Europa. O que importa é a posição orçamental da zona euro no seu todo. Existe ainda pouco reconhecimento nas capitais da zona euro de que o abrandamento económico constitui uma ameaça à existência da mesma. E acho que este abrandamento económico vai atingir fortemente a zona euro sem que esta se possa defender. E quando isso acontecer, a crise da zona euro vai acentuar-se e as coisas vão ficar muito feias».(in Económico, texto de Wolfgang Münchau).

CEO ONGOING ACUSA BALSEMÃO DE JOGO BAIXO PARA DEFENDER SIC DA VENDA DA RTP

o caso de espionagem da Ongoing foi revelado pelo Expresso, jornal de Balsemão

Nuno Vasconcellos, CEO da Ongoing, acusa Pinto Balsemão de estar a travar a privatização da RTP apenas para proteger a SIC. Num artigo de opinião hoje publicado no “Diário de Notícias”, o CEO a Ongoing, e parceiro desavindo de Balsemão no grupo Impresa, diz que é a favor da venda do canal público mas que não irá candidatar-se à sua compra enquanto for accionista do grupo Impresa que detém a SIC. “Enquanto formos accionistas da Impresa - onde temos uma participação com um peso económico idêntico à do dr. Pinto Balsemão, mas sem os subterfúgios das holdings em cascata – não vamos participar na privatização da RTP”. A tomada de posição parece, no entanto, servir sobretudo de pretexto para voltar ao assunto que tem estado na base do diferendo entre Vasconcellos e Balsemão: a gestão do grupo Impresa. "A Ongoing entende que a Impresa, no dia em que passar a ser bem gerida, pode e deve ser uma empresa lucrativa, sem que para tal necessite de utilizar formas ardilosas de limitação da concorrêncua ou de obtenção de benesses por parte do Estado".

IVA NOS SERVIÇOS POSTAIS VIOLA GRAVEMENTE A LEGISLAÇÃO EUROPEIA

o Governo está desgovernado; até a UE tem de puxar as orelhas aos governantes

A eliminação de isenção de impostos nos serviços postais é contraria à sexta directiva do IVA. O País arrisca um incumprimento e já houve avisos da Comissão Europeia. O Governo comprometeu-se a acabar com a isenção de IVA no serviço postal universal, o que tornará mais caro o envio de cartas ou encomendas, mas se o fizer arrisca-se a entrar em litígio com a Comissão Europeia (CE) e a enfrentar um processo de infracção por incumprimento da legislação comunitária.

GERHARD SCHRÖDER CONSIDERA CRISE OPORTUNIDADE PARA ASSUMIR UNIÃO POLÍTICA

tal como Hitler queria consenso político, a Alemanha quer unir a UE politicamente

Cada vez é mais clara a estratégia da Alemanha "por detrás da máscara". A crise está a deixar a Alemanha mais forte politica e economicamente, tal como aconteceu no passado, antes da ascensão de Hitler a führer. Gerhard Schröder, ex-chanceler alemão, diz que a Europa “precisa de acordar” para a necessidade de avançar para uma união política, sem a qual o euro não sobreviverá. Para o antecessor de Angela Merkel, que dirigiu a Alemanha entre 1998 e 2005, a crise que se vive hoje não se deve ao euro em si, o que se demonstra pelo valor externo da moeda, que vale hoje 1,40 dólares, quando já esteve em 82 cêntimos. “O que falta é um conceito político por detrás do euro”, diz o antigo líder social-democrata (SPD), velho rival da CDU de Helmut Köhl e de Merkel. Em entrevista à revista alemã “Der Spiegel”, Schröder diz, aliás, que o maior erro (que atribui a Helmut Kohl) foi assumir que uma moeda comum iria inevitavelmente conduzir a uma união política, e que é precisamente a ausência de uma política comum económica, fiscal e mesmo social que explica as dificuldades que a Zona Euro hoje atravessa.

Sobre a actuação do actual Governo alemão, Schröder diz que foi um “erro enorme” Angela Merkel ter dado ouvidos “à rua”, enviando a mensagem de que o problema do euro se devia a Governos gregos despesistas e que seria possível seguir com a união monetária sem mexer na sua arquitectura política. O antigo chanceler considera, porém, que a Alemanha e a França já se aperceberam que é preciso ir mais longe e caminhar para um governo económico e para um controlo “político” ao nível europeu do que é feito em cada uma das capitais. Percorrer esse caminho, que vai exigir “mais transferência de soberania”, é o pré-requisito para o lançamento de obrigações europeias, que impedirão os especuladores de jogarem contra o euro, acrescenta. Nesse caminho para uma união mais política, mas também democrática, Schröder vê como essencial que as tradicionais funções de controlo exercidas pelos parlamentos nacionais, designadamente na vertente orçamental, sejam assumidas por um comité especial do Parlamento Europeu, restrito a eurodeputados eleitos pelos países membros do euro. A crise actual, diz, oferece uma oportunidade única de avançar para "os Estados Unidos da Europa".

MARCELO REBELO DE SOUSA CRITICA DURAMENTE POLÍTICAS DO GOVERNO

PSD em peso está revoltado com a falta de cumprimento do programa eleitoral de Passos

Marcelo Rebelo de Sousa criticou ontem, no Jornal das 8 da TVI, a actuação do Governo em matéria de aumento de impostos, e defendeu a necessidade de uma explicação aos portugueses. O comentador do Jornal das 8 da TVI, e ex-líder do PSD, não poupou críticas ao Executivo e defendeu ontem que "o Governo fez isto mal feito, porque foi feito às pinguinhas", referindo-se ao recente anúncio de um aumento de impostos. "Deu a sensação de improviso, e não de um plano global", criticou o comentador. À mesa com Júlio Magalhães, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "falta, em matéria de impostos, uma explicação", lembrando que a actuação do Executivo liderado por Passos Coelho não tem feito "o que foi prometido em campanha eleitoral". "Não houve um sinal de explicação até agora. Não deu Miguel Relvas na Universidade de Verão da JSD, não deu Passos Coelho, nem deu Vítor Gaspar". Alvo da crítica de Marcelo foi ainda o discurso do primeiro-ministro na Universidade de Verão da JSD, onde Passos Coelho apontou 2012 como o início do fim da crise. "Isto não bate certo com o que disse o ministro Vítor Gaspar. Na altura em que a senhora Lagarde vem dizer que a crise mundial pode agravar, o primeiro-ministro não pode dizer que a crise portuguesa em 2012 acabou, porque o ministro das Finanças disse que em 2015 há tantos desempregados como há hoje". Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o que foi feito até agora - aumento de impostos - "não é diferente do Governo de Sócrates", salientou o comentador. O vídeo da entrevista a Marcelo em: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=504489.

ALBERTO JOÃO JARDIM PROCESSA FRANCISCO LOUÇÃ

Alberto João decidiu começar a atacar em tribunal os seus adversários políticos

O Governo Regional da Madeira anunciou esta segunda-feira que decidiu processar criminalmente o coordenador nacional do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, por "afirmações caluniosas e injuriosas e mentiras", proferidas domingo no Funchal. A decisão do Executivo madeirense chefiado por Alberto João Jardim foi comunicada no sítio da internet da Presidência do Governo Regional, considerando que as declarações do dirigente bloquista ontem no Funchal "atentam contra o bom nome e honra do presidente do Governo e dos membros do Governo Regional da Madeira". "Francisco Louçã irá provar em Tribunal todas as insinuações e calúnias que apontou", declara a nota emitida pelo gabinete de Alberto João Jardim. O coordenador nacional do BE esteve domingo no Funchal na apresentação dos candidatos desta força política às eleições legislativas regionais que decorrem neste arquipélago a 9 de Outubro. Defendeu a necessidade da realização de uma auditoria às contas da Madeira "para proteger a região e todos os contribuintes no país inteiro que têm sido obrigados a pagar este descalabro das contas e este facilitismo das contas de Alberto João Jardim, que é o primeiro e único responsável pelo buraco financeiro da Madeira". Argumentou que a auditoria é imprescindível "para recuperar a democracia, a capacidade de usar os orçamentos ao serviço de todos e não de amigos do Governo Regional" da Madeira, liderado por Alberto João Jardim. "O que não sabemos e temos direito saber é quem é que ficou com o dinheiro, em que bolsos está, o que pagou a mais", declarou Francisco Louçã, criticando, entre outras coisas o facilitismo do que denominou de "Ali Baba e os 40 comparsas".

JUDICIÁRIA INVESTIGA FORTUNA E CONTAS OFF-SHORE DA FAMÍLIA DE SÓCRATES

pagar impostos sobre bens e riquezas portuguesas, nem pensar, isso é para o povo...

O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) vai investigar as contas da família do ex-primeiro-ministro José Sócrates após ser confirmada a autenticidade de documentos entregues ao procurador-geral da República, Pinto Monteiro, pelo líder da extrema-direita, Mário Machado, que se encontra preso, noticia esta segunda-feira o Correio da Manhã. O jornal cita uma fonte judicial como garantindo que a investigação, parada há quase um ano, vai agora ser acelerada. Os documentos, que segundo o Correio da Manhã, são, na maioria, extractos bancários, indiciam transferências de elevadas quantias para fora do país por parte de familiares de Sócrates ao longo de quase três décadas. Além dos extractos bancários, os documentos incluem elementos sobre compra e venda de acções, designações de empresas sediadas nas offshores das Ilhas Caimão, ilha de Man e Gibraltar, bem como operações em bolsas. Apesar de os documentos não indiciarem qualquer crime, a investigação pretende apurar a origem do dinheiro, os motivos que levaram à sua transferência para o exterior e a forma como os familiares do ex-líder do Governo fizeram fortuna. (in, Correio da Manhã).

BLOCO ENTREGA PROJECTO-LEI CONTRA PROMISCUIDADE DAS SECRETAS

mais decência e seriedade na espionagem das secretas portuguesas exige o BE

O Bloco de Esquerda vai entregar, hoje no Parlamento, um projecto-lei para acabar com a alegada promiscuidade entre os serviços de informações e interesses privados. Entre algumas medidas estão a proposta de um período de nojo de três anos para espiões poderem trabalhar ao serviço dos privados após a sua demissão ou abandono de funções, e maior controlo dos poderes do Primeiro-ministro relativamente à abrangência dos direitos de Segredo de Estado. O recente caso da Ongoing despoletou problemas no seio das secretas que colocam em sério risco os direitos à privacidade dos cidadãos e das empresas. As nossas secretas não podem transformar-se numa CIA, com poderes ilimitados. Devem antes de mais nada servir o Estado, e apenas este e os direitos da República apenas.

FAMÍLIAS LUSAS VENDEM OURO PARA PAGAR LIVROS ESCOLARES DOS FILHOS

vender ouro é uma perda cultural já que algumas peças são verdadeiras obras de arte

A venda de peças de ouro popular está a servir para ajudar as famílias a comprar livros escolares ou a pagar propinas nas universidades. "Há um dado comum a quase todos os que aparecem a vender as suas peças de família. É que tentam dar um ar de que estão bem, que não precisam do dinheiro, apesar de venderem até peças de 50 euros", explica o ourives Manuel Freitas. Criador do Museu do Ouro Tradicional de Viana do Castelo e especialista com meio século de currículo, garante que a venda de peças de família, algumas "com várias dezenas de anos", nunca foi "tão elevada como agora". "Tive o caso de uma senhora da classe média que veio entregar peças para comprar os livros da escola para o neto. Ou uma industrial que vivia muitíssimo acima dos padrões médios mas que me vendeu mais que um quilo de peças, com as lágrimas nos olhos, para pagar os salários em atraso aos trabalhadores da empresa", conta Manuel Freitas. Só esta semana, Manuel Freitas comprou, entre outras peças de ouro popular, um crucifixo com cem anos. Algumas servem depois para revenda, como usadas, outras manda fundir para entregar aos fornecedores da sua ourivesaria. "Sinto-me triste ao ver a lapidação deste património, de peças populares que tanto interesse tinham para a nossa Cultura", confessou.

BOLSAS EUROPEIAS PERDEM 2% DEPOIS DA DERROTA ELEITORAL DE MERKEL

incompetência de Merkel sobre a economia europeia já não é tolerada pelos seus eleitores

Praças europeias negociam em queda acentuada, com a derrota eleitoral de Merkel a reforçar as preocupações em torno dos periféricos. A condicionar os mercados europeus está a derrota de Angela Merkel numa eleição estadual no estado pelo qual a chanceler concorreu ao parlamento. Os alemães voltaram ontem a mostrar o cartão vermelho à chanceler e ao seu governo de coligação. O quinto revés eleitoral de Merkel agudizou os receios em torno dos apoios aos países da zona euro com mais dificuldades. Na base do nervosismo dos investidores está também um relatório sobre o emprego nos Estados Unidos, conhecido sexta-feira, que mostrou que a maior economia do mundo não criou, em termos líquidos, postos de trabalho no mês passado, ao mesmo tempo que a taxa de desemprego se manteve nos 9,1%. A pressão vendedora nas bolsas surge também depois de a directora-geral do FMI, Cristine Lagarde, ter ontem avisado sobre a possibilidade de uma recessão mundial iminente.

BANCOS AUMENTAM COMISSÕES A QUEM FALHA PRESTAÇÕES AGRAVANDO DÍVIDAS

sobrecarregar quem já nada pode pagar não parece ser uma solução muito lógica...

A análise aos preçários dos bancos, desde o pedido de ajuda externa, mostra que as comissões nestes dois segmentos estão a subir. O aumento de comissões por parte da banca não é recente. Mas nos últimos meses, os cinco maiores bancos agravaram os aumentos e concentraram atenções em dois segmentos específicos: as comissões relacionadas com o crédito à habitação, nomeadamente as comissões iniciais cobradas independentemente da concessão do crédito; e as comissões que advêm do incumprimento bancário, como o atraso no pagamento de prestações, incluindo cartões de crédito. Desde Abril, mês do pedido de resgate internacional, todos os cinco maiores bancos aumentaram comissões relativas ao incumprimento dos clientes. As comissões que recaem sobre atrasos no pagamento de prestações de crédito subiram cerca de cinco euros. Por exemplo, no caso do BCP esta comissão aumentou de 25 para 30 euros e no BES de 20 para 25 euros. No Santander o não pagamento até à data limite dos cartões de crédito passou de isenta para 9,62 euros e na CGD passou de 9,62 euros para 12 euros; o BPI aumentou a comissão por encargos de cobrança de dez para 15 euros. Também as comissões preventivas de incumprimento sofreram agravamentos: as garantias e avales reconhecidas notorialmente subiram de 31,37 para 75 euros no Santander; enquanto no BES a comissão garantia e aval bancário passou de um mínimo de 180 euros para 200 euros.

TROIKA FISCALIZA OS 50 MAIORES CLIENTES DE 8 BANCOS PORTUGUESES

banca a financiar grandes empresas, apenas com juros mais elevados, face à crise

Os auditores da Pricewaterhouse Cooper's (PwC) e da Ernst & Young vão entrar a partir de hoje nos oito maiores bancos portugueses para passarem a pente fino os créditos concedidos aos 50 maiores clientes de cada instituição, sabe o Negócios. O objectivo é avaliar a adequação das garantias dos empréstimos e as provisões associadas a cada contrato. Um processo que, como têm avisado os banqueiros, se for feito de forma "fundamentalista", pode obrigar os bancos a terem que registar mais imparidades de crédito, o que penalizará os resultados e os rácios de capital dos bancos. (in, Jornal de Negócios).

CDS-PP E PSD PROTESTAM CONTRA AUMENTO DE IMPOSTOS DO GOVERNO PSD / CDS-PP

MM iniciou as críticas no seio do PSD contra os impostos face às promessas eleitorais PSD

O novo aumento de impostos, nomeadamente em sede de IRS e de IRC, aprovado e anunciado esta semana pelo Ministro das Finanças Vítor Gaspar, está a suscitar algum incómodo junto do CDS-PP e do próprio PSD. As medidas do Executivo. pacíficas no Conselho de Ministros, foram discutidas ontem na reunião do grupo parlamentar do CDS e, levaram alguns deputados a manifestarem-se em desacordo e protesto. A principal razão prende-se com o facto de este agravamento das cargas fiscais ser «completamente contraditório» com tudo aquilo que o partido – e até o parceiro de coligação – andou a defender durante a campanha para as eleições de 5 de Junho. Também o antigo eurodeputado do PSD Vasco Graça Moura criticou fortemente na manhã de ontem, à margem da Universidade de Verão do PSD, o aumento de impostos anunciado pelo Governo. Na sua opinião, "está mal explicado" e "é um incomportável sacrifício para as classes médias". Graça Moura sublinhou aos jornalistas que "um País moderno não pode existir sem uma classe média forte" e defendeu que esta opção pelo aumento da carga fiscal "tem que ser avaliada". Sob pena, disse, que "aqueles como eu que votaram no PSD sentirem-se desorientados e frustrados". "Ouvi o comentário do Dr. Marques Mendes, de que ao aumento de impostos está a ser muito mal explicado e está a traduzir-se num incomportável sacrifício das classes médias. Estou inteiramente de acordo", declarou ainda aos jornalistas. Marques Mendes considerou, na TVI, quinta-feira à noite, que já existem pessoas dentro do partido "incomodadas " porque fizerem campanha a prometer cortar na despesa e não aumento de impostos. Na reunião da bancada do PSD de quinta-feira de manhã vários deputados também sublinharam que há problemas de comunicação, porque a ideia de cortes na despesa não está a passar para a opinião pública, segundo apurou o CM.

JERÓNIMO DE SOUSA APELA A JOVENS CONTRA "SANGRIA" DO GOVERNO E DA TROIKA

PCP apela aos jovens pela queda do Governo caso as medidas de austeridade continuem

O secretário-geral do PCP afirmou hoje que as novas gerações estão confrontadas com o dever de lutar por um país "que sangra" com medidas de austeridade, desafiando-as a darem "presença e voz" à manifestação convocada para Outubro.Na intervenção de abertura da 35ª edição da Festa do Avante!, o líder comunista Jerónimo de Sousa salientou que "os direitos sociais no capitalismo nunca são perenes", nem "dádivas e muito menos legados doutras gerações", mas "ganham-se e perdem-se" e "conquistam-se e defendem-se pela luta dos próprios em cada época". "Os exemplos do chamado programa de emergência social ou do passe social + põem de forma mais crua a ideologia do Governo em que se procura substituir o Estado com obrigações sociais pelo Estado assistencialista", afirmou, numa intervenção que foi antecedida pelos foguetes de abertura da festa da quinta da Atalaia. "Primeiro criam a pobreza e aumentam o número de pobres, depois a partir do estado de pobreza avançam com medidas parcelares, recuperação do conceito da 'sopa do Sidónio', do medicamento fora de prazo que sendo para pobre não interessa a consequência, mesmo nas cantinas de refeição para pobres dispensa-se a fiscalização da ASAE", continuou. O líder do PCP reiterou que os comunistas rejeitam "o programa de agressão imposto pela 'troika'" e que este precisa de ser "derrotado".

MÁRIO SOARES CRITICA NOVAMENTE SEGUIDISMO DA TROIKA

Mário Soares falou, na universidade de Verão do PSD, sobre o fim do Euro

Mário Soares afirmou ontem que Portugal tem condições para crescer sem vender o seu património "por tuta e meia" e poderá sair da crise sem ser subserviente à troika, que considera "os tipos dos mercados". Ao intervir durante um jantar-conferência na Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide, o ex-Presidente da República disse que "Portugal tem condições humanas e naturais para crescer e vai consegui-lo, sem alienar - como alguns querem - o seu património, vendendo-o por "tuta e meia", até a empresas nacionalizadas no estrangeiro". Na sua intervenção, que se centrou na globalização e no diálogo entre gerações, o histórico socialista não passou ao lado do tema da crise e do endividamento do País, frisando que "há muita coisa para além da dívida". Contudo, Soares não deixou de apontar alguns caminhos, defendendo que Portugal não tem de estar "sempre de chapéu na mão". "Não temos de estar subservientes a essa troika", afirmou. considerando que Portugal conseguirá sair da crise com a ajuda de uma nova União Europeia solidária e mais igualitária, "sem que seja necessário chegar aos extremismos que preconiza essa troika, que não é uma Bíblia". O antigo Presidente da República defendeu que é preciso "dominar os mercados e meter na ordem os paraísos fiscais e as agências de rating no plano internacional". Caso contrário, o euro e a União Europeia serão "destruídos", o que seria "uma calamidade", não só para todos os Estados membros, como para o mundo, que ficaria, "de todos os pontos de vista, sem controlo", continuou Mário Soares. (in, Expresso).

COM JUROS DA DÍVIDA A 46,8% GRÉCIA SUSPENDE REUNIÃO COM A TROIKA

a ruína económica grega é já uma inevitabilidade incontornável

O padrão de comportamento já era ontem visível com o disparo no risco de incumprimento da dívida soberana dos seis países da zona euro sob observação dos mercados financeiros: Grécia, Portugal, Irlanda, Itália, Espanha e Bélgica. Ontem, no mercado secundário da dívida soberana, a situação de degradação do crédito revelou-se, segundo dados da Bloomberg. Até as obrigações do Tesouro (OT) português e dos títulos irlandeses inverteram a tendência, e regressaram em todas as maturidades à alta das yields (juros implícitos). Particularmente, os juros das OT e dos títulos irlandeses a 2 anos estão com uma dinâmica de crescimento significativa. Mesmo assim há um fosso entre o nível dos juros para as OT a 2 anos, que estão em 12,41%, e dos juros dos títulos irlandeses, que estão em 8,17%., segundo dados da Bloomberg. O efeito da intervenção do Banco Central Europeu nos mercados secundários parece estar a perder pé. Também, na Bélgica, os juros dos títulos a 10 anos subiram para 4,06%. Mas a situação mais grave é, naturalmente, a da Grécia. Os juros dos títulos gregos a 2 anos acabam de atingir, a meio da manhã, o valor recorde de 46,80%. A meio da tarde, os juros subiram para mais de 47,19%. O valor de fecho foi de 47,20%. O país foi sobressaltado com duas péssimas notícias: as políticas de austeridade poderão conduzir a uma recessão este ano superior à prevista - 5% de quebra do produto interno bruto (PIB) grego, em vez de 4,5% - e "a dívida grega está fora de controlo", segundo um recém-criado organismo parlamentar de monitorização do orçamento, formado por analistas independentes. A divida pública já terá atingido os €350 mil milhões (150% do PIB) e o défice orçamental chegou ao montante de €15,5 mil milhões no final do 1º semestre (93% do objectivo para todo o ano de 2011). A recessão deste ano soma-se a uma quebra acumulada de 6,5% em 2009 e 2010.

PASSOS COELHO A UM PASSO DO FIM E SEGURO PRONTO PARA ENTRAR EM FUNÇÕES

Seguro prepara-se para ser Primeiro-ministro em breve, depois da queda do Governo

Se as eleições legislativas fossem hoje, António José Seguro seria eleito Primeiro-ministro. O Partido Socialista está a subir nas intenções de voto. De acordo com o estudo da Eurosondagem para a SIC, Expresso e Rádio Renascença, o PS é mesmo o que mais sobe e António José Seguro estreia-se com saldo positivo. Em sentido contrário está o primeiro-ministro. Ou seja, de acordo com o estudo regista-se uma descida nos partidos que constituem o Governo e uma subida nos partidos da oposição. As medidas excessivas da Troika que estão a destruir e esmagar pobres e classe média são telecomandadas à distância por Angela Merkel numa política claramente de extrema-direita, cega e fria, completamente fora do contexto português. Passos Coelho limita-se a implementar as medidas da Troika como um simples funcionário do Governo da Alemanha. Portugal está entregue à incompetência política generalizada e aos políticos neo-fascistas e neo-salazaristas saudosistas, ao serviço dos interesses mais obscuros da Nova Ordem Mundial, controlados por llluminati's e Bilderberg's. Não é normal um povo desiludir-se apenas 3 meses depois de umas eleições tão esperadas para salvar o povo português da crise criada por Sócrates. Passos Coelho deve ser "corrido" o mais depressa possível do Governo. O pior é que esta estratégia de alternância PS-PSD está a funcionar às mil maravilhas. Passos Coelho faz o trabalho sujo em poucos meses, o governo cai e logo de seguida vem mais do mesmo, do PS...

HOMEM DE 30 ANOS MORTO À PEDRADA NOS SUBÚRBIOS DO PORTO

o futuro próximo de Portugal passa pelos gangs violentos de rua

Um homem, com cerca de 30 anos, foi morto, esta sexta-feira, na Rua de Manuel Pinto de Azevedo, na Zona Industrial do Porto, na sequência de uma rixa envolvendo diversos indivíduos. O homem tinha acabado de sair de sua casa onde tinha comemorado o sexto aniversário do seu filho. O incidente terá ocorrido, cerca das 5.30 horas, junto a uma rulote de venda de cachorros quentes e a vítima foi atingida na cabeça, presume-se que com um paralelo, tendo morrido no local. A confusão poderá ter provocado ainda um ou dois feridos ligeiros. O caso já foi entregue à Polícia Judiciária.

GOVERNO PREPARA AS PRÓXIMAS 9 MEDIDAS DA TROIKA JÁ PARA SETEMBRO

Vítor Gaspar já assustou pelo seu cinismo colossal e entrará a matar em Setembro

Há nove medidas que deviam estar prontas até final de Agosto e ainda não estão no terreno. O Governo tem pela frente um mês que se afigura de grande exigência. Além de ultimar o Orçamento do Estado para 2012 - que será apresentado em Outubro -, o Executivo vai ter de implementar em Setembro 62 medidas que constam do memorando de entendimento com a ‘troika'. No entanto, o Governo já está obrigado a cumprir o rígido calendário definido pelas autoridades internacionais desde Maio e há nove que já deviam estar no terreno, mas que furaram os prazos definidos. "Vamos ter um mês de Setembro muito complicado, com muito trabalho pela frente". A frase é do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, que a 23 de Agosto se referia às "75 medidas" que o Governo terá que implementar este mês. Das medidas que o Executivo tinha calendarizadas até aqui há pelo menos nove que estão a derrapar nos prazos. É o caso, por exemplo, da descida da Taxa Social única (TSU), que devia ter acontecido até final de Julho. O relatório pedido pelo Governo aos especialistas, com várias abordagens para a diminuição da TSU já foi apresentado, mas ainda não houve nenhuma decisão. Na quarta-feira, o ministro das Finanças explicou porquê. "É uma medida inovadora, que não foi testada noutros países", frisou Vítor Gaspar, o que "aconselha prudência no desenho da medida", já que há "importantes dificuldades de desenho, execução e mecanismos de controlo".

HOSPITAIS TERÃO DE ANTECIPAR CORTES DE 500 MILHÕES ATÉ 2012

cortar, cortar, cortar; os doentes que fiquem em casa...

Meta no corte dos custos até ao próximo ano passou de 200 para 500 milhões. Mas há hospitais que terão que fazer um esforço menor. A redução de custos operacionais nos hospitais e unidades locais de saúde do sector empresarial do Estado terá que atingir 500 milhões de euros até 2012, quando inicialmente estavam previstos cortes de 200 milhões, segundo fonte do Ministério da Saúde. A meta inicial para 2012 era de cortes na ordem dos 5% mas um despacho do Governo - já publicado em Diário da República - revê a meta para 11%. E antecipa para 2012 cortes que antes podiam ir até 2013.

VISITA DE PASSOS À ALEMANHA: EMPRESAS ALEMÃS "TOMAM" EMPRESAS LUSAS

na Grécia a Alemanha "tomou" ilhas; em Portugal fica com as empresas mais lucrativas

O presidente da E.ON, Johannes Teyssen, disse a Passos Coelho, que está interessado na posição do Estado português na EDP. A visita de Passos Coelho a Berlim serviu para convidar empresas alemãs a entrar nas privatizações em Portugal, sobretudo na energia. Membros do Governo português reuniram hoje com várias empresas energéticas alemãs. Em cima da mesa esteve o processo de privatizações em Portugal, assunto que também foi discutido no encontro entre Pedro Passos Coelho e Angela Merkel, esta manhã em Berlim. De acordo com a Bloomberg, que cita fonte do gabinete do primeiro-ministro português, o CEO da empresa alemã E.ON mostrou-se mesmo interessado em participar no processo de privatização da EDP. Contudo, contactada, a porta-voz da E.ON não quis comentar. A alemã E.ON é apontada como uma das empresas interessadas na compra dos 20% que o Estado português ainda detém na EDP. Na corrida estão também a brasileira Electrobras, os chineses da China Power International, os alemães da RWE e os franceses da GDF Suez. No caderno das privatizações na área energética está também a REN.

No mesmo tom, a chanceler germânica garantiu que Alemanha e Portugal vão "manter um contacto estreito" no quadro do "programa de privatizações" e adiantou que há "empresas alemãs com interesse em Portugal". Ao mesmo tempo, em Lisboa, Cavaco Silva recebeu em Belém Mariano Rajoy, candidato a primeiro-ministro espanhol pelos conservadores. No final da reunião o líder do PP espanhol sublinhou a oportunidade de negócio contida no plano de privatizações em Portugal, nomeadamente nos sectores eléctrico, das águas e transporte aéreo. Passos Coelho afirmou eainda m entrevista ao jornal alemão Handelsblatt que a privatização da TAP pode ser um "bom investimento" para a Lufthsansa. O governante português, que reuniu com Merkel ontem em Berlim, argumentou também que seria muito positivo para a Lufthansa apostar, ao lado da TAP, nos mercados sul-americano e africano.

CONTESTAÇÃO AO GOVERNO ARRANCA COM MANIFESTAÇÕES DE PROFESSORES

contestação à Troika começará em força contra as duras políticas dos cortes "a direito"

Os dois principais sindicatos do sector endurecem o discurso e dizem não assinar o acordo caso o ministério mantenha alguns pontos da avaliação. As negociações entre Nuno Crato e os sindicatos sobre a avaliação de desempenho docente não estão num bom caminho para chegar a acordo, no próximo dia 9 de Setembro. Ontem, um dia antes de entregar um parecer sobre a segunda proposta do ministério da Educação e Ciência (MEC), os professores asseguram que não vão assinar acordo caso o ministério não recue em, pelo menos, três questões: a manutenção das quotas, as cinco menções para notas e a implicação das classificações nos concursos. "São três aspectos só por si suficientes para que a Fenprof não assine qualquer acordo com o ministério em matéria de avaliação", assegurou ontem o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira. O dirigente do sindicato, que representa cerca de 70% dos professores portugueses, falou numa conferência de imprensa, em Lisboa, durante a qual garantiu não haver acordo possível se constar no documento "algum destes procedimentos".

GOVERNO FAZ INQUÉRITO DE VIABILIDADE A FUNDAÇÕES PORTUGUESAS

fundações como a de Champalimaud em Algés são financiadas aos milhões pelo Estado

As entidades públicas e quase-públicas terão, até ao final do ano, de responder ao documento que vai definir se são extintas, reorganizadas, privatizadas ou reintegradas no Estado. Esse futuro ser-lhes-á indicado até ao final de 2012. As fundações e as instituições que beneficiem de transferências do Estado vão ter de responder obrigatoriamente a um inquérito para provarem que são realmente vitais ou se, pelo contrário, poderão até vir a ser extintas. De acordo com o Documento de Estratégia Orçamental divulgado pelo Governo, as respostas a este inquérito serão a base da avaliação de cada uma das entidades públicas e quase-públicas. As empresas têm de responder ao documento até ao final de Dezembro de 2011. A avaliação do custo/benefício e da viabilidade financeira das instituições ficará a cargo dos serviços do Ministério das Finanças (liderado por Vítor Gaspar, na foto) e dos ministérios responsáveis pelo sector de actividade das fundações. O Documento de Estratégia Orçamental define que a avaliação a estes “censos” estará concluída até ao final do segundo semestre de 2012. Consoante cada análise, a decisão pode passar pela “respectiva manutenção ou extinção, bem como sobre a continuação ou cessação dos apoios financeiros ou mesmo sobre a possível integração no âmbito dos serviços sujeitos à administração directa do Estado”, revela o documento. Antes mesmo do final de 2012, até ao final do mês de Julho, “serão adoptados novos regimes jurídicos para os diferentes tipos de entidades, definindo as regras aplicáveis à sua criação, funcionamento, monitorização, reporte, avaliação do desempenho e extinção, aumentando o controlo sobre essas entidades”. (in, Jornal de Negócios).

POLÍTICAS NEO-NAZIS DA TROIKA PRETENDEM ANIQUILAR OS MAIS POBRES

"Deus" Pinheiro defende a escravatura social, tal como muitos neo-nazis bilderberg

O antigo ministro João de Deus Pinheiro defendeu hoje um aumento da idade da reforma, a diminuição da “generosidade das pensões” e o crescimento das contribuições para a Segurança Social, sublinhando que os custos são neste momento “incomportáveis”. Numa intervenção na Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide até domingo, Deus Pinheiro lembrou que a criação das reformas aconteceu há mais de um século e que desde aí o sistema não mudou. Contudo, sublinhou, desde essa altura a esperança de vida foi aumentando, ao mesmo tempo que decrescia a população ativa, obrigando os Estados a recorrer à dívida para financiar o sistema. “Uma das razões para as dívidas do Estado foi porque em vez de terem mudado os sistemas, os mantiveram, foram empurrando com a barriga e portanto a divida foi crescendo para manter este sistema de Segurança Social”, afirmou, apontando igualmente o aumento dos custos com a Saúde nas últimas décadas. Por isso, com “uma sociedade a envelhecer” e com “estes custos maiores de Segurança Social e de Saúde que são incomportáveis” e que têm sido pagos com recurso ao endividamento, o sistema só pode ser reequilibrado com “um aumento dos descontos nos salários dos ativos, com menor generosidade das pensões e com o aumento da idade da reforma”. “Acho que ainda não chegámos ao fim deste reajustamento e que a idade da reforma vai ter que aumentar ainda mais nos próximos anos”, insistiu.

ANGELA MERKEL É A FIGURA MAIS PODEROSA DA ECONOMIA PORTUGUESA

Merkel no topo da elite política incompetente que afunda diariamente Portugal

Quem manda nesta economia intervencionada? O Estado, os políticos, o Governo. Quem manda no Governo? A "troika". Quem manda mais? O FMI, o BCE ou a CE? Resposta: é a Alemanha. Angela Merkel é hoje a pessoa mais poderosa para a economia portuguesa. Porque uma decisão sua nos salva ou aniquila. O cargo de chanceler alemão é a liderança política mais importante da Europa. Angela Merkel ocupa hoje esse cargo e, mesmo com falta de carisma, torna-se uma das líderes mais importantes de todo o mundo. Como diz a "Forbes", que a colocou este Verão no topo da pirâmide do poder. A ajuda a Portugal jamais teria acontecido sem o acordo de Ângela Merkel. Ela define as regras. Ela detém o poder. Mesmo que isso confunda, ou aflija, os líderes das instituições europeias. É impossível fazer o que quer que seja na Europa sem ela.(in, Jornal de Negócios).

PASSE SOCIAL PARA POBRES IGNORA FILHOS NO CÁLCULO DO RENDIMENTO FAMILIAR

nalguns casos o desconto para famílias mais pobres foi, ridiculamente, de 2 euros...

O novo Passe Social Mais, criado para atenuar o impacto da subida do preço dos transportes e que se aplica a partir de hoje, ignora a existência de filhos no cálculo do rendimento da família. Esta decisão é contraditória com a que foi tomada para a maioria dos apoios sujeitos a condição de recursos. E desafia a filosofia pró-natalidade do Executivo, que, no Programa de Governo, prometeu inclusivamente submeter as decisões tomadas em Conselho de Ministros a um "visto familiar".

29.000 FAMÍLIAS DEIXAM DE PODER FAZER DEDUÇÕES NO IRS

um horizonte negro para as famílias, com tudo a aumentar de um dia para o outro

Os dois últimos escalões do IRS, a partir de 66 mil euros anuais de rendimento colectável (4.750 euros mensais), vão perder completamente o direito a deduzir à sua factura do IRS as despesas com educação, saúde e habitação. No caso do último escalão, a austeridade vai ainda obrigar a uma "taxa adicional de solidariedade" de 2,5%, anunciou ontem o ministro das Finanças, durante a apresentação do documento de estratégia orçamental.

73% DOS PROFESSORES A CONCURSO NÃO FORAM COLOCADOS

Fenprof promete juntar-se à CGTP para combater estratégia niilista do Governo

Entre os 47.732 docentes candidatos para o próximo ano lectivo, apenas 12.747 serão contratados pelo Ministério da Educação. O número é esmagador: mais de 73% dos professores contratados que foram a concurso, para o próximo ano lectivo, ficam no desemprego. Os números são do ministério da Educação e Ciência (MEC) que divulgou ontem os resultados do concurso anual para satisfação de necessidades transitórias. Assim, dos 47.732 professores que se candidataram, apenas 12.747 foram contratados, para já, pela tutela. Números que implicam que mais de 37.253 docentes fiquem sem colocação. Para além disso, os resultados do concurso revelam que este ano o número de professores contratados é o mais baixo dos últimos três anos lectivos e que há uma redução na ordem dos 25% (menos cinco mil) em relação aos contratados no ano passado, para o qual foram colocados 17.275. Dos 12.747 colocados, cerca de oito mil são através de renovação do contrato, cerca de 2.300 vão ter horário completo e cerca de 2.500 horário incompleto. Ainda assim, são números que "ficam um pouco abaixo do que esperávamos" revela o membro do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) afecto à Fenprof, Vítor Ramalho, isto porque "houve medidas que foram adiadas para serem postas em prática a meio do ano lectivo". Vítor Ramalho prevê também que ainda durante este ano lectivo o ministério de Nuno Crato avance "com o fim do par pedagógico em Educação Visual e Tecnológica" e que os dois docentes em sala de aula passem para um, "com o fim do estudo acompanhado e com o fim do crédito de horas para o desporto escolar", sublinha. Tudo medidas que, segundo os sindicatos, vêm aumentar o número de professores sem colocação.

VÍTOR GASPAR CONTINUA A AUMENTAR OS IMPOSTOS E A REDUZIR AS DEDUÇÕES

a este ritmo de aumento de impostos, até final do ano as famílias lusas ficarão sem nada

Os contribuintes ainda não sentiram o corte do subsídio de Natal mas já têm a promessa de um novo aumento de impostos para 2012. O Documento de Estratégia Orçamental apresentado ontem pelo ministro das Finanças não deixa margem para dúvidas: em 2012 e 2013, será o esforço das famílias, por via de mais impostos ou de corte de benefícios, que permitirá a redução do défice. O Governo comprometia-se a apresentar o maior corte da despesa pública de que há memória. Mas acabaram por ser novamente as medidas de aumento de impostos, desta vez no IRS e no IRC, que marcaram a conferência de imprensa do ministro das Finanças, Vítor Gaspar. Isto apesar de o corte de despesa anunciado ser, de facto, significativo. O Executivo promete assim reduzir o défice de 5,9% este ano para 0,5% em 2015 e fá-lo essencialmente à custa da despesa. O peso das receitas totais no Produto Interno Bruto (PIB) fica praticamente inalterado até 2015 e o peso da despesa cai sete pontos.

PASSOS COELHO REJEITA IMPOSTO PARA RICOS PARA EVITAR FUGA DE CAPITAIS

para Passos Coelho, o futuro da economia passa exclusivamente pelo dinheiro dos ricos...

Em entrevista ao El Pais, Passos Coelho diz que taxar as grandes fortunas agravaria os problemas de financiamento da economia. O primeiro-ministro português considera que Portugal tem um dos índices mais elevados de assimetria na distribuição das receitas mas, em entrevista ao El Pais, rejeita a aplicação de um imposto sobre as grandes fortunas. Em entrevista publicada na edição de hoje do diário espanhol, Pedro Passos Coelho - que visitou Madrid na quarta-feira - reconheceu que a assimetria fiscal é uma realidade em toda a UE, mas que adoptar medidas fiscais muito duras pode levar à fuga de capitais. Passos Coelho rejeita no entanto propor qualquer imposto sobre as grandes fortunas, já que o país necessita de "atrair fortunas, investimento e capital externo".