Entre os 47.732 docentes candidatos para o próximo ano lectivo, apenas 12.747 serão contratados pelo Ministério da Educação. O número é esmagador: mais de 73% dos professores contratados que foram a concurso, para o próximo ano lectivo, ficam no desemprego. Os números são do ministério da Educação e Ciência (MEC) que divulgou ontem os resultados do concurso anual para satisfação de necessidades transitórias. Assim, dos 47.732 professores que se candidataram, apenas 12.747 foram contratados, para já, pela tutela. Números que implicam que mais de 37.253 docentes fiquem sem colocação. Para além disso, os resultados do concurso revelam que este ano o número de professores contratados é o mais baixo dos últimos três anos lectivos e que há uma redução na ordem dos 25% (menos cinco mil) em relação aos contratados no ano passado, para o qual foram colocados 17.275. Dos 12.747 colocados, cerca de oito mil são através de renovação do contrato, cerca de 2.300 vão ter horário completo e cerca de 2.500 horário incompleto. Ainda assim, são números que "ficam um pouco abaixo do que esperávamos" revela o membro do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) afecto à Fenprof, Vítor Ramalho, isto porque "houve medidas que foram adiadas para serem postas em prática a meio do ano lectivo". Vítor Ramalho prevê também que ainda durante este ano lectivo o ministério de Nuno Crato avance "com o fim do par pedagógico em Educação Visual e Tecnológica" e que os dois docentes em sala de aula passem para um, "com o fim do estudo acompanhado e com o fim do crédito de horas para o desporto escolar", sublinha. Tudo medidas que, segundo os sindicatos, vêm aumentar o número de professores sem colocação.